Nosso site teve a oportunidade de entrevistar Helena Martins, vocalista da banda Ecliptyka que irá abrir o show da Tarja em São Paulo no HSBC Brasil. Helena falou um pouco sobre o trabalho da banda, a situação do metal nacional e, é claro, sobre o que espera da noite do dia 12 Março.

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Primeiramente gostaria de agradecer o tempo que está dedicando a esta entrevista Helena. E para começar, pelo o que escutei do som da banda notei claras influências do metal dito melódico, um pouco de rock progressivo e heavy metal tradicional bem pesado, mas quem melhor pra definir o som do Ecliptyka do que a vocalista? Então peço para apresentar tanto a banda como o som de vocês.

Eu é que agradeço a oportunidade, Carol! =)

Definir o som da Ecliptyka nunca foi uma tarefa muito fácil, nem mesmo para mim! (Rs )  Quando nos deparamos com essa situação de dar um nome ao nosso estilo, sempre falamos ‘’Metal’’ e pronto. Um dia brincamos que o nosso estilo era ‘’Power Death Trash Heavy Hard Core Industrial New Doom Gothic Melodic Epic Fast Slow Up Down Metal’’  (rs). Então o que fazemos, na verdade, é deixar o pessoal definir nosso som... nada melhor do que o público para fazer esse serviço.  Mas rótulos a parte, somos uma banda com muita vontade e perseverança, que não desiste tão fácil.

Em 2008 o Ecliptyka realizou uma turnê na Europa com o CD "The First Petal Falls". Como foi essa experiência e a recepção do público europeu para o trabalho da banda?

A turnê foi maravilhosa!  Não poderia ter sido melhor!  Apesar de termos ido pra lá apenas com a demo ‘’The First Petal Falls’’ em mãos, fomos recebidos muito bem, com muito calor e respeito, tanto por parte dos organizadores dos festivais em que tocamos quanto pelo público e mídia dos lugares por onde passamos. Aprendemos muito e vimos que é realmente isso que queremos fazer pro resto de nossas vidas! Não vemos a hora de voltar pra lá depois do lançamento do álbum.

Ainda relacionado a pergunta anterior, como toda banda o Ecliptyka começou de forma independente e foi se destacando aos poucos a ponto de chegar a fazer essa turnê na Europa. Ultimamente muito tem se falado dessa desunião no metal nacional, o que certamente prejudica muitas bandas nacionais realmente boas. Vocês passaram por isso, destacaram-se,  faz pouco tempo assinaram com o selo da Die Hard Records, enfim, estão tendo oportunidades que a grande maioria das bandas brasileiras não têm. Qual é a sua opinião sobre a cena metal no país e, pelo o que vocês viram na Europa, o que pode mudar aqui para cada vez mais bandas terem essa oportunidade como o Ecliptyka?

A cena metal lá fora com certeza é muito mais fortalecida, isso a gente viu de perto. Mas o pessoal fala disso como se na Europa, por exemplo, fosse muito simples você formar uma banda e fazer sucesso.  Não é bem assim não. O que acontece é que na cultura popular brasileira não há uma aceitação tão vasta de guitarras pesadas, riffs e bateria agressiva na música. Vimos que na Alemanha, por exemplo, as músicas populares e folclóricas do país há sempre guitarras com distorções. Isso é cultural deles. Conseqüentemente, o heavy metal é muito bem aceito por quase a maioria do povo, e os shows de bandas desse estilo (tanto profissionais quanto undergrounds) estão sempre cheios! Isso resulta numa cena muito mais unida, com muitos lugares legais pra tocar e/ou ir pra curtir uma banda ao vivo. Seria a mesma coisa que se, ao invés de uma banda de metal, tivéssemos uma banda de axé ou sertanejo por aqui. Há muitos lugares desse tipo de som em qualquer cidade brasileira... e o pessoal vai pra curtir a banda Ciclana ou Beltrana? Não. O pessoal vai curtir o som e ponto.

O que o Brasil precisa é na verdade parar de botar defeito em tudo que vê e ouve!  São raras as pessoas que vão num show de alguma banda nacional e não falam ‘’A banda até que é legalzinha, mas...’’  A vontade de criticar, apenas pelo fato da banda ser nacional ou de ter uma mulher no vocal, por exemplo, é quase que inerente em muita gente!  Isso acontece até com bandas e músicos mais consagrados daqui e que, muitas vezes, são como deuses lá fora! Mas, ao mesmo tempo, quem tem banda tem que aprender a lidar com isso e não abaixar a cabeça para esse tipo de coisa.

O que você pode nos falar sobre o próximo álbum da banda “A Tale of Decadence”? Quais serão as novidades comparando-o com o "The First Petal Falls"?

O ‘’A Tale of Decadence’’ é praticamente o nascimento da Ecliptyka. Definitivamente, a banda que gravou esse novo álbum não é a mesma da demo ‘’The First Petal Falls’’.  A demo foi um aprendizado importantíssimo pelo qual passamos. Ela marca um ponto importante na vida da banda, pois ela contém as nossas primeiras composições. Amadurecemos muito desde 2007, tanto musicalmente quanto pessoalmente, e nosso som hoje é completamente diferente. A formação da banda também mudou desde a gravação da demo, então afirmamos com muita convicção que a banda hoje é outra. Temos orgulho da demo ‘’The First Petal Falls’’ pois toda banda precisa passar por uma experiência dessas para crescer e evoluir. Mas o álbum ‘’A Tale of Decadence’’ é o trabalho de nossas vidas! E além do som estar muito mais coeso e maduro, este álbum possui uma temática muito forte a qual nos identificamos muito. As músicas falam sobre a destruição do Planeta pelo ser humano, crueldade contra animais (rodeios, uso de animais em experimentos científicos, etc), política e guerra.  Enfim...  ‘’A Tale of Decadence’’ é um trabalho muito mais maduro, do qual temos muito orgulho.

O Ecliptyka vai dividir o palco com a Tarja Turunen (ex Nightwish) que vem para São Paulo divulgar seu terceiro álbum da carreira solo “What Lies Beneath“ no dia 12 de Março. Qual é a sua opinião, como cantora, sobre a Tarja e quais são as expectativas da banda para esse show?

O Nightwish foi a primeira banda de metal com vocal feminino que eu ouvi e posso dizer que a Tarja é uma influência muito forte pra mim. E logo no começo, em 2001, quando entrei para a Ecliptyka, ela era uma das únicas referências que eu tinha de vocal feminino no metal. Não faço vocais líricos como ela, mas aprendi a cantar usando essa técnica, por isso o meu respeito pela Tarja é enorme.

A oportunidade que estamos tendo de abrir o show dela é simplesmente incrível. Apesar do nosso som não ser igual ao da Tarja, esperamos conseguir disseminar mais nosso trabalho para seus fãs. Sabemos que muita gente não gosta de bandas de abertura em shows como esse, e muita gente está revoltada por sermos nós a banda de abertura (rs)... Mas, é como eu disse em uma das comunidades dela no Orkut: todo mundo tem o direito de gostar ou não de uma banda. Mas esses shows de abertura são uma oportunidade única para bandas nacionais que estão começando divulgar seus trabalhos, e por mais que você não esteja curtindo muito o som da banda de abertura, é só esperar um pouquinho... A Tarja entra logo em seguida da gente, sem atrasos, juro!  =)

Ano de lançamento de CD é sempre um ano cheio. Quais são os planos do Ecliptyka para esse ano? Alguma turnê ou shows já confirmados?

Realmente, esse ano está sendo bem cheio para nós (ainda bem). Temos alguns shows já confirmados para esse semestre, como a festa de lançamento do CD ‘’A Tale of Decadence’’ em Jundiaí dia 19 de março, shows em outras cidades como do dia 17/04 em São José dos Campos no Hocus Pocus e o festival Arraial do Rock em Franca dia 18/06, entre outras datas a confirmar. Além disso, já estamos começando a planejar nossa próxima turnê fora do Brasil e filmaremos o primeiro videoclipe do álbum ainda esse semestre.

Por fim gostaria de agradecer mais uma vez pela entrevista Helena e peço que deixe uma mensagem para os leitores do Tarja Brasil que certamente irão conferir o show da banda dia 12 de Março no HSBC Brasil em São Paulo.

Eu é que agradeço muuuuuuuito pela entrevista!  =)    E ao pessoal que estará no HSBC Brasil dia 12:  se preparem pois esse dia será incrível! Faremos o nosso máximo como banda para esquentar vocês até o show da Tarja que com certeza será inesquecível a todos nós! Até lá!   =)

Entrevista por Carol Flores - Equipe Tarja Brasil