Tim Palmer produziu e mixou álbuns para uma grande seleção de artistas clássicos e alternativos, de Robert Plant, David Bowie e Tears For Fears a Ozzy Osbourne, Goo Goo Dolls e U2.

Em 2001, Palmer foi indicado a um Grammy pelo seu trabalho na mixagem do álbum All That You Can’t Leave Behind, do U2. Agora vivendo em Austin, Texas, ele construiu a sua própria sala de mixagem e continua produzindo e mixando para Jason Mraz, Blue October, David Cook e muitos outros. Tim foi moderador da SXSW por 2 anos e palestrante convidado para a Recording Academy.

Tim Palmer começou a sua carreira no Utopia Studios em Londres, no começo dos anos 80, aonde ele mixou o single “Died In Your Arms Tonight” para o Cutting Crew. Na segunda metade dos anos 80, Palmer se tornou um produtor, e seus ouvidos trabalhados e conhecimento técnico contribuíram para grupos como o Mighty Lemon Drops, The Mission, Texas e Tears For Fears.

Tim produziu “Now And Zen” para o ícone do rock Robert Plant, um álbum que foi para o top10 americano, e o LP de estréia de David Bowie com o Tin Machine. Para encerrar os anos 80, Palmer mixou “TEN” para o Pearl Jam, que vendeu mais de 14 milhões de álbuns e entrou para o top50 de álbuns mais vendidos na história dos Estados Unidos.

Você pode ler aqui uma curta entrevista que o Tim gentilmente respondeu para este site.

1) Nomeie a sua música favorita da Tarja no “Colours in the Dark”, se você tem alguma, e o porquê.

É difícil escolher apenas uma canção do álbum, então eu escolherei duas. A primeira é a “Never Enough”. É a Tarja clássica, ótimo vocal, refrão forte e ainda assim ela detona sem perter as texturas tridimensionais que são um elemento tão importante para o som dela.

Em segundo lugar eu escolho “Lucid Dreamer”, pois sou doido pelo lado dramático e melancólico das músicas dela. Essa música é uma jornada de verdade e é a perfeita experiência para madrugadas com fones.

2) Como foi trabalhar com a Tarja?

Esta é a segunda vez em que eu mixo um álbum com a Tarja. Eu também mixei a maior parte dos álbuns ao vivo e mixagens 5:1.

Eu sempre gosto do processo, que basicamente acontece em duas partes.

Na primeira parte eu trabalho sozinho aqui no Texas, dando forma às músicas para a chegada da Tarja e do Marcelo, o co-produtor dela. Neste estágio, as mixagens estão 75% concluídas.

A segunda parte é mais divertida; agora que a Tarja está no estúdio, nos podemos trabalhar com os refinamentos e os detalhes finais das mixagens. Nós trabalhamos duro, comemos, mixamos e de modo geral nos divertimos.

Hoje em dia, a maior parte dos álbuns é mixada sem jamais encontrar os artistas. Eu sinto falta desse lado cara a cara e social. Estou feliz que com a Tarja tenhamos sido capazes de alcançar isso.

3) Você tem trabalhado com muitos cantores incríveis e figuras carismáticas, como Robert Plant, Ozzy Osbourne, Bono, só pra nomear alguns. Como você vê a Tarja como cantora?

A Tarja é, sem dúvidas, uma vocalista fabulosa. Estou muito feliz que ela tenha sido tirade de suas raízes clássicas e criado um estilo tão eclético para a música gravada dela. Eu acho que muitos fãs de rock nunca teriam experienciado um soprano como a Tarja se ela fosse ferrenha em suas escolhas musicais. A combinação do estilo vocal dela com o seu som de rock pesadamente texturizado é única.

4) Como você descreveria a música da Tarja?

A música da Tarja é um rock cinemático e orquestrado.

5) Você poderia nos dizer algo sobre o lado técnico de fazer a mixagem do álbum da Tarja?

O maior desafio com a música dela é fazer com que tudo conte. Tudo deve ser ouvido. Os vocais obviamente são super importantes, mas as grandes guitarras, baterias altas e o baixo enlouquecedor também são, e não vamos esquecer a percussão sutil, as viradas e texturas do teclado. Leva um tempo para conseguir deixar tudo certo, mas quando a história se desdobra corretamente, é muito recompensador. Eu gosto do desafio.