Mamãe é uma doida
My Winter Storm funcionou por causa do grande bonus do Nightwish com apenas um hit e meio e muitos e muitos sentimentos semi-calorosos cheios de sentido. What Lies Beneath deve mostrar Tarja Turunen agora sobre seus próprios pés. E esse album certamente o faz.
É claro que a voz de Tarja se mantém como garantia para uma “maciez” generalizada, mas What Lies Beneath vai ao limite. Falling Awake, dominada pelo gênio da guitarra Joe Satriani, abre o album com um riff bem impactante para Tarja e ninguém, certamente, esperava o vocal do All That Remains, Phil Labonte, como participação especial – mesmo que ele se mostrasse mais como uma sogra amigável na maioria do tempo. Tirando a publicidade em torno de performances, WLB soa mais individual e homogêneo do que o álbum anterior.
“Ainda não posso reclamar do MWS. Amo esse álbum, ele tem algumas músicas muito boas, mas a produção não estava certa”, diz a moça de 33 anos que nesse meio-tempo se mudou de vez para Buenos Aires. “Três anos depois, dá pra ver o que aconteceu errado. Muitas coisas aconteceram de uma vez só. Um monte de gente envolvida no CD. Mas eu tive que aprender primeiro a confiar nas pessoas à minha volta antes de poder me abrir para elas. Eu estava bem nervosa na época e um tanto quanto tímida também.”
De qualquer forma, você foi considerada como tímida na maior parte da sua vida.
“Isso foi mais na época da escola. Eu sempre era excluída. As meninas mais velhas em especial fizeram a minha vida bem difícil porque eu não era como elas. Tinha outros interesses e me tornei cantora bem cedo, mas apenas para mim. Graças a isso tenho uma gastrite nervosa, da qual ainda sofro. Minha família não foi rica, mas meus pais me ensinaram passo a passo a como tirar o melhor da minha vida."
Nesse meio-tempo você adquiriu bastante confiança até por aparecer em um show de comédia em seu país-natal, a Finlândia.
“Aquilo foi muito divertido. Fiz uma mãe doida que queria que seu filho fosse igualmente maluco. Apesar disso, ele é totalmente diferente dela e normal. (risos)”
Você está mais envolvida com a escrita de músicas no WLB e produziu a si mesma. Isso é surpreendente para uma mulher que apareceu apenas como um rosto bonito com uma grande voz por muitos anos em sua carreira.
“Quando comecei a compor músicas, dificilmente me atrevi a mostrar minhas criações para outras pessoas. Foi um longo processo para perceber que não posso fazer nada errado escrevendo. É claro que há composições boas e ruins, mas todos podem decidir isso por si mesmos. A coisa mais importante é que estou confortável com uma música. Ainda tenho uma grnde paixão pela música. Amo segurar um álbum completo nas minhas mãos e vasculhar várias lojas de CDs – mas é difícil encontrar algumas hoje em dia (risos).”
O título WLB pode ser interpretado como se você estivesse indo mais fundo e revelando mais coisas de si mesma do que no passado?
“Sim, mas você pode interpretar isso de maneiras diferentes. Gosto de mergulhar e explorar o que está além da superfície do oceano. Peguei esse elemento para algumas letras e criei o meu próprio conto de fadas subaquático. Às vezes ainda sou uma garota sonhadora. Mas você também pode ver o título de maneira geral: cada ser humano pode te surpreender e algumas coisas no mundo se desenvolvem de maneiras diferentes do que pode-se pensar. Também há pessoas com quem você passa muito tempo e que, de repente, se tornam pessoas que você parece não ser capaz de reconhecer.”
O que poderia ser uma dica da sua demissão do Nightwish. O que você faria se Tuomas Holopainen te ligasse e dissesse que Anette Olzon estaria esperando seu quarto ou quinto bebê e quisesse você de volta?
"Ele nunca faria isso. E mesmo que fizesse, minha resposta seria ‘Pode esquecer!’”
Você sabia?
- As faixas mais pesadas do WLB foram mixadas pelo guru do metal extreme, Colin Richardson, e as épicas e mais pop por Tim Palmer (HIM). “Gosto de trabalhar com caras loucos. Colin é um deles com certeza, e meu marido é outro maluco total também.”
- In For a Kill é sem dúvidas uma candidate para a trilha de James Bond.
- Um dos pontos mais altos na carreira de Tarja foi a participação com os Scorpions em seu hit atual, The Good Die Young. “Klaus Meine em pessoa me ligou. Aquilo foi realmente incrível. Quando soube que a música estaria no álbum de despedida deles fiquei chocada, mas também me senti honrada. Seria maravilhoso se eu pudesse cantar Poison com Alice Cooper durante nossa turnê conjunta de outono.
- O nome completo da Tarja é Tarja Soile Susanna Turunen Cabuli.
2010 - Rock Hard
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