I: Olá Tarja, eu não consigo te ver cansada, apesar de que você está correndo há alguns dias. Como você mantém tanta felicidade em seu rosto?
T: Você não pode mesmo ver esses círculos ao redor dos meus olhos? Hahaha... Você está apenas sendo cavalheiro.

I: Boa maquiagem?
T: Ou bom maquiador... (Risos)

I: Me conte, como vão as coisas?
T: Muito bem. Estou começando a ficar ocupada porque do lançamento do meu novo álbum está mais perto, no começo de Setembro. Eu estou encontrando a imprensa internacional, isso me mantém ocupada, mais meus shows. Então eu tenho promovido e fazendo turnê ao mesmo tempo.

I: Da Polônia pra Finlândia e depois da Finlândia pra Irlanda gravar o vídeo.
T: Sim. É tão maravilhoso estar na Irlanda pela primeira vez, nunca estive lá antes. Então é realmente legal. Provavelmente terá cenas dramáticas.

I: Como será o vídeo, você pode nos contar?
T: Eu vou usar um vestido louco...

I: Esse é seu estilo...
T: Sim... ala Sirja Tiilikainen. Tem tons de preto e branco assim como o novo álbum vai ter. Tons muito claros, mas dramáticos assim como a música.

I: Como é a sua vida quando você tem que faze shows e promover o álbum o tempo todo? Eu ouvi do seu porta-voz que ontem você aproveitou um pouco da vida regular, você foi ao cinema com seu marido e aproveitou seu tempo livre.
T: É importante encontrar pequenos intervalos a cada momento e em seguida, caso contrário é como andar em círculos. Embora você não possa chamar todos os dias de vida regular, porque nós temos uma casa em Buenos Aires e nossa vida é muito diferente do que era na Finlândia, mais que o meu trabalho sempre me leva ao redor do mundo. É claro que é difícil, mas se eu não aproveitasse seria muito mais difícil.

I: Que coisas você aprecia no seu tempo livre?
T: Oh... Um bom vinho (risos) comida, amigos, talvez um bom livro, um filme é claro, sauna, também temos uma em Buenos Aires. Coisas normais como essas, e eu também aproveito o silêncio.

I: Sobre aquele vinho... Com que frequência você pode ser vista festejando na vida noturna em Helsinque ou na Argentina, e quando foi a última vez?
T: Eu diria que isso é muito raro. Você pofr contar essas vezes com os dedos das mãos. Não sou realmente uma parceira da noite, aqueles tempos ficaram pra trás. Mas algumas vezes é legar passar uma noite com os amigos. Eu chamo eles a minha casa ou vou a casa deles, então devo tomar uma garrafa ou duas. Mas é um ambiente seguro, eu gosto de estar com as pessoas. Eu realmente não preciso encontrar pessoas novas pra minha vida, embora possa parecer fria, esse é o modo como sinto.

I: Realmente soa frio...
T: Sim, e é, e eu não quis dizer que eu não gosto das pessoas ao meu redor, mas...

I: A rede de segurança já está lá?
T: Sim, e obrigada Deus, está muito saudável também.

I: E o single sai amanhã?
T: Sim, ai meu Deus, sim.

I: Coisas novas?
T: Sim. Falling Awake é tão rock quando pode.

 

I: O seu primeiro disco solo saiu em 2007, antes disso você lançou um disco de Natal, e o segundo disco será lançado no outono. Como foi trabalhar no segundo disco?

T: Foi um longo processo. Um grande salto para os novos desafios porque agora eu escrevo músicas e eu também trabalho como produtora no disco. Essas são coisas novas e grandes na minha carreira, mas é uma coisa corajosa e o resultado final provavelmente mostra às pessoas a direção na qual estou indo. É um disco muito claro desde o início e estou muito orgulhosa.

I: O que você pensa a respeito do disco? Em quais questões você pensou, como produtora, enquanto fazia esse disco.

T: Em não muitas questões, mas talvez eu tenha pensado em algumas coisas que vi na minha vida, coisas ambientais... Não exatamente em dizer às pessoas, como a amante da natureza que sou,  o que elas devem fazer . Eu gostaria que oceanos fossem limpos e tubarões não fossem mortos... coisas desse tipo, e também em questões de relacionamento e no que está aqui (aponta para o peito), que está por dentro.

I: O mais importante?

T: Sim.

I: O disco também foi feito em Londres, entre outros lugares, se entendi bem.

T: Foi mixado em Londres.

I: Em que outros lugares você trabalhou?

T: Gravamos a banda em Hollola, Finlândia, no meio do nada em Fevereiro quando estava  -30°C. Levei minha amada banda lá no meio do nada e gostei bastante. O frio, a natureza e o silêncio na Finlândia foi bem exótico, fomos trabalhar lá e tivemos bons resultados. E também a Orquestra Nacional da Eslováquia e o coro que participam no disco foram gravados em Los Angeles. Os vocais foram gravados em Buenos Aires e na Finlândia. A mixagem foi feita em Londres, Austin (Texas) e em Los Angeles.

I: Alguma coisa surpreendente aconteceu durante as gravações? Você levou os rapazes para a fria Hollola, o que é uma coisa que eles ainda não se acostumaram.

T: Todo dia acontecia algo.

I: Conte uma história engraçada.

T: Você tem que ver o making of, ali conta tudo. Nos divertimos demais, foi mesmo muito bom. Foi bom também quando tinha pessoas legais pra fazer algo, não era só tocar e gravar,  tinha um clima bem legal fora da música; Então tivemos momentos bem legais. Havia uma vibração bem positivas e nenhuma necessidade de trabalhar com lágrimas nos olhos.

I: Você levou os rapazes para a sauna?

T: Todas as noites, exceto o baterista, ele não foi nenhuma vez. Não sei porquê, o baterista americano, Mike Terrana... Não consegui levá-lo à sauna uma vez sequer em três semanas,mesmo ele ficando na Finlândia depois das gravações para descansar. “É tão maravilhoso aqui, tão quieto e calmo e não consigo nem ouvir os pássaros cantando.” Ele ficou para conseguir dormir depois de muito trabalho duro e ele disse que nunca dormiu tão bem quanto dormiu aqui na Finlândia. Mas não consegui levá-lo para a sauna.

I: Mas você tentou convencê-lo?

T: Sim, todo dia eu dizia “Vamos lá Mike, qual é. Vem comigo.”

I: Você disse que as música vem do coração, as letras. Você pode dizer qual das suas “filhas” é a mais pessoal?

T: Tem várias, mas vamos dizer Underneath. Ela fala sobre se sentir bem espiritualmente, que é como eu me sinto no momento. E como no meio daquela confusão você tem que se achar, e achar o que é bom dentro de você. Muitas pessoas disseram “Tarja é tão linda e tão triste” depois de escutar a música. Ela soa triste e com melodia melancólica e a orquestra, mas ao contrário, a mensagem é muito bonita.

I: Então você libertou o seu passado a essas músicas?

T: O passado, o presente e o futuro.

I: Você também disse ser perfeccionista. Você teve que chorar no estúdio em Hollola?

T: De felicidade, sim. Algumas vezes, sou uma pessoa muito sensível.

I: Como foi produzir um disco?

T: Foi uma grande coisa, e no momento foi a única possibilidade para mim. E claro, eu estava super nervosa no início, até o dia em que o baterista chegou no estúdio e disse “oi” e começamos a montar a bateria e fazer algumas amostras. Até então eu estava nervosa e pensando se eu poderia fazer isso. Mas o primeiro dia mostrou que tudo ia ficar bem. Tive que tomar muitas decisões difíceis mas...

I: Que tipo de decisões?

T: Se o cara toca três vezes e pergunta “é isso ou eu devo mudar algo?” Então mudávamos algo e. .. também quando um músico está gravando isso passa para um nível tão pessoal que uma palavra errada para o músico que está gravando pode arruinar o dia inteiro. A coisa mais importante foi a atitude positiva, foi o que trouxe os melhores resultados.  Cada músico é diferente. Por exemplo, se eu gravo os vocais e um cara do som diz “Isso ta uma merda”, isso arruína o meu dia.

I: E você deve ser muito forte para conseguir trabalhar como produtora e ter a capacidade de dizer que algo não soa bem.

T: Sim, sim, certamente.

I: Com o seu primeiro disco você foi muito comparada ao Nightwish. Trabalhar no segundo disco foi mais fácil de alguma maneira ou mais difícil?

T: De certa forma é engraçado como essa comparações foram feitas, porque música não pode ser comparada, eram duas coisas diferentes. Eu nunca escrevi músicas para o Nightwish, mas agora escrevi para mim mesma, então é uma coisa completamente diferente. Mas espero que as pessoas possam ver pra onde estou indo com o segundo disco, é uma direção bem diferente.

I: As músicas vêm facilmente?

T: Depende do dia, do meu humor, onde estou... Normalmente quando componho, faço com o piano. É o meu instrumento, é um instrumento tão melancólico e ele soa melancólico. Nunca é fácil, mas às vezes dá um estralo, tipo “esse é um bom refrão...” O meu IPhone e eu somos um risco enquanto dirijo. Quando surge uma melodia eu digo “Droga, tenho que ligar isso e La La La  la la” e fica salvo ali. É bem breve, mas às vezes eu apenas sento na frente do piano como agora e escrevo uma música.

I: Então a Tarja foi um risco no meio do trânsito?

T: Sim, muitas vezes.

I: Mas nada ruim aconteceu?

T: Não, ainda não, graças a Deus.

I: As músicas nascem em qualquer lugar?

T: Sim, mas eu preciso de silêncio, calmaria, talvez luz ao meu redor quando eu escrevo. Aqui no norte dizem que a penumbra é o que traz inspiração, pra mim é bem o oposto. A luz é a minha inspiração.

I: Você escreve músicas mais leves então?

T: Não necessariamente. Já escrevi  uma música bem sombria no Caribe,  que é uma das mais pesadas no disco. Então você pode escrever coisas boas e sombrias na praia também.

I: Você estava falando de resenhas. Com que freqüência você lê artigos sobre você mesma? Em geral, você os acha interessantes?

T: Leio muito pouco. Mas a crítica é sempre algo bom, sendo negativa ou positiva. Você sempre aprende sobre isso. Mas claro, eu não seria humana com sentimentos se uma crítica negativa não fizesse eu me sentir mal, é sempre igual. Acho que ninguém seria tão bom a ponto de não sentir nada. Mas leio muito pouco, porque eu não posso agradar a todos, isso é um fato, e entender isso é importante.

I: Isso foi mais sobre música, mas já teve alguma história que lhe deixou braba que não tenha nada a ver com música?

T: Não, de maneira alguma. Tenho passado por situações de sorte onde a mídia escreve respeitosamente sobre mim. Tem sido muito bom perceber isso.

I: Eu preciso citar a Annete Olzon na revista Me Naiset: “Agora entendo a Tarja melhor após os conflitos dentro da banda.” Você ouviu falar sobre isso? O que ela quer dizer com isso?

T: Você deve perguntar a ela.

I: Você não quer tentar adivinhar?

T: Não. Claro que eu desejo o melhor para ela.

I: Posso perguntar se você já teve algo a ver com ela? (se elas alguma vez já se encontraram ou algo assim.)

T: Não, nunca tive.

I: Na revista In Metro você falou sobre o seu relógio biológico e que ele está andando...

T: Sério? Uau

I: ...mas a sua desculpa foi o disco, que deve ser feito antes. O que vem antes, o terceiro disco ou o bebê?

T: Bom, não tenho idéia de como seja. Não gosto das coisas assim, as coisas acontecem quando acontecem, também acho mais saudável assim, tem sido melhor no meu caso. Seria bom ter um bebê ao meu lado, mas acontecerá quando for a hora.

I: Você já pensou em algum nome?

T: Nããão, não vamos tão longe ainda, meu Deus.

I: Mas você quer filhos, não?

T: Claro, claro.

I: E como ficam seus horários?

T: Vou me preocupar com isso quando for a hora. Acho que é uma questão de atitude.

I: Por que você não tem nenhum show na Finlândia?

T: Eu teria, eu teria, se as pessoas tivessem interesse em mim aqui. Artistas fazem shows quando as pessoas pedem por eles, claro.

I: Isso quer dizer que os Finlandeses não têm interesse em você?

T: Como eu disse, artistas fazem shows quando as pessoas pedem por eles. Tenho muitos shows, mas infelizmente eles são fora da Finlândia.

I: Eu há recém estive na Estônia, e você fez um show em Haapsalu e eles diziam “Sim, A Tarja está vindo tocar, este é o maior evento aqui”. É um pouco diferente na Finlândia.

T: Foi muito bom o show lá. E eles estavam com o “American Car Beauty Show” (em português “Show de beleza de Carros Americanos”), bem legal. E já que sou louca por carros, foi bem legal ir lá um dia antes para tirar fotos com os carros.

I: Você achou um carro novo pra você?

T: Não, não achei. Bem, claro que haviam muitos carros que eu adoraria levar para casa...

I: Como essa loucura por carros se revela em você?

T: Bom, eu tenho um Fiat 600, que na verdade não tem nada a ver com carros americanos. Mas eu encerei, arrumei e turbinei ele, e deixei ele hi-fi. Eu faço coisas hi-fi todos os dias.

I: Você não compra um carro novo a cada ano?

T: Não.

I: Como você turbinou o seu carro?

T: Bom, o equipamento hi-fi é gigante. Eu posso tocar música tão alto que um dia posso estourar os vidros do carro.

I: Mas não dá pra escutar por fora do carro.

T: Dá sim. É um Fiat 600.

I: Todos sabem quando a Tarja está chegando...?

T: Ah sim.

 


I: Qual a coisa mais maluca que um fã já fez por você?

T: Meus fãs são incrivelmente maravilhosos. Tudo que ganho deles, presentes ou como a última coisa muito tocante que ganhei foi um certificado que dizia Tarja Soile Susanna Turunen Cabuli é uma madrinha de um grande filhote de tubarão branco no Canadá. Eu comecei a chorar, foi muito tocante que meus fãs reconhecem esse tipo de coisa. Também na costa eslovena  tem um golfinho chamado Tarja, ele foi nomeado há uns 5 anos atrás. Os fãs eslovenos escreveram e mandaram fotos do golfinho Tarja. E eles falam que Tarja é um viajante assim como eu, e às vezes chega na costa e às vezes não, então é engraçado.

I: Você já viu o gilfinho?

Y: Não, infelizmente ainda não o vi.

I: Você gostaria de vê-lo algum dia?

T: É claro, seria maravilhoso.

I: Mas as pessoas não vem à sua porta ou viajam até Kitee por que você morava lá?

T: Sim, eles fazem isso, e em minha antiga casa em Kuusankoski. Bastante na verdade.

I: Qual a sensação?

T: É muito estranho, e também insano que muitos fãs viajam ao redor do mundo pra ver meus shows. Muitas vezes eu vejo as mesmas caras em diferentes países. Eles definitivamente vêem meus bons e maus dias.

I: Deve ser caro viajar?

T: Eu mesma já pensei muito nisso. Eles disseram que trabalham e economizam dinheiro então eles podem viajar o mundo. Isso é muito louco.

I: Sempre ver os shows da Tarja. Você tem medo de se apresentar? Você parece ser muito auto-confiante.

T: Não, não completamente, é um grande prazer. É claro que fico muito animada antes dos shows, e isso me dá carga extra e ajuda a me concentrar mas não tem nada a ver com medo.

I: Se você não tem medo de se apresentar, do que você tem medo?

T: Ter medo é uma expressão muito forte... Eu não tenho medo do escuro. ARANHAS! Na verdade essa é minha fobia.

I: Há muitas aranhas na Argentina?

T: Sim! *suspiro* Enormes! É horrível, eu mal posso ver aranhas na TV. Apenas mudo pra outro canal.

I: Mas você não as vê em casa?

T: Não.

I: Voltando a Finlândia, com que frequência pedem pra você estar em diferentes programas de tv?

T: Todo tempo. Me pedem há cada ano, durante muitos anos. Mas sempre acontece de não ser a hora certa ou que me leva muito tempo.

I: Entã você teve que dizer não muitas vezes?

T: Sim!

I: Qual a sensação? É tudo muito simples?

T: É o fato de que não posso fazer tudo ao mesmo tempo.

I: Quais seus próximo objetivos na música?

T: Bem, o novo álbum é a maior coisa, e é um álbum muito pessoal pra mim. Então o álbum e a futura turnê. Espero que tudo corra bem e eu fique saudável. Dá muito trabalho.

I: Quantos concertos estão esgotados?

T: Até o final do ano, no momento e em março eu tenho uma tour na América do Sul e em Abril retorno à Europa. O começo do ano é descanso, mas tudo está agendado para o fim de Maio.

I: Há algum show em particular por qual você esteja esperando?

T: Na verdade estou esperando por toda a turnê. Estarei em turnê com o Alice Cooper em novembro.

I: Isso soa maravilhoso.

T: É por isso que estou esperando muito animada, para ver seu show espetacular.

I: Você tem dois irmãos na Finlândia. Timo e Toni, ambos estão fazendo shows e música. Se estou certo, eles também estão no seu álbum?

T: Sim.

I: Vai haver algum projeto com eles?

T: Isso seria divertido. Sim, meus irmãos cantaram no cover "Still of the night". Não estará no álbum, mas será ouvido como bônus. Somos cantores muito diferentes, personalidades diferentes e fazemos diferentes estilos de música, o que é legal porque somos da mesma família, temos a mesma base e ambição. E todos somos leoninos. Estou muito orgulhosa dos meus irmãos, e só desejo pra eles o melhor. Seria muito legal fazer música juntos.

I: Isso é uma promessa?

T: *Risos*

I: Vai haver uma tour nas igrejas ou algo do tipo na Finlândia com todos vocês juntos?

T: Espero que sim, É claro que eu desejo que seja possível, seria maravilhoso.

I: Mas você não vai começar a fazer rap?

T: Não, tenho bom senso.

I: Minha próxima pergunta seria se você queria um rap em uma das próximas músicas, mas pela sua expressão parece que não.

T: O que? Nunca!

I: Isso é um não?

T: Isso é claramente um não!

I: Então acho que é isso.

T: Tudo bem.