Tarja Turunen revela uma grande parte de sua alma em seu álbum.

Todo ano, durante o verão londrino, o sol brilha. E tudo parece mais quente.

-Estou aqui há 10 dias e o tempo não mudou esse tempo todo. Quem disse que só chove na Grã- Bretanha?

A cantora, que levou o Nightwish à fama, senta-se em um café no norte de Londres, perto do estúdio Miloco, em uma esquina das “ entranhas da terra”, Turunen está apresentando “ What Lies Beneath”.  O produtor que está mixando o álbum está presente, o britânico Colin Richardson,  que tem no currículo nomes como Slipknot e Bullet for My Valentine.

-Richardson era um dos principais candidatos para a mixar as canções mais pesadas. Em 2007, o My Winter Storm sofreu com a linha das guitarras, que, não soavam muito “ rock”. As habilidades do Colin vão eliminar esse problema! Ele já trabalhou com HIM, Ozzy Osbourne, e Tim Palmer está trabalhando em alguns singles.

Após um rápido guia de estudo das canções, ela concorda em nos deixar ouvir algumas músicas do álbum. A artista está visivelmente tensa quando Richardson, liga a mesa de mixagem para mostrar o resultado final de “ In for a Kill” , e Tarja elogia o trabalho do veterano britânico.

-Muitas coisas boas aconteceram, estive trabalhando nessas canções por quase dois anos, então conheço cada detalhe delas.

O entusiamo de Turunen é compreensível. Afinal, a produção do álbum é fantástica, Tarja realmente consiguiu uma produção digna de primeiro mundo.

-Estes dois anos de luta ficaram para trás. Afinal de contas, na Alemanha, cada pequeno detalhe do disco depende da total aprovação da Universal Music, então, o álbum estava passando de mão em mão na gravadora. Era uma demo de 16 músicas, que davam um pequeno aperitivo de como seria o álbum. Mas, felizmente, eles gostaram, e, quando cheguei em Berlin, tive o pressentimento de que tudo ia dar certo.

Ainda viva

O nome de Tarja também assina a produção do álbum, o que é uma grande responsabilidade:

-Eu estava procurando e procurando pelo produtor adequado. Mas ao mesmo, eu havia escrito as músicas, e havia muitas delas. Não consegui encontrar ninguém bom o suficiente, então resolvi eu mesma ser responsável pela produção. É claro que foi muito trabalho, por exemplo, antigamente, eu não tinha que ir pro estúdio de noite e ficar até às 8 da manhã. Mas sobrevivi, e só tenho duas rugas pra contar a história.

Quais foram os desafios que você teve de enfrentar?
-Imagine a situação quando eu tive de escolher dois bateristas, e, você tem que escolher entre Mike Terrana e outro que trabalhou com Steve Lukather e Yngwie Malmsteen. É um desafio e tanto!

Também escrevi todas as músicas no piano e depois as apresentei para um grupo de músicos para que estes apresentarem suas ideias para contribuir com a canção. Esse projeto se tornou mais fácil devido ao fato de que,  todos os músicos que trabalharam comigo era velhos conhecidos. Saí em turnê com os mesmo músicos que me ajudaram a gravar o My Winter Storm.

Mick Jagger, Madonna são alguns dos nomes com os quais Doug Wimbish já trabalhou, e Terrana e outros membros da banda, são membros que conheci através de parcerias e turnês. Por isso o processo de gravação foi tão divertido.

My Winter Storm foi completamente diferente. Eu tinha uma visão precisa de como o disco deveria soar, mas o álbum acabou ficando à merçê de outros, e seus pontos de vista eram totalmente diferentes do meu.

Sensação de vazio


Para Turunen, é quase impossível invocar os fantasmas do passado. Mesmo assim, perguntamos à cantora se ela se ouviu o último álbum do Nightwish, “ Dark Passion Play”:

-Eu não ouvi o disco todo. Conheço algumas músicas, e a música do Nightwish sempre foi boa, e o “ Dark Passion Play” não é exceção. Mas o novo disco do Nightwish me trouxe uma sensação de vazio. Foi um sentimento estranho. Não, eu realmente não tenho palavras para descrever.

Como foi a colobaração de seu marido Marcelo Cabuli no processo desse novo álbum?

-Logo quando começamos, Marcelo me assegurou que o álbum daria certo, e que eu ia conseguir fazer isso. Isso me deu coragem, e, é claro que eu consegui.

Foi um processo exaustivo. Nós trabalhamos arduamente em cada canção, e eu ás vezes não conseguia ver a floresta através das árvores, mas Marcelo foi capaz de me fazer trabalhar de uma maneira tranquila, e fazia questão que nada me interrompesse quando eu estava trabalhando.