CARA A CARA COM TARJA TURUNEN
Dentro de mim encontrei uma paisagem

Leitores de “Sí!” fizeram perguntas para a cantora Finlandesa e ela falou sobre suas letras, sua música, seus sentimentos e o novo álbum que a fez ainda mais introspectiva.
Por Pablo Raimondi
Tarja entra na sala e lágrimas começam a escorrer pelos rostos de Maria Laura e Natalia, que não conseguem conter suas emoções por ter seu ídolo tão perto. Neste caso, ídola, semideusa, santa. SanTarja.
“Sí”, junto à Universal, organizou um concurso onde 600 fãs participaram para poder escutar ao What Lies Beneath, o mais recente álbum da cantora Finlandesa, ex-Nightwish. Mas somente 11 foram escolhidos. Para eles, o principal: uma entrevista cara a cara por uma hora. Os olhos de Diego se iluminaram e muitos piscam, talvez se perguntando se estão sonhando. Sabina não consegue desviar o olhar dela, enquanto Tarja, vestindo preto, olha candidamente seus onze apóstolos.  Ela sabe que está causando uma impressão. Eles finalmente terminam de escutar ao álbum  e ela se senta à ponta de uma grande mesa de vidro. “Então? O que vocês acharam?” quebra o gelo, com seu sotaque Argentino misturado com Espanhol. Silêncio mortal, meio por respeito. Com um caroço entalado na garganta devido à grande emoção, uma fã vinda de Junín começa a conversa:
María Laura: Com qual música você se identifica mais?
- São todas minhas músicas, é muito difícil escolher uma porque são todas diferentes. Cada música tem um significado diferente para mim.
Natalia: Qual foi a música mais difícil de ser trabalhada, tanto no quesito de produção quanto vocal.
- Pela primeira vez eu botei a mão na massa com a produção. Tudo estava em minhas mãos e foi difícil! (risos) É complicado saber o que escutar a encaixar na música. A mais difícil de cantar foi “Still of The Night” (o cover de Whistesnake que vem na edição deluxe do álbum). Horrível! E para produzir, Crimsom Deep, a música que fecha o álbum: foi gravada por dois bateristas, Mike Terrana e Will Calhoun, tocando um em frente ao outro. Além disso, tem uma orquestra e um coro.
Florencia: As músicas são baseadas em experiências pessoais ou são histórias inventadas?
- Em coisas que eu vivi e vivo.  Cada experiência como mulher atingiu meu coração. É muito difícil tentar e parar de ser eu mesma. E também tem lindas histórias de fantasia. E histórias tristes, como prostituição e abuso infantil. Para este álbum eu tive que olhar para dentro de mim. E encontrei uma paisagem.
Analía: O que você quismostrar no vídeo de “I Feel Immortal”
- Eu queria gravar algo imortal, mas nada na vida é imortal exceto a natureza, se for cuidada. Primeiro eu quis vir à Argentina e filmar nas geleiras, Cataratas do Iguazú, Bariloche. O diretor alemão ficava dizendo “Mas é muito longe”. Então ele sugeriu que fossemos para a Islândia. Foi minha primeira vez lá.
Noelia: A escutei pela primeira vez cantando “Phantom of The Opera”... Que tipo de música você gosta de ouvir?
- Depende do meu estado emocional. Música é uma escapatória dos seus pensamentos. Um jeito de relaxar.  Eu trabalho tanto, se eu escuto algo tem que ser bem relaxante.
Sabina: Se você tivesse que escolher um sentimento para expressar, qual seria?
- Não existe apenas uma emoção certa. Sou uma contadora de histórias que partilha sentimentos.
Andrés: O que você pode nos dizer sobre a próxima turnê?
- Comecei na Holanda e vou fazer uma turnê na Europa até o final do ano. Vou dar um tempo em Janeiro e em Março eu vou tocar na Argentina: Farei dois shows, no teatro Gran Rex. E um em Rosario. E também no Uruguai.
Andrés: Foi graças ao seu marido argentino (o empresário Marcelo Cabuli) que você conseguiu se adaptar a nossa cultura?
- Sim. Eu como churrasco... Eu faço churrasco! E vou ver o San Lorenzo. (time de futebol que ela torce.)
- E você toma mate?
- Não, é muito forte, eu me sinto como se estivesse bêbada.
María Laura: Qual é o seu sonho?
- Acho que estou sonhando. Eu sou uma mulher muito romântica, Quero ter uma família, ser mãe. Meus sonhos são pequenos, Não construo castelos no céu.