Olá, é um prazer ver você na França duas vezes em um mês, especialmente visto que seu último show aqui foi há três anos! Como você se sente?
Tarja: Estou muito animada, especialmente agora que meu álbum finalmente será lançado na França. Também fico feliz quando penso sobre o que aconteceu há algum tempo atrás e ver que agora meu álbum estará disponível na França. Espero que os franceses gostem e o achem interessante.

Quais lembranças você tem do show em Paris do dia 10 de Outubro? O público foi mais receptivo do que no show de 2007?
Tarja: Sabe, foi um prazer pra mim ser ouvida naquele dia, especialmente eu não estava me sentindo bem. Eu estava surpresa em ver quantas pessoas vieram. O show foi ótimo porque quando você está apaixonada, você demonstra na música. E ver aquilo me deixou feliz. Tocar aqui é divertido porque tenho muitos fãs nesse país, e eles me conhecem bem. É verdade que o show anterior foi muito, muito bem. Eu me perguntava sobre isso o tempo todo, em reflexão, eu acho que foi por causa da turnê e da preparação do álbum.

Falando do WLB, esse álbum é definitivamente mais metal e mais poderoso do que o MWS. Com numerosas colaborações e surpresas, você pode explicar o processo de criação do álbum e as principais diferenças entre ele e o MWS?
Tarja: Levaram-me dois anos para terminar todas as músicas. No momento em que eu estava as escrevendo, eu não tinha certeza em qual direção ir ou como usar o material que eu havia escrito. Quando terminei o WLB, imediatamente descobri o título do álbum e a direção musical que eu queria ir. Estava feliz com o nome porque soa muito bom e representa realmente bem o que eu queria dizer sobre os mistérios que se encontram nas pessoas. O processo foi longo porque eu estava em turnê quando escrevia as músicas. E quando você está em turnê você fica muito concentrada nos shows e não tanto em compor. Foi longo, mas bom, eu estava trabalhando com os mesmos músicos e as mesmas pessoas no estúdio. Foi muito mais fácil do que no álbum anterior.

A música mais original obviamente é Anteroom of Death, como você teve a idéia de compor essa música e especialmente essa introdução?
Tarja: Estou apenas sendo um monstro (risos). Você tem que acreditar em mim. Eu estava no Caribe, a qual é uma bela ilha, e eu estava no terraço do meu local, bebendo meu café quando ouvi um barulho (faz o barulho) e disse a mim mesma que era um som muito irônico e também feliz. Disse a mim mesma que poderia usá-lo. Eu disse aos meus amigos e começamos a escrever a música com diferentes tempos, e com um aspecto progressivo como em Bohemian Rhapsody, já que sou uma grande fã de Queen. Para mim, essa é a maior canção na história da música.
Eu queria essa música para ser single do álbum, mas a gravadora me disse que não poderia ser single porque não fui a única que a compôs. Mas eu não me vejo apenas como compositora. Eu prefiro ser criativa e focar em uma música. Não sigo tendências e a moda que está na música mundial no momento. Tenho meu próprio estilo e acredito nele. Também tenho liberdade em escrever músicas. Anteroom of Death é muito chocante para meus fãs, e isso é uma parte da liberdade que quero como uma artista e é uma coisa boa.

Não é muito comum para uma artista solo ter sempre o mesmo line-up. Você acha que no futuro os músicos estarão integrados em uma banda, eles aparecerão como uma verdadeira banda?
Tarja: Não temos falado sobre isso. Todos estão ocupados com certos projetos. Mas acho que os caras se assustariam em tocar em uma banda, eles estão felizes em estar em turnê. Não estou dizendo que eu não queria fazer parte de uma banda, poderia ser possível. No momento estou realmente feliz com esses músicos e sinto como em uma banda. Por exemplo, WLB não seria o mesmo sem essas pessoas, sem suas paixões. Trabalhamos juntos e seria diferente sem eles. Tê-los é um presente.

Você fará outro vídeo pra promover o álbum?
Tarja: Amo vídeos, amo câmeras e filmagem. Gosto de filmar nossos momentos em estúdio para mostrar nosso trabalho. Tivemos um ótimo momento, como uma família em estúdio.
Amo vídeos em geral, e a parte visual deles, mas não sei qual música seria escolhida para um outro vídeo.

Como você teve a idéia de convidar Phil Labonte para cantar em Dark Star? Ouvimos o refrão, foi sua escolha ou dele? Como teve a idéia de usar esse tipo de voz na sua música?
Tarja: Dark Star foi a canção mais longa pra fazer, e até eu gravar os vocais para ela achei que era algo perdido. Foi bom, mas faltava algo. Estava falando com meu marido sobre um dueto, mas um dueto de verdade, porque aquilo era o que a música precisava. Eu queria algo mais poderoso. Eu chorava por causa da minha voz, e tinha uma voz poderosa, mas aquilo era tudo. Foi bom e claro, mas eu queria algo mais sombrio. E então nós imediatamente pensamos em Phil. Eu o contatei, nós discutimos sobre isso no Skype e ele estava animado. Ele fez um ótimo trabalho e estou realmente feliz.

Os fãs franceses tinham dificuldades em achar seu álbum, você pode nos contar mais sobre sua colaboração com a XIII Bis Records? O que significará para os fãs franceses?
Tarja: Já trabalhei com a XIII Bis Records com os três primeiros álbuns do Nightwish, e eles fizeram um bom trabalho. Estou feliz em trabalhar com eles novamente porque eles me conhecem e gosto de trabalhar com pessoas que me conhecem.
Além disso, vocês terão uma edição maravilhosa com 3 músicas bônus, todos os vídeos e 15 minutos de making of.

Qual sua banda favorita de metal? Qual te influencia?
Tarja: Na verdade, isso depende. Às vezes escuto Slipknot, ou outras bandas mais brutais. Mas por outro lado, também gosto de Korn e Disturbed quando vou correr. Também ouço rock, música clássica e trilha sonora, especialmente aquelas que são instrumentais. Trilhas sonoras me relaxam e é uma paixão pra mim.

O que você acha da evolução da sua carreira? E como você acha que seria o futuro?
Tarja: Foi como uma jornada, é difícil explicar. Seis ou sete anos atrás eu não podia pensar em onde estaria agora. Nasci em uma vila de 500 pessoas e agora vivo em Buenos Aires, com 15 milhões de pessoas. Foi uma grande jornada. Minha vida é uma jornada, e é como um presente, é inacreditável. Tenho fãs maravilhosos e posso fazer música, que é minha paixão. Não quero mudar nada porque estou muito feliz assim.

No final da entrevista, as últimas palavras são suas...
Tarja: Espero vir aqui novamente em breve. Vi que o álbum não estava disponível na França e fiquei muito desapontada, então quando meu marido disse que tínhamos uma outra oferta, fiquei feliz. Obrigada!