004 - Rock Hard

Enquanto os companheiros de banda de Tarja estão sentados juntos a cervejas e revistas pornôs baratas, a cultivada mulher de 27 anos está buscando paz em seu camarim. Embora ela seja uma pessoa mente-aberta, pode se dizer pelo rosto dela que toda essa bagunça acerca de sua pessoa está sendo um pouco demais pra ela. No meio de todas essas atividades de promoção, em geral sempre as mesmas coisas, a “talk Box” da Rock Hard é a mudança mais benvinda para ela, ele está respondendo todas as questões extraordinariamente franca e amigável.

Tarja, onde você cresceu?
Cresci em um pequeno vilarejo chamado Puhos; não mais que 400 pessoas vivem lá. Como você pode imaginar, é muito rural lá.
O afastamento que vivenciei lá está marcado em mim, porquê até hoje eu gosto de calma. Para ir a escola, eu tinha que me dirigir a cidade mais próxima, que tinha uns 10.000 habitantes, que também não é um grande capital. Então eu sou uma garota do interior da cabeça aos pés.

Onde você gostaria de morar?
Não sou presa a um determinado país ou cidade. Posso viver em muitos lugares. O mais importante é que isso está muito longe da atmosfera agitada que as metrópoles tem. Mas não pretendo desistir dos confortos da civilização e fazer uma viagem diariamente só para comprar pão. Meu ideal é uma cidade pequena que ofereça tudo que eu preciso, mas que possa me dar à oportunidade de ficar sozinha e viver minha vida em paz.
Eu tenho esse idílio na minha casa na Finlândia. Mas eu também vivo em Buenos Aires por causa do meu marido, um argentino com quem me casei a um ano e meio atrás. Lá nós temos um apartamento no centro da cidade. Isso é um certo contraste.

Então, falas espanhol?
Sim, estou aprendendo essa língua já a algum tempo e estou melhorando mais e mais. Eu não consigo me expressar 100% mas enquanto isso eu consigo entender tudo. Por causa disso eu me sinto realmente em casa na Argentina. Apesar de todos saberem que sou uma estrangeira por causa dos meus cabelos escuros – deve ser os olhos verdes também, é muito raro lá. Infelizmente a maioria dos caras na nossa vizinhança são mal-educados e implicam comigo de forma muito desagradável. Eles assobiam, aproximam de mim com seus carros e buzinam ou então ficam no meu caminho. Mesmo que não seja do meu feitio eu tenho que ser grossa pra me deixarem em paz. (risos)

Em qual época você gostaria de viver se pudesses viajar com uma maquina do tempo?
No século passado.

No século 20?
Não, no 19 claro! Eu tenho que me acostumar com o fato de que estamos vivendo no século 21 agora! (risos)

Do seu ponto de vista, qual a invenção mais importante da humanidade?
Definitivamente o celular! Especialmente em minha profissão, quando se está na estrada a muito tempo, não tem preço estar disponível todo o tempo então assim você pode estar em contato com as pessoas queridas.

Qual foi o pior trabalho que você já teve?
Eu trabalhei em um navio por três meses. Numa rota, que ia através de diferentes canais. Eu tinha que pula de um lado para o outro para prendê-lo na área do desembarque. Foi um tanto perigoso. Mas o problema principal era que esse era um típico “trabalho de homem”, então eu tinha alguns colegas homens. Então claro que havia piadinhas estúpidas toda hora. Eles queriam também brincar de “strong protector” e me manter longe do meu trabalho com uma “atitude de macho”. O capitão era uma pessoa realmente desagradável e ele agarrava minha bunda toda hora. No meu ultimo dia de trabalho eu tive minha vingança e chutei suas “partes”.

Qual foi o rumor mais estranho que você já ouviu sobre si mesma?
Que eu era a mulher com o maior sex-appeal no metal. Tão sem sentido. Eu ainda me sinto como uma garota do interior, que é o que eu ainda sou e eu não tenho nada a ver com essa imagem que a mídia construiu de mim.