Sobre a recepção que teve seu último CD, What Lies Beneath...
Tem sido tudo muito bom, não tenho queixas sobre isso. Temos feito muitos shows na Europa e eles têm sido maravilhosos. Nesta turnê tivemos a oportunidade de estar com Alice Cooper, por exemplo, que é simplesmente maravilhoso..
Sobre sua carreira solo e como se sente ...
Ah, eu me sinto feliz e realizada, sinto que encontrei meu caminho e agora me foco apenas em melhorar. Realmente me sinto privilegiada de poder fazer minhas coisas, principalmente porque é difícil fazer algo seu, você tem que trabalhar um pouco mais, mas vale muito a pena. Também me dá tempo para trabalhar no aspecto clássico da minha carreira, que me faz muito feliz. É uma liberdade que enriquece porque também eu não acho que você pode me categorizar a nível pessoal ou musical. Quando as pessoas me perguntam do que eu gosto mais, se o metal ou clássico, eu respondo que eu gosto de ser uma cantora, assim sem barreiras, porque eu amo a música 100%, independentemente da sua origem.
Sobre sua recente participação como cantora dentro de uma igreja...
Oh, foi uma experiência muito diferente, as pessoas são muito mais caladas do que em um show de rock. Mas a experiência foi muito emotiva, você os tem mais próximos e se via que estavam comovidos com a música, podia ser visto em seus olhares. Era tudo mais sério, acabavam as músicas e se levantavam para aplaudir, foi muito bonito, espero nunca perder esse dom de poder cantar e provocar essas sensações nas pessoas. E é quando você se dá conta de que não importa o gênero que cante. A música é igual a emoção, e é um aspecto importante. A mim, não importa se é clássico ou rock, eu sempre trato de colocar o coração no que canto, porque já fui público em ambos os mundos e há vezes em que falta a emoção e se eu não tiver esse sentimento por parte do artista, sinto que tudo fica mais pobre. Por isso mesmo trato de por sentimento em minha música.
Sobre o futuro do CD...
Acredito que dentro de não muito tempo, não haverá mais CD. Está desaparecendo e os artistas agora devem buscar outros meios e ainda mais eu, que tudo o que acontece na vida tem a ver com a música haha. É um fenômeno curioso porque por exemplo o LP nunca se foi totalmente, ainda os encontro em lojas de discos e livrarias e apesar de serem raras e peças de coleção, aí estão, eu acredito que com o CD isso não acontecerá. Se fosse por desejo, eu sim quero ter o produto físico em minhas mãos, tocá-lo, senti-lo. Não quero que chegue o dia em que tudo seja digital. Por enquanto eu vendo discos físicos, podem comprar na minha página na internet.
Sobre sua banda...
Ah, mas todos são absolutamente profissionais. Todos tem outras bandas e têm que resolver agendas, mas vale muito a pena escutar-los a tocar ao vivo. Por essa razão (por seus trabalhos em outras bandas) é que meus shows se agendam com muita antecipação. Por exemplo, Christian (Kretschner), o tecladista, tem alguns shows na Europa, mas volta a tempo para a turnê. Vão ir ao México também: Mike Terrana, Max Lilja, Doug Wimbish, levarei um novo guitarrista que se chama Julián Barret (Barilari). É argentino e tem um qualidade impressionante: e nos conhecemos, trabalhamos juntos em algumas demos e músicas.
Sobre Mike Terrana...
Bom, minha música é muito diferente do que ele tem feito normalmente, mas sei que ele desfruta muito. E é que tenho influencia do metal, mas é só a influência, de verdade não acredito que seja metal. Eu acredito que isso para ele seja um desafio, para ele e para eles (outros músicos de sua banda). Acredito que a diversidade é boa, e ele é capaz de tocar qualquer coisa, é um gênio na bateria, o conheço desde 1999 e desde então gosto de sua repercussão musical, sua forma de entender e interpretar as percussões, no solo da bateria. Sei bem do que é capaz, confio plenamente nele e em todos, é graças a eles que What Lies Beneath é o que é.
Sobre o desenvolvimento de sua carreira sem o apoio da mídia do nome Nightwish...
Vai muito bem. Desde que comecei como solista tenho ido bem, ainda que no começo em alguns países nem sabiam que eu existia (risos). Agora é tudo muito melhor, temos viajado e tocado na América do Sul, leste da Europa... nesses lugares foi tudo muito bom. Na verdade estou muito agradecida com os fãs de todo o mundo que têm mantido este sonho vivo.
Sobre sua experiência com selos discográficos...
Bom, já estive antes com a Universal Music, conheço as pessoas desse selo na Alemanha. É um contrato de alcance mundial que tem muitas vantagens e também tem sua parte negativa. Há vezes que devo lutar mais forte por meus direitos, mas no geral, tem sido positivo.
Sobre sua opinião pessoal sobre a América Latina, especialmente a partir da perspectiva de uma finlandesa ...
Bem, eu acho que deveria começar dizendo que tenho orgulho de ter nascido na Finlândia. É o melhor país do mundo, é claro para mim. Mas agora eu tenho vivido vários anos longe, especialmente na Argentina, e eu adoro isso. Acho que o que separa a América do resto do mundo é que vocês são muito apaixonados, não se calam, falam o que sentem. São livres neste sentido: se estão felizes, mostram, se eles estão com raiva, mostram, sabe? Essa liberdade me dá muita inveja boa. Na Finlândia as pessoas não falam, não se expressão e é muito frustrante. Todos ficam em silêncio, até que o álcool entra em jogo e em seguida, soltam as línguas e os problemas surgem, porque, como os sentimentos são mantidos, e, quando bebem os liberam e muitas vezes ferem as pessoas. Esta é talvez a maior diferença que vejo entre eles.
Sobre sua carreira dentro de dez anos...
A pergunta difícill. Se tenho de ser totalmente honesta devo dizer que penso na maternidade. Já estou casada há 10 anos e tem sido uma viagem maravilhosa, temos estado muito bem, é uma relação sólida e a verdade é que acredito que seria um bom momento. É algo que quero fazer, quero ser mãe e se isso acontecer, me dedicarei totalmente a isso. Talvez projetar 10 anos é complicado por isso. Por enquanto desfruto totalmente o que faço, estou muito emocionada de voltar ao México e que venha o futuro, o que posso garantir é que se o fizer, os avisarei.
2011 - Dilemma
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