A cantora finlandesa, lembrada pelas interpretações poderosas com a banda Nightwish, está em Lima para seu único show essa noite no Teatro da UNI.

Por: Francisco Melgar Wong

Com uma formação clásica realizada em ilustres escolas alemães e uma estancia larga como cantora da aclamada banda de Metal, Nightwish, a voz de Tarja Turunen foi educada para se adaptar às exigências mais extremas. Como parte de sua tour pela América do Sul, essa voz privilegiada chegou a Lima e falou de maneira exclusiva com El Comercio.

El Comercio: Seu CD mais novo „What Lies Beneath“ foi gravado com uma banda de músicos muito diversificados.
Voce poderia trabalhar com gente que não está relacionada com o mundo do Metal?

Tarja Turunen: Fui muito afortunada em achar os músicos e os que fizeram os arranjos orquestrais que ao final trabalharam no álbum. A música que faço hoje é diferente da que eu fiz com a banda. Para comecar, não escrevi músicas para o Nightwish, somente as cantei. Quando comecei a minha carreira como solista, notei que eu podia chegar a escrever minha música. Foi um verdadeiro prazer e uma viagem extraordinária.

Magia: Tarja é dona de uma voz maravilhosa. Isso vamos confirmar nessa noite ao vivo.

E.C.: Escrever músicas foi uma das razões pelas quais você saiu de Nightwish?

TT: Não. Não foi minha decisão sair da banda, foi deles.

E.C.: Como foi seu primeiro encontro com a música clásica?

TT: Antes de começar a falar, eu já estava cantando. Meu primeiro show eu fiz quando eu tinha 3 anos. Diante da minha familia, claro. Meus pais eram cantores muito bons, mas ninguém deles se dedicou a estudar música. Eu fui a primeira da família em fazer isso. E me refiro à música clasica.

E.C.: Sibelius tinha algo a ver com essa decisão?

TT: Bem, gosto muito de Sibelius. É o pai musical da Finlândia. Mas tinha mais a ver com as melodias que eu fiz com um teclado com 6 anos que eu tinha em casa. Meus pais repararam a minha aptidão e me inscreveram. Ao fim acabei estudando "Lied“ na Alemanha.

E.C.: Você queria ser roqueira nessa época?

T.T.: Não. Queria ser cantora de ópera. Realmente, é algo que ainda quero ser. Mas quando comecei a cantar com o Nightwish, as coisas mudaram, mas isso não fez com que eu esquecesse meu sonho de fazer música clássica. Se alguém me perguntar se sou cantora clássica ou cantora de rock, teria que dizer que sou somente uma cantora.

E.C.: Trabalhar com arranjos orquestrais em "What Lies Beneath“ foi uma maneira de se conectar de novo com o mundo clássico?

T.T.: Gosto muito do som da orquestra. Tive a possibilidade de cantar num show que me convidaram e esse ano quero gravar um CD com uma orquestra em todo caso. O melhor de fazer música clássica e trabalhar com gente nova e

nao dormir sobre os louros é que sempre se aprende algo novo. Isso é o melhor.