Cada música nova é como um novo filho

No sexto ano após sua saída do Nightwish, Tarja está trabalhando mais do que nunca, e colocando todo o seu entusiasmo em sua carreira solo. Ela deixou o Nightwish, porém não os deixou por completo- nesse momento, o processo contra a biografia “Once Upon a Nightwish” escrita por Marc “Mape” Ollily, que apresenta declarações controversas sobre o marido e empresário de Tarja, Marcelo Cabuli, está sendo levado ao tribunal. Tarja, infelizmente, recusa-se a a responder qualquer pergunta sobre o assunto, pois o processo ainda está em andamento. A revista Dark Vibe conseguiu informações exclusivas sobre o seu futuro próximo assim como sua vida como artista solo.

Você está fazendo uma nova turnê na  Alemanha- sua turnê do What Lies Beneath  passou por aqui há seis meses e lotou. Seus fãs ficam felizes em ver você em intervalos de tempo tão curtos. Você ainda fica um pouco ansiosa quando sai em turnê?

Antes de cada nova turnê eu trabalho muito, e ainda fico um pouco ansiosa quando vou me apresentar com a minha banda. Durante esse curto período de tempo aconteceu muita coisa na minha carreira, e como artista, obviamente, preciso fazer o que eu gosto, e o que amo mesmo é música. Estou tão feliz e tão satisfeita de ter conseguido continuar essa carreira internacional, e tenho recebido muito amor e um ótimo feedback dos meus fãs.

What Lies Beneath é seu terceiro álbum solo. É mais fácil para você expressar-se como artista, encontrar uma maneira de fazer esse tipo de música tão diferente como você faz, quando nenhum dos membros da sua banda tem objeções ou sugestões, ou é mais difícil trabalhar assim?

Eu considero o What Lies Beneath meu segundo disco solo, já que o álbum de natal, “Breath from Heaven”, conta como parte de um dos meus projetos anteriores. Liberdade é o que eu tenho agora como artista, e isso é sempre uma benção. Encontrei pessoas ótimas e leias que estão trabalhando comigo agora, que acreditam em mim e me respeitam. Partilhamos das mesmas ideias e valores, somos honestos uns com os outros, mas é claro que a gente nunca ouve sempre tudo o que quer. Mas isso não importa. Essa é a vantagem quando se tem respeito e confiança; eu posso apreciar totalmente a minha arte, e ficar completamente aborta nela, porque sei que nunca estou sozinha. Os músicos que estão envolvidos com o meu álbum criaram  arranjos magníficos, e suas contribuições para as minhas músicas são maravilhosas. Sem essa cooperação dos caras, minhas músicas não seriam tão boas quanto são no álbum. Quando desisti de uma banda permanente e começei a trabalhar com músicos contratados, escolhi pessoas que são muito próximas a mim e que gostam da minha música, além de terem uma grande influência na minha arte.

Quando você faz música hoje em dia, não é como se fosse mais um membro de uma banda; hoje em dia, você é a chefe. Isso mudou você?

Acho que é só um pouco diferente da época em que eu costumava ser membro de uma banda. Mas, pra ser sincera, eu não me sinto uma chefe entre os músicos. Porém, também teve vezes que tive que tomar algumas decisões não muito agradáveis. Mas não sou muito diferente dos outros músicos. Todo mundo tem que tomar decisões difíceis em algum momento de nossas vidas.

 Cada um dos músicos que trabalham comigo entendem o fato de que eu tenho que me comportar de uma certa maneira, dependendo da situação- seja na turnê ou no estúdio. Eles estão sendo pagos, e fazem o melhor para me apoiar. Eles são simplesmente magníficos, e juntos formamos um ótimo time. Geralmente eu componho a maior parte das minhas canções sozinha ou com outros compositores,mas eu nunca fiz isso com uma banda! Isso é, sem dúvida, muito divertido, escrever aqueles primeiros esboços de música pra depois completar tudo no estúdio. No fim das contas, a música é meu “filho”.Isso me faz muito feliz,e me realiza poder cantar minhas próprias músicas; e, tenho um pressentimento de que estou cantando melhor do que nunca por causa disso.

Muitos dos que escrevem músicas tem medo daquele papel branco em cima da mesa. O que inspira você a escrever músicas como artista solo? Você pode dizer alguns dos seus truques para atrair inspiração?

 Quando eu componho, geralmente penso primeiro na música e na letra. Assim, eu consigo entender melhor sobre o que eu quero dizer com aquela música, aí ela pode nascer. Eu preciso ter uma ideia precisa do que eu quero escrever e expressar desde o princípio do desenvolvimento. Não importa muito se eu não tenho uma boa ideia para a letra naquele dia; não quero me estressar. No dia seguinte, tudo parece completamente diferente. Quando alguém me força a compor não consigo ser criativa. Estar sob pressão é ter sentimentos ruins, e ninguém precisa disso. É um trabalho criativo. Como eu não tinha sido uma compositora profisssional até agora, não tenho medo do papel branco na mesa. Tudo é possivel quando a gente se sente bem.

Você tem muita experiência na indústria da música. Tem alguma coisa que você gostaria de tentar, ou você tem certeza absoluta de que já encontrou seu estilo, e quer continuar assim? Você já se sente uma artista consagrada?

 Na verdade eu ainda me sinto como se navegasse em alto mar, e agora quero navegar para o mar aberto. Nunca me permito ser classicada em qualquer categoria, já que descobri que posso trabalhar tanto com música clássica quanto rock, e eu me divirto com essa possibilidade de quebrar as regras do mundo da música. Mas sempre tento me lembrar de que ninguém consegue ser perfeito no que faz. Ter essa experiência me faz trabalhar muito, e também gostar de aceitar novos desafios. Estou muito curiosa para saber o que posso conquistar com a minha música.


Tradução: Grace Kohlmann