Tarja Turunen está de volta ao Brasil no próximo mês com a turnê do disco “What Lies Beneath”. A cantora conquistou fãs no País quando ainda era vocalista da banda Nightwish e esses fãs a acompanharam em sua carreira solo.
Para os novos shows no País, Tarja está acompanhada de Mike Terrana (bateria, Masterplan, Savage Circus, Rage ex, ex Malmsteen), Christian Kretschmar (teclados, Schiller), Kevin Chown (baixo, ex Tony Mac Alpine, ex Azulejo), Alex Scholpp (guitarra, Boys, ex-Farmer) e Max Lilja (cello, Heveína, ex-Apocalyptica). A cantora se apresenta nos dias 04, 05 e 08 de abril, em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.
Antes de desembarcar por aqui, Tarja falou ao Território da Música sobre sua carreira, relembrou a saída do Nightwish, a apresentação ao lado do Angra no Rock in Rio e também contou sobre o novo álbum, que já está a caminho. Confira abaixo.
“What Lies Beneath” é seu segundo álbum desde a saída do Nightwish. Depois de sete anos, como você avalia essa época, a saída conturbada da banda?
Tarja Turunen: Eu nunca estive tão feliz fazendo música como estou agora. Eu sinto que tive que passar pelo que passei com a banda porque no final resultou nisso: felicidade. Tenho curtido muito esses sete anos como artista solo, viajando pelo mundo e apresentando minha própria música aos meus fãs. É um presente inacreditável e me sinto abençoada por poder fazer o que mais gosto: música. Eu sou realmente agradecida que meus fãs possam sentir a mesma paixão que eu sinto todos os dias com minha música.
Você e Tuomas Holopainen mantém algum contato?
TT: Não.
“My Winter Storm” foi seu primeiro disco desde a saída da banda. Ele é mais suave em termos musicais e se distancia do som do Nightwish. Você não teve receio de afugentar os fãs que havia conquistado na época do Nightwish?
TT: Eu não escrevi canções quando estava no Nightwish, então o que você ouve em meus álbuns é a alma que vive na artista que há dentro de mim. Eu não quero sequer olhar para trás para quando comecei a compor minhas próprias músicas. Eu acho que não seria verdadeiro se eu fizesse isso. Eu tive que encontrar o que realmente me move musicalmente, o que eu quero dizer com minha música.
A razão pela qual eu faço música não é ter que agradar alguém com isso. Eu faço música para mim. Então, não, eu não tive receio de perder fãs que me apoiavam quando eu estava na banda. Normalmente as pessoas ouvem música porque isso provoca alguma emoção e eu faço música pelo mesmo motivo.
“What Lies Beneath” tem uma música mais pesada e até um tanto sombria. É o caminho que você pretende seguir daqui pra frente?
TT: Eu passo boa parte do meu tempo viajando e vejo coisas que acontecem ao meu redor todos os dias. Eu escrevo sobre minha jornada e sobre o que me comove, pessoalmente. Eu sou uma sonhadora e minha música tem muito em comum com meus sonhos. Quando começo a planejar um álbum eu não consigo ver no começo aonde ele vai me levar.
Eu sempre tenho algum conceito ou uma história forte na minha mente e minha música se desenvolve naturalmente. No meu próximo álbum os elementos são mais ou menos os mesmos de “What Lies Beneath”, mas tenho certeza que algumas coisas ainda vão mudar. Eu gosto de aceitar desafios.
Esse disco, aliás, contou com alguns convidados pra lá de especiais. Como foi ter em seu disco o guitarrista Joe Satriani?
TT: Eu adoro trabalhar com outros artistas, pois aprendo com eles. Cada um trabalha do seu jeito e isso é muito interessante. Joe [Satriani] foi gentil em participar do meu álbum e fez um ótimo trabalho. Eu o admiro como guitarrista e fiquei honrada em tê-lo no meu disco. Eu o encontrei apenas uma vez nos EUA e alguns dias depois ele já havia gravado sua parte. Muito eficiente!
Você anunciou que assim que terminar a atual turnê, começará a trabalhar em um novo disco. Você já apresentou algumas das novas canções e agora a pouco comentou que os elementos são mais ou menos os mesmos de “What Lies Beneath”. Compartilhe mais algumas novidades conosco...
TT: Eu tenho uma ideia na minha mente, embora o novo álbum não seja conceitual. Eu seguirei um fio condutor no álbum com algumas histórias. Eu já escrevi várias canções, toquei algumas delas ao vivo na atual turnê. A produção do álbum começa em junho. O processo de composição vai continuar assim que esta longa turnê terminar. Eu não vejo a hora de voltar a escrever canções de novo!
Nos dois discos lançados, você escolheu canções de artistas de hard rock para versões - “Poison” do Alice Cooper e “Still of the Night”, do Whitesnake. Como você os escolheu? Seus discos sempre trarão um cover?
TT: Eu adoro fazer versões pois isso é sempre um grande desafio. E nunca farei uma versão que não tenha nada a ver comigo, mas sempre faço com que a canção soe como se fosse minha. Essas canções que você mencionou foram muito importantes para mim quando eu era jovem. Eu vi o desafio e a oportunidade nelas e as escolhi por essas razões. Eu ainda não sei se farei alguma versão para o novo álbum, mas seria divertido.
Como está o projeto com o baterista Mike Terrana, o Beauty And The Beat Project? Alguma chance de trazê-lo para o Brasil?
TT: Eu me diverti tanto com o Mike quando apresentamos pela primeira vez com esse projeto, na Bulgária, no ano passado, que decidimos continuar com ele no futuro. Estamos planejando uma turnê para abril e maio de 2013. Espero que alguém aí no Brasil se interesse em nos levar para alguns shows, pois seria tornar um sonho em realidade.
No ano passado você tocou no Rock in Rio, ao lado do Angra. Como foi a experiência?
TT: Foi muito bom trabalhar com o Angra, pois eu já conhecia alguns dos integrantes há alguns anos. Foi empolgante para mim e para eles. Infelizmente houve uma série de problemas técnicos naquele dia e a banda não pôde passar o som direito e o som durante o show não foi dos melhores. No final das contas isso não importou, pois tivemos uma ótima experiência com os fãs brasileiros. Eu fiquei impressionada com o tamanho do público naquela noite! Havia pessoas muito felizes em me ver e eu estava feliz em vê-las também.
Você já esteve no Brasil algumas vezes. O que conhece e o que acha do País?
TT: A comida é muito saborosa, especialmente nas churrascarias... Eu amo picanha! Meus fãs no Brasil são muito passionais e atenciosos então é sempre um prazer ter a chance de tocar no Brasil.
O Brasil sempre estará na sua agenda de shows?
TT: Isso sempre depende dos promotores e da possibilidade de fazer shows. Se só dependesse de mim, para escolher os lugares para tocar, é claro que o Brasil sempre estaria na lista.
Qual a expectativa para esses shows por aqui em abril?
TT: Eu estou ansiosa para voltar ao Brasil. Senti falta dos fãs já que faz alguns anos desde a última vez em que estive no País. Já era hora de voltar. Tenho certeza que será maravilhoso então mal posso esperar. Logo mais estarei curtindo aí com vocês. Obrigada por me apoiarem e por me inspirarem a cada dia.
Fonte: Território da Música