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TBR: Max, você já trabalhou com a renomada e mundialmente conhecida banda Apocalyptica. Como é, para você, trabalhar com a voz da Finlândia? Há alguma ocasião engraçada ou peculiar que você possa contar para nós?

M: Trabalhar com a Tarja, sua banda e a equipe é bem tranquilo na maior parte do tempo. Todos são muito profissionais e já conhecemos o melhor e o pior e as rotinas de uns aos outros bem.  Geralmente tudo corre bem, apesar de os tours serem longos e às vezes erros acontecerem, como uma vez onde Mike e Alex ficaram para trás em um posto de gasolina... Imagine chegar no ônibus e perceber que os dois não estão lá! Por sorte Alex estava com seu celular...

TBR: Ano passado fez 10 anos desde sua saída do Apocalyptica. Desde lá, ambos tiveram um crescimento notável, ainda que em direções diferentes. Como você descreveria sua evolução na musica?

M: Para mim, uma parte muito importante de ser músico é encontrar novas formas de me expressar. Pode ser através de novos estilos, sons ou músicas. Nos últimos anos eu tenho tocado vários estilos, e isto me ajudou a encontrar meu próprio som.

TBR: Qual sua relação com os membros do Apocalyptica hoje? Foram conflitos internos que fizeram você deixar a banda?

M: Isso foi há muito tempo. Por alguma razão nós perdemos a comunicação e não podíamos continuar. Nós não estamos mais em contato.

TBR: Você teve a chance de tocar em algumas bandas de metal, e agora está lançando seu primeiro disco solo, Eletronica by one Cello. Há algum lado seu que ainda não conhecemos?

M: Eu sou um cellista com treinamento clássico. O sucesso com Apocalyptica me encorajou a continuar experimentando com a minha própria musicalidade e este é o caminho pelo qual eu ainda sigo. Eu não diria que tenho lados diferentes, eu só nunca entendi o conceito de limitar minha musica a um só gênero...

TBR: Como você descreve a emoção de criar seu primeiro álbum solo?

M: A ideia de criar um álbum solo veio uns dez anos atrás, e há uns seis ou sete eu decidi fazer isso acontecer. Ainda levaram muitos anos para eu compor as musicas e produzir o álbum. O maior desafio era, como sempre que você tenta fazer algo que nunca fez antes, não ter referências. Você simplesmente tem que acreditar que está fazendo as decisões certas. Tem sido um longo processo, mas não é só por este álbum, é por algo que vai no geral me fazer um músico melhor. Estou muito feliz com o resultado, acho que alcancei algo bom e mesmo com todos os pontos bons e os pontos ruins eu me diverti muito!

TBR: Quem são suas influências na musica? Quem te inspira?

M: Minhas influências vêm de muitos lados. Todos os artistas que continuam a criar algo novo e têm suas próprias “coisas” são inspiradores.

TBR: Como surgiu a ideia de usar efeitos de Guitarra para o seu Cello?

M: Antes mesmo de o Apocalyptica surgir eu já usava algum tipo de distorção para meu Cello. Em 2006 eu realmente corri atrás disso e comecei a experimentar com todo tipo de efeito para aumentar minha paleta de sons. Efeitos são muito uteis em dar cor ao seu som e em te encaixar na mixagem final. Por exemplo, na banda da Tarja eu toco em diferentes papéis com meu Cello dependendo da música. Posso fazer o papel de uma segunda guitarra ou um segundo teclado ou como Cello ou como simplesmente algum som a mais. E todos requerem uma imagem de som completamente diferente. Hoje em dia eu uso efeitos que são de uso universal, não só para uma guitarra ou baixo, mas para todos os instrumentos.

TBR: O que te fez querer fazer um álbum eletrônico? Quais foram suas influencias para ele? Como você escreveu as músicas?

M: Eu queria criar algo novo, levar o Cello e o instrumentalismo a um novo nível, e naquele momento eu percebi que posso criar uma variedade enorme de sons no meu Cello, e que todos estes sons podem ser colocados juntos para criar algo que nunca havia sido feito antes, então eu soube que havia achado um caminho para isso.

Eu sempre gostei de musica eletrônica, como Massive Attack, Kraftwerk e Moby. Como já disse, nunca me limitei a um só estilo musical. O núcleo de todas as musicas do meu álbum solo nasceu de “brincadeiras” com o Cello. Depois eu comecei a experimentar com as primeiras demos, tentando achar diferentes arranjes, e por fim gravei novas demos e fiz as decisões finais do que tinha funcionado e do que não tinha. Então gravei o que podemos ouvir agora. As últimas demos são, na verdade, bem diferentes das versões finais, que são mais focadas.  

 

TBR: Como surgiu a ideia para seu primeiro clipe? E qual o motivo da escolha daquela animação?

M: Para o clipe de I sound my sound eu queria usar uma arte já existente, para dar apoio a outros artistas. Eu achei as pinturas de Anttis em uma exposição e as adorei a primeira vista. A maior parte das coisas na musica e nos vídeos de musica são feitas de novo e de novo... Eu queria algo diferente.

 

TBR: Das musicas que você já disponibilizou em seu site, qual sua favorita?

M: Isso é difícil... Eu realmente gosto muito de todas... E as conheço muito bem também...

 

TBR: Você já tocou algumas vezes no Brasil com a Tarja. Qual sua impressão do país e dos fãs? Qual a melhor memória que você tem do nosso país?

M: É sempre fantástico tocar no seu belo país! Os fãs são maravilhosos! Nós também fizemos algum turismo aí. Por exemplo, no Rio, nós fomos ao Maracanã assistir a um jogo de futebol. Nós estávamos no meio dos percursionistas...! E a comida é ótima também!

 

TBR: O que a música e o Cello significam para você?

M: O Cello é um pedaço de madeira que eu uso para me expressar. Musica é a minha vida!

 

TBR: Quando você começou a se interessar pelo Cello? Você toca mais algum instrumento?

M: Eu comecei com o Violino quando tinha cinco anos, e troquei para o Cello com sete. Também estudei um pouco de Piano, mas é no Cello que sou bom.

 

TBR: Você planeja sair em Tour com seu novo álbum? Este tour incluiria o Brasil?

M: Seria ótimo fazer alguns shows solo, especialmente no Brasil! Espero que isto seja possível um dia.

 

TBR: Como tem sido trabalhar com Tarja todos estes anos? O que você poderia nos dizer sobre ela?

M: Trabalhar com Tarja é muito fácil... Ela é uma artista muito talentosa, e tem respeito por nós, seus músicos.

 

TBR: Você trabalhou em My Winter Storm e What lies Beneath com ela. Qual dos dois você gosta mais?

M: Na verdade, eu não toco no My Winter Storm. O cellista é um cara americano. Eu toco algumas musicas no What Lies Beneath...é o álbum que eu gosto mais... Surpresa...

 

TBR:  O que você acha do novo álbum da Tarja ? O que nós, fãs, podemos esperar dele, alguma notícia? Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para parabenizá-lo por seu talento musical, adoramos o som de seu violoncelo!

M: Obrigado! Para ser honesto eu não ouvi o álbum ainda... apenas algumas músicas. Grandes canções, Rock! Estou ansioso para isso!

TBR:  Porque você escolheu o violoncelo como seu instrumento? Quando você começou a tocá - lo?

M: Eu não me lembro porque eu mudei de um violino para um violoncelo. Talvez o violino tornou-se pequeno demais para mim...

TBR:  Como foi sua infância? Lembra as músicas que você costumava ouvir?

M: Miserável... brincadeirinha! Meus pais sempre foram muito favoráveis. Eu não sou de uma família musical, mas eu me lembro de ouvir uma bela música violoncelo quando eu era criança. Ser um violoncelista não era a coisa mais legal pra fazer quando eu era pequeno, mas eu realmente gostei e não me importava o que as outras crianças pensavam disso... Eu também fiz um monte de esportes quando eu era pequeno, esqui, natação, tênis e assim por diante...

TBR: De todos os compositores clássicos, qual é o seu favorito?

M: Bach. Alguns vêm e vão mas Bach está sempre no top3.

TBR: O que você gosta de ouvir? Destes, quais são suas maiores influências?

M: Sounds of Nature, Massive Attack, Miles Davis, Moby, Kraftwerk, Pink Floyd, Michael Jackson, Tool... Todos eles me influenciaram.

TBR: No que a música mais te fascina?

M: Todas as emoções que você pode experimentar com a música, recebendo - a ou produzindo. Há muitos lados nisso. Eu adoro ir para a minha sala de ensaios para praticar. Eu amo descobrir novas maneiras de me expressar através da música. Eu realmente amo estar no palco e compartilhar a magia com outros músicos e com o público. Sou muito feliz sendo um músico.

TBR: Você sonha tocar com alguém em especial? Você tem um dueto de sonho?

M: Não realmente... Eu não sou um grande sonhador...

 TBR: Você vive na Finlândia. Como é? Se você pudesse viver em qualquer outro país, qual seria?

M: Finlândia é legal... muito legal... frio...Se eu pudesse mudar para outro país provavelmente seria um lugar mais quente.

TBR: Talvez seja cedo para perguntar, mas você tem planos para outros projetos solo?

M: Tenho muitas ideias para próximos álbuns solo! Eu meio que tenho uma visão como eu quero que o próximo álbum soe. Espero que em breve possa começar o processo.

TBR: Muito obrigado de nos dar o prazer de entrevistá-lo! Gostaria de enviar uma mensagem para seus fãs brasileiros e os membros do Tarja Brasil?

M: Grande obrigado pelo apoio de vocês! Espero ver todos vocês muito em breve novamente!