A entrevista começa com Tarja dizendo que está bem e que está feliz de estar de volta a Londres. "Está quase ensolarado aqui, eu gosto disso!", ela conta que em Buenos Aires, na maior parte do tempo, há bastante sol.
Ela enfatiza novamente que os concertos do Beauty and the Beat são desafiadores, mas as viagens e o planejamento são mais simples, já que só viajam ela, Mike, Marcelo e Naomi. "Aonde vamos há sempre milhares de pessoas e muitas pessoas novas a este tipo de concerto, tem sido fantástico".
Naomi não tem problemas com as viagens, a garota, de 10 meses, tem se adaptado bem a rotina de tour (a última vez que eles estiveram em casa foi em Março, e só retornarão no fim de julho), e é, de acordo com Tarja, perfeita, uma criança muito feliz. "Como é ser mãe?" a apresentadora pergunta. "Maravilhoso. É uma experiência... eu aprendo com ela todos os dias e, é engraçado ver todos os meus medos, de ser mãe e também artista, é uma combinação difícil, eu adoro me apresentar e ficaria muito doente se não o pudesse fazer, então eu pensei que com uma criança isso seria muito estressante e difícil, mas não, não tem sido nada disso (...) sou uma mãe muito feliz".
Sobre o Colours in the Dark, Tarja diz que sua vida tem sido preenchida com cores, cores fortes, e que é incrível poder amar seu trabalho, poder ir a todos os lugares maravilhosos em que a música a tem levado, e que a escuridão deve vir de onde ela nasceu, de como cresceu, mas que ela ama este mistério em suas músicas. "Eu geralmente estou usando preto, mas é uma cor na qual eu me sinto confortável, tem todas as cores, me dá poder, energia e até me permite passar despercebida em algumas situações (risos)". Ela sente também que sua música está em um nível diferente, que tem aprendido muito nos últimos anos, que está saindo do comum e indo em direção ao "desconhecido", o que é uma experiência muito libertadora, mas que ainda gosta de ter a aprovação das pessoas ao seu redor. "Um dia estávamos gravando as guitarras para o álbum para Mystique Voyage, que não é de maneira alguma uma música de metal, é bem diferente, e meu guitarrista para e diz "Tarja, está música é tão linda" e eu fiquei tipo "jura??"". Victim of Ritual abre o álbum porque ela queria uma música mais chocante para isso "e é uma história poderosa, sobre as vítimas de rituais... nós mesmos somos vítimas de alguns rituais por vezes e nem sequer percebemos, eu queria pegar esse assunto e colocar em uma música. É uma música bastante teatral e eu amo este aspecto em minha música hoje em dia, quero ir mais nesta direção". Ela conta que nem percebeu quando o álbum tinha ficado pronto "Tim saltou de sua cadeira e me abraçou, dando os parabéns, e ah meu deus, o álbum estava pronto, e eu ainda tinha tanta energia, tanta coisa ainda lá, já tenho tantas músicas inclusive escritas para o próximo álbum, então foi completamente diferente do último processo, com o What Lies Beneath, onde quando eu acabei estava esgotada, achando que nunca mais ia conseguir compor, desta vez eu já estou pronta pra começar de novo!".
A finlandesa também cai no assunto privacidade. Os tempos estão mudando e alguns países nem sequer tem lojas de disco mais, então é importante estar nas redes sociais e fazer este tipo de promoção, mas ela reforça que preza sua vida particular, dando de exemplo o nascimento de sua filha, do qual ninguém sabia. "Mas eu ainda quero produzir meus álbuns da maneira antiga, eu me importo, gosto de trabalhar muito no artwork, eu fui para a índia para fazer as fotos da maneira certa nesse, eu realmente ponho muita paixão e energia no álbum".
Tarja fala então sobre seu trabalho com Mike Odfield. "Mike me deu muita liberdade para fazer o que eu quisesse com a música, tanto na questão da letra quanto no ritmo e tudo. (...) Eu gravei em casa, com a minha filha no colo, e enviei para ele, disse para ele usar o que achasse que estava bom e ele acabou usando tudo! a música ficou com mais da minha voz do que guitarras, foi uma surpresa. Quando a versão final chegou até perguntei para Mike se ele tinha certeza daquilo, mas ele disse que estava perfeito".
Para terminar a entrevista, a apresentadora pergunta a Tarja qual cor, além do preto que ela tanto usa, se encaixa melhor na sua vida agora, qual seria uam favorita se ela tivesse que escolher. Tarja, depois de pensar, escolhe o roxo, por ser uma cor muito forte e calorosa na qual ela se sente confortável.