o El bondi esteve na pré-audição exclusiva do novo álbum da ex-nightwish, "Colours in the Dark", e entrevistou a soprano.

O nascimento de uma criança, não só traz o pão debaixo do braço, neste caso, um disco, mas a muda para sempre a confirguração de vida de seus pais. As prioridades estão invertidas,  há fraldas e o choro monopoliza a cena,  a criança se torna o centro de tudo. Mas Tarja é a exceção a este problema que as mulheres têm historicamente enfrentado que fazem parte do mundo do rock, governado por testosterona. Ela foi capaz de combinar a maternidade, sua carreira solo, vários projetos, passeios e até mesmo a escrever e gravar um novo álbum. Deste  processo todo, fala a muito talentosa vocalista.

-No Colours in the Dark você voltou a cuidar da produção. Como você se sente nesse papel?

-Eu comecei no meu álbum anterior (What Lies Beneath), e eu senti que é a única maneira que eu quero trabalhar, é mais fácil, tenho músicos que trabalham comigo desde 2007, houve mudanças, mas nós sabemos bem, fazer música juntos é fácil, você sabe o que eu gosto, o que eu não gosto, fazemos arranjos de guitarra juntos e saimos em cinco minutos, antes levava cinco horas! (risos), e sim, me sinto muito bem...

-Colours in the Dark é um título muito promissor, como escolheu o nome?

-Esta é a minha vida, é um álbum pessoal. É o terceiro disco, e tem a ver com a minha identidade como artista, é importante, e também há também cores muito fortes, e são as cores da minha vida ...

-Tim Palmer assumiu o mixing, o que isso acrescentou ao álbum? Como produtora, você lhe pediu algo especial?

Ele é um imporant produtor (Pearl Jam, U2) e como trabalha particularmente com os vocais, é incrível, e fez um ótimo trabalho neste álbum, eu tinha visto como ele fez em meu último trabalho e adorei, ele coloca muita paixão , leva tempo, mas é muito rápido, e tem um som muito aberto, e eu adoro isso, neste disco eu queria trabalhar só com ele, porque nós fizemos um trabalho bonito, e nós sabemos que ele é uma boa pessoa.

- As baterias Colours in the Dark são de Mike Terrana com quem você estava em turnê por dois meses com o projecto de Beauty and the Beat fazendo covers do Queen e Led Zeppelin. O que você pode nos dizer sobre a turnê?

-Foi íncrível, fizemos muitos shows em diferentes países, primeiro na Europa e depois na América Central, e um show no Peru, muito bonito. Trabalhar com várias orquestras e coros é um desafio, porque sempre quando chegamos a um lugar, treinamos duas ou três vezes com eles, e o som é diferente, sempre diferente, então é um desafio para todos, porque o maestro tem que saber e conhecer tanto música clássica quanto rock. Para nós, para mim, Mike é bom, mas para eles não foi fácil. Foi muito bom, com muitos fãs de rock, hard rock e música clássica também

-Você voltou a eleger o guitarrista argentino Julian Barrett, que parece ter formado uma boa química.

Eu não me lembro muito de como nós começamos, ele me ajudou a organizar meu disco anterior, ele é uma pessoa muito boa, com o qual é fácil de trabalhar, ele é muito talentoso, e eu estou orgulhoso de levar pessoas daqui para o mundo todo comigo.

-Este álbum tem um cover de Peter Gabriel "Darkness", muito dark, no estilo do Nine Inch Nails. Nós sabemos que você é  fã do ex-Genesis, mas por que escolheu esta música?

-Em primeiro lugar, eu adoro o seu álbum Up, onde está canção "Darkness", e pensei muito sobre se tinha coragem o suficiente para fazer um cover de Peter Gabriel (risos). Não foi fácil, eu precisava de alguém para me dar o empurrão, o meu marido  (Marcelo Cabuli, gerente e empresário), obviamente, ficava dizendo: "Dale, dale", mas Darkness é uma canção muito pesada, e eu queria mudar alguma coisa, ela soa como uma canção minha; quando eu faço um cover tenho que me apropriar da música, eu tenho que sentir que é meu. Eu fiz mudanças,  o tempo está  mais rápido, e há coisas estranhas, mas ficou bonito...

-No próximo single "Victim of Ritual"  (12/7) há uma tremenda exigência vocal, e é um dos temas fortes do álbum, mas também há uma grande tendência melodica. Esse é o equilíbrio que você quis alcançar? O álbum inteiro é assim?

Assim é que funciona, muito naturalmente, eu compus muitas músicas para este disco, e deixei muitas de fora, eles vão para o meu próximo álbum, mas nos últimos dois anos, eu estava cheia de inspiração, e eu estou muito feliz de combinar o meus amores na música: na minha mão direita música clássica com orquestras e coros, e do lado esquerdo, com guitarras mais pesadas, que não estavam nos meus discos anteriores...

-Você recentemente foi mãe pela primeira vez (Naomi). Como isso tem impactado sua vida e no seu modo de compor?

-Não muito, porque a maioria das músicas foram compostas antes do nascimento do meu bebê,  ainda que sim, eu estava escrevendo letras para algumas músicas quando Naomi já estava no mundo. Ela me surpreendeu, porque ela é uma menina muito tranquila e me deixou trabalhar como antes, eu estava com muito medo de não ser capaz de continuar a minha carreira como artista, ser mãe, porque essa é uma combinação que não é fácil. Mas eu tenho o meu marido que trabalha comigo há muitos anos e pode ficar com o bebê, é diferente do que se trabalhasse em uma fábrica, mas estou mais feliz, mais tranquila (como refletido em seu sorriso).

-No álbum há também um convidado, Justin Furstenfeld (Blue October), algo raro em sua discografia. Por que você escolheu ele?

Já há alguns anos eu o acompanho, Justin canta no Blue October, a banda  eu conheci através de Tim Palmer, que fez o mix, e eu amo a sua voz, quando eu ouço uma banda o vocalista é a primeira coisa que se ouve, (pisca o olho) Eu coloco a minha atenção lá, e ele tem uma voz linda, muito emocional, e fez um trabalho muito bom com os seus gritos, um pouco no estilo de Peter Gabriel (risos).

- Uma pesquisa recentemente foi feita perguntando quem era a melhor vocalista do Nightwish e...

(Interrompendo) - Sim, eu a vi, meu Deus, não consigo acreditar nessa gente, particularmente na finlândia, que continua com essa história "helloooou" (ela canta com sua voz de soprano de forma zombeteira). Quanto tempo mesmo faz que isso aconteceu?

- Com a frequente mudança de cantores no Nightwish, os fãs se perguntam se há a possibilidade de retorno... É possível?

(Mudando a expressão) Não me interessa nada que o Nightwish faça hoje.