Escrita por Silvia Deurwaarder
Sábado, 19/02/05.

Entrevista com: Tarja Turunen

A entrevista com a Tarja será um momento para olhara pra trás, mas também seguir em frente. Não espere uma elaborada historia como pano de fundo, mas sim uma emocionante historia de uma cantora que ainda ousa sonhar. Tarja anda apressada e se desculpando por chegar atrasada. Houve algum problema com a van que tinha que levar a banda para uma tarde de autógrafos e o festival em Nijmegen. Ela ainda parecia em boa forma, não graças a tensão referente ao show daquela noite. “Este festival é muito corrido, e nós só temos uma hora. Tantos fogos de artifício que todas as canções estarão cheias deles”.O show no Dynamo Open Air essa noite será o começo para a turnê do Once que ira durar até o fim de 2005. Eles tocaram velhas conhecidas do publico, mas também tocarão canções novas para ver como o publico reagirá.

A cantora do Nightwish tem uma opinião muita clara sobre as performances em festivais e fala sobre ela energeticamente (ela até coloca seus óculos escuros pra isso) “Claro que prefirimos os concertos, mas ambos tem seus lados positivos. Com os concertos você pode contar especialmente com a técnica. No festival há muitas pessoas para verem você, perde-se tempo com a checagem de som e as incertezas de como as coisas acontecerão quanto entrarmos no palco. E ainda, a primeira canção tem que ser perfeita. Mas é sempre bom ver tantas pessoas diferentes vindo nos ver. É ótimo ver rostos familiares na platéia também. É fantástico!”.

Tarja fala suave para poupar sua voz. Ela escolheu um canto do camarim mais distante do palco, mas ainda sim o som do Children of Bodom nos alcança, nós podemos ouvir claramente que eles estão terminando seu show. Ela chega mais perto para poder continuar falando mais suavemente. Regularmente ela pede licença para assoar o nariz e tomar um gole d’água. “Não, eu não to resfriada, mas minha voz é minha fraqueza, porque é meu instrumento e eu tenho que ser muito cuidadosa com ela”. Então os outros membros da banda entram, parecem todos muito ocupados. Tarja explica que eles vão participar de uma outra tarde de autógrafos mais tarde, e eles estão loucos para chegam logo a hora, eles esperam uma multidão de gente.

Como Once, a banda provou mais uma vez ser capaz de facilmente expandir a famosa musica do no Nightwish com novos elementos. Tarja sorri orgulhosa depois desse comentário. “Claro que continuaremos com o Nightwish que vocês estão acostumados, mas eu acho que a banda tem mais um som vivo e riffs de guitarra. Está mais grandioso também, devido a colaboração da Orquestra Sinfônica de Londres com quem nós criamos um mundo novo e completo de novos sons. Há menos teclado nas canções porém está mais fácil de ser ouvir.”
Depois de um silencio, ela olha pensativa e completa: “eu acho isso fantástico, esperamos crescer mais e mais no futuro”.

Com isso, o lado sonhador de Tarja aparece. Com carinho ela fala sobre o mundo clássico no qual ela está agora. “ desde o nosso começo em 97, nós fomos capazes de alcançar mais pessoas a cada álbum, e isso é ótimo. De repente tivemos tanto sucesso que jamais ousamos sonhar ter”.

Escolhendo suas palavras cuidadosamente ela continua: “Pode parecer engraçado dizer isso, mas é realmente a realização de um sonho. Foi tudo tão rápido, e nós apenas continuamos seguindo nosso sonho de uma maneira ou de outra”.

Ainda sim, tudo tem sua desvantagem. Tarja também sente que há os dois lados da moeda, e ela obviamente tem problemas para se acostumar a fama: “É difícil administrar o sucesso. Na Finlândia por exemplo, eu não consigo andar na rua sem ser reconhecida ou ser parada para um autografo. É divertido que vendamos mais que a Britney Spears. É difícil pois isso é uma honra, mas é claro que não é fácil viver com esses dois lados da moeda. Bem, eu não posso reclamar, é minha profissão e eu tive a chance de fazer música”.

O que a faz seguir em frente? Um sorriso aparece no rosto de Tarja e sem duvida alguma ela diz: “A música clássica e o Nightwish”. Depois disso não há nada que a empeça de falar sobre o que realmente ela quer falar sobre seu entusiasmo com a combinação desses dois estilos de musica.
“Esses dois andam e mãos dadas. Quando eu cresço no mundo clássico, eu cresço no nightwish também. É a mesma mídia, mas em dois mundos diferentes. Na musica clássica, não há amplificadores e eu me sinto totalmente nua. Por isso eu tenho que dar o melhor de mim, porque vocês ouvem minha real capacidade vocal. Quando se é uma cantora, fica-se doente facilmente todos os dias, há muitas coisas que eu tenho que me cuidar. É um modo de vida”.

A conversa nos leva de volta ao Once. Tarja molha a garganta e fica muito cuidadosa ao falar sobre as mensagens que o álbum está passando: “Na verdade, não há mensagem para todas as canções mais do que havia nos outros álbuns, são canções separadas. Elas são na maioria canções tiradas do diário do Tuomas. Ele não é um grande fã de álbuns conceituais ou de dizer as pessoas de como viverem suas vidas. Elas são sobre compartilhar emoções. Se você ouvir a radio esses dias, vai ver que não há nenhuma canção que me toque. Nós queremos de verdade compartilhara nossas emoções”.

De acordo com Tarja a busca da inspiração está na cabeça do Tuomas, que está sentando em frente a ela, mas não quer falar sobre isso. A questão é: se não é difícil para ele traduzir suas emoções em uma canção. Tarja também pensa nisso: “Ele é muito aberto em relação a sua musica. Ele escreve o que ele realmente sente. Vocês podem ler as letras e isso será o bastante. Eu tento sentir e refletir essas emoções. Algumas canções são mais fáceis que as outras, lógico, mas eu as interpreto a minha maneira. Isso é a alma de todos na banda”.

Quando fazemos o álbum essas emoções surgem de novo: “todo mundo faz seus próprios arranjos para as canções. Nós todos conversamos com o Tuomas e geralmente eu sou a ultima a entrar em estúdio, mas o resto da banda trabalha duro juntos. Nós temos uma ligação muito forte.”.
De acordo com a Tarja, a contribuição do novo baixista Marco, que apareceu primeiro no Century Child, ajudou para isso também: “Nós estamos muito próximos agora e vocês podem perceber isso quando estamos juntos no palco”.

Tarja ri da pergunta sobre especulações para o futuro: “nós estamos agendados até o fim de 2005. Tuomas continuará escrevendo, ele provavelmente está pensando nas suas idéias musicais e por isso ele está muito fechado no seu mundo agora, e nós veremos o quão cansados estaremos quando voltarmos. Mas claro a história continua…senão nos cansáramos uns do outros durante a turnê” ela acrescenta rindo.

Nós gostaríamos de agradecer a Tarja, Nuclear Blast, Janis do Mojo concerts, Ewo, Toni e ao Nightwish.

Essa entrevista ela concedeu ao site Reflections of Darkness.