E: Já se sente em casa na Argentina?
T: Ah, sim, totalmente, totalmente... Estou, por exemplo, estivemos fora por quase quatro meses agora, e senti muito falta de casa, muito. Estou tão feliz de voltar para casa... Então sim, a Argentina é a minha casa.
E: Do que você sentia falta?
T: Meu espaço, meu lugar... Este sentimento, esta sensação de estar livre. Estávamos trabalhando muito lá fora, fizemos um tour mundial com orquestra e coro então era um trabalho duro, mas agora estou em casa com meu bebê, finalmente, e estou tranquila. Coisas da vida, normal...
E: Você recentemente teve uma filha, quer que sua filha se sinta argentina? Quer que cresça em outro país? (? não peguei direito o que ele falou. t=1.20, por aí)
T: Sim, ela nasceu na Argentina, e claro, me encantaria que ela se sentisse feliz e bem aqui, na Argentina, mas ela também tem seu passaporte finlandês, nacionalidade finlandesa, e não quero que ela perca as oportunidades que eu posso dar a ela em um país como a Finlândia, ela também tem que sentir que lá é sua casa, porque eu tenho minha família lá, meus irmãos e meu pai vivem lá, então é importante. É um país muito seguro e tranquilo, essa tranquilidade aqui só é alcançada longe, tenho que levá-la para longe para alcançar este mesmo sentimento, mas é assim mesmo.
E: O fato de ser mãe te mudou da perspectiva artística?
T: Estou mais calma agora... Não houve uma mudança tão grande como eu pensava quando estava grávida, nos cinco primeiros meses eu estava em tour, e meu disco já estava quase todo composto, então não influenciou muito nesse sentido, mas ser mãe é incrível, não posso comparar a nada, nada, é totalmente diferente, é incrível de verdade.
E: Sobre o Colours in the Dark, a primeira coisa que me chamou atenção foi a capa, creio que o colorido é contrastante com o estilo de música que você faz?
T: Acredito que tenha que fazer algo muito forte, como um choque, "o que ela está fazendo?"... Nós fomos para a índia fazer as fotos, porque eu vi essas fotos de um fotógrafo na internet e me encantei, disse "ai meu deus, quero trabalhar com ele, se possível agora, vamos!", e era possível, e as cores são as cores da minha vida. As cores significam que me sinto muito bem, estou muito feliz e vejo muitas cores na minha vida. Então tinha que ser algo muito forte. E na música também há mudanças, é mais progressivo, e é possível que as pessoas pensem que é mais agressivo também por causa das guitarras, mas nunca perco a tonalidade sinfônica que sempre quero levar em minha música. Mas é uma mudança linda, sinto que finalmente tenho minha identidade como artista, já sei o que quero fazer.
E: Sente que este terceiro disco é sua consolidação como solista?
T: Sim, este terceiro álbum é muito importante, o mais importante, acredito eu... Dizem muito que o terceiro álbum é significativo quando a identidade e para mim é assim, encontrei algo muito lindo.
E: Você produziu o álbum, certo?
T: Sim, mas a produção para mim não é nada difícil, tenho músicos trabalhando comigo desde 2007, houve algumas mudanças nisso também, mas não muitas, então nós nos conhecemos muito bem e o trabalho é muito fácil. Há muitos sons diferentes no álbum, também estou trabalhando com convidados, e é lindo, é um trabalho muito bom, gosto do controle que tenho hoje e é muito divertido, de verdade.
E: Então produzir o disco não é uma pressão extra?
T: Nada a ver, muito pelo contrário.
E: o que este álbum tem da Argentina?
T: As cores. Sim, creio que... as pessoas que já escutaram me disseram, que já escutaram na Europa disseram "Tarja, as cores são argentinas" e eu também acho.
E: No álbum você fez um cover de Peter Gabriel, por que o escolheu?
T: Peter Gabriel é meu ídolo. Tenho todos os discos dele, sigo há muito muito tempo a carreira dele, desde o Genesis, adoro o que ele faz, é um artista muito importante para mim, que influenciou minha carreira muito também, então tomei a decisão de fazer o cover Darkness, mas não foi fácil, pensei muito, durante muito tempo, com muita paciência, tive um pouco de medo de fazer um cover dele porque é meu ídolo,
E: Nos outros covers que você já fez, talvez não tenha tido medo?
T: Os que eu fiz antes foram mais canções dos anos 80, canções de rock, era mais divertido faze-los, não havia tanta pressão durante a produção. Era diferente, coisas diferentes.
E: Você faria um disco só de covers?
T: Nunca pensei em fazer, mas por que não? Estou fazendo shows toda hora, cantando músicas de outros compositores, então por que não?