E: Tarja, como você está?
T: Estou bem, e você?
E: ótimo! Como foi a vitória da Argentina ontem contra a... Suíça?
T: (risos) Eu gritei muito alto aqui! Goool, Gooool, várias vezes!
E: Foram longos 90 minutos!
T: Ah meu deus, foi horrível!
E: Você acha que eles vão ganhar?
T: Claro, claro, eu tenho que acreditar!(risos) Eu sou uma grande fã de futebol, então fiquei bastante feliz de ver eles ganhando, sim.
E: Sim, temos que esperar que eles cheguem na final. Tarja, agora sobre o álbum novo, o Beauty and the Beat, que é um projeto com Mike Terrana, seu baterista. Quando você e Mike decidiram lançar esse projeto no formato de um álbum ao vivo?
T:Bom, Mike tem estado em tour comigo já faz muitos anos e em uma delas ele tinha acabado de lançar um álbum dele com arranjos para orquestra, com várias músicas clássicas muito famosas, e eu tinha ouvido o álbum, então queria falar com ele sobre isso na tour. Começamos a conversar sobre música clássica e a ideia veio - por que não fazemos algo assim juntos? Porque eu já tenho a experiência nessa área, já toquei com orquestras, mas Mike nunca havia tocado, então poderíamos começar algo novo... Começamos a fazer um "Brainstorm" e surgiu o Beauty and the Beat, nós rimos do nome, eu disse "Nós não podemos usar esse nome!" porque já era um nome famoso (risos), mas bom, o "Beat", eu disse, "você tem uma batida então..." ele gostou, foi mais ou menos assim...Tivemos a chance de falar com alguns produtores, fizemos alguns shows, quinze ou dezesseis, acho, na Europa e na América Latina, e foi uma experiência realmente fantástica!
E: A seleção das músicas clássicas e os arranjos desse álbum vêm com muitas peças que nós conhecemos, e também há músicas suas. Como foi esse processo de seleção das peças?
T: Esse projeto é basicamente sobre música clássica. Nós queríamos trazer a música clássica para a juventude de hoje, porque muitos deles não têm nem ideia do que é música clássica, não conhecem nem os compositores mais famosos, então queríamos mostrar que música clássica pode ser divertida! Eu escolhi as músicas que achei que poderiam manter o público interessado, mantê-los entretidos, algumas muito famosas, outras nem tanto, para mostrar a eles diferentes aspectos da música. Também escolhi algumas músicas minhas porque já tinha os arranjos para elas, tanto de coro como orquestra, então era mais fácil trabalhar, tendo isso em mãos. Mike escolheu as músicas dele, das que ele tinha gravado para seu álbum, daí entramos em contato com orquestras ao redor do mundo e seus maestros e essa parte foi bem fácil, mas exigiu bastante trabalho, muitos ensaios.
E: Entendo. Das peças clássicas, qual foi a mais difícil de fazer os arranjos ou de gravar, para você?
T: Acho que o medley do Led Zeppelin, no geral. Foi minha decisão incluir essas peças bem famosas, músicas do Led Zeppelin que funcionam juntas, e isso deu bastante trabalho. Primeiro trabalhei com os arranjos na Finlândia, para a orquestra e o coro, eles fizeram um trabalho realmente muito bom nisso, e depois com cada uma das orquestras nós precisamos trabalhar bastante para acertar todas as mudanças... Quando você trabalha com uma orquestra sinfônica, há muitas situações que não acontecem fora da música clássica, e essas peças novas não são conhecidas pelos músicos então elas demandam tempo. E tiveram orquestras que nem conseguiram tocar essa então... (risos). Essa foi a parte mais difícil. Não vocalmente, para mim, mas para todas as orquestras.
E: O álbum atingiu posições bem altas, número dois na Finlândia, número quatro na Áustria, e número sete na Alemanha. Você esperava essa reação?
T:Isso é fantástico, obviamente! Eu tenho uma carreira que contém música clássica e rock... Venho tocando música clássica desde criança, me tornei profissional depois de muitos anos de estudo, então me dá muita alegria saber que finalmente tenho um produto onde posso mostrar o que é esse lado meu na música clássica - não só como cantora de rock - isso me deixa tão, tão feliz. Há muitas músicas lindas, e tem sido tão bem recebido pelos meus fãs... Eles me aceitam do jeito que eu sou, e é isso que é especial onde estou agora. Posso ser livre com a minha arte, com o que faço. É inacreditável e lindo.
E: Ano passado você lançou o Colours in the Dark, mas neste mês você vai lançar um outro disco com outras versões das músicas, chamado Left in the Dark. O que você pode nos contar sobre ele?
T: Meus fãs são muito importantes para mim e eu gosto de incluí-los quando tenho uma chance, então deixei eles montarem a arte do Left in the dark, porque senti que seria uma experiência fantástica receber as artes e para eles se envolverem... Eu recebi centenas e centenas de trabalhos lindos, foi bem difícil escolher a capa, mas foi muito divertido para mim! Adoro fazer isso. Esse álbum contém as mesmas músicas que o CITD, mas em versões novas, lives de uma rádio em Buenos Aires, versões orquestradas, demos, onde os fãs podem ouvir como a música evoluiu com o processo de produção. Para mim, como artista, é muito interessante ouvir as demos das bandas que eu gosto, ver como eles trabalham, então é algo bem legal para se dividir com os fãs, estou bem feliz!
E: Isso é bom! Nas tours, como os fãs tem recebido as músicas do CITD ao vivo?
T: Na verdade tem sido muito legal estar em tour com esse álbum, já fizemos vários shows na Europa, começamos a fazer shows na América do Sul em Setembro! A banda é mais ou menos a mesma há anos, os músicos ás vezes mudam, é óbvio, já que contrato os músicos, não formo uma "banda", mas tem sido fantástico, os fãs tem recebido o álbum bem, dizendo que é meu álbum mais forte até agora, e é assim que eu me sinto também, no sentido de amadurecimento, de que eu finalmente encontrei meu som, sabe? Demorou um pouco, exige procura, e você tem que manter sua mente sempre aberta como artista, ver o que há. Eu quero continuar a fazer música nesse sentido mais progressista, e estou orgulhosa de poder ouvir esse álbum de dizer "era isso que eu queria". E é ótimo poder toca-los ao vivo porque as músicas tomam outra proporção, outra dimensão, e a banda funciona então podemos estar todos felizes com isso - tem sido bem divertido.
E: Definitivamente esse álbum vem como uma nova versão do que podemos ouvir de você, definitivamente um passo a frente. Ano passado você colaborou com o Within Temptation no primeiro single do novo álbum deles, Paradise. Como foi isso?
T: Eles são artistas maravilhosos e eu fiquei tão feliz de ter sido convidada! E é engraçado porque, sabe, eu estou no mercado praticamente pelo mesmo tempo que Sharon Den Adel e nós nunca tínhamos nos conhecido em pessoa. Ainda que eu tenha gravado a música aqui em Buenos Aires com a ajuda do produtor deles, que falava comigo por Skype, finalmente pude conhecê-la quando gravamos um vídeo na Holanda, e também fizemos uma sessão de fotos no dia seguinte ao vídeo, juntas, e foi fantástico! Pessoas realmente muito legais, estou realmente feliz de poder tê-los conhecido, por que... Nós realmente gostamos dos nossos fãs e, além disso, agora estamos em contato e toda vez que podemos nos encontrar nós nos encontramos e isso é uma parte maravilhosa da vida, ás vezes você conhece pessoas ótimas que nunca havia conhecido... É a vida, ela te surpreende ás vezes.
E: Para os seus fãs e os fãs do WT foi maravilhoso ter essa parceria, que é realmente um dos hinos do álbum. Há chances de termos Sharon colaborando com você em seus projetos futuros?
T: Sim, definitivamente as portas estão abertas! Eu ainda não me decidi, por exemplo, sobre esse novo álbum no qual eu já estou trabalhando - já estou gravando, na verdade, bateria, guitarras e baixo. Tenho que escrever algumas músicas ainda, mas falta pouco, e estou adiantada, porque o álbum que estou planejando é para ser lançado em 2016. Mas eu tenho que estar adiantada, porque estou fazendo muitos shows e... Sim, as portas estão abertas, sempre estão para colaborações porque eu sempre aprendo com essas experiências, com outros artistas, com seus jeitos de trabalhar, porque todos temos jeitos diferentes - é sempre muito interessante ver como outros estão trabalhando. Seria muito legal cantar com Sharon novamente, sim.
E: Bom, seria ótimo ver vocês juntas de novo em uma música ou em um cd! Para fechar, quais são os próximos passos de Tarja?
T: Eu teria que pensar, mas... Eu ainda estou em tour, tem a América do Sul nesse segundo semestre e no fim do ano eu vou fazer a tour de Natal de novo na Finlândia - é uma tradição já, faço faz muitos anos, cantando música clássica em teatros e igrejas, é uma tour de quase um mês, mas uma oportunidade fantástica todo ano, até de ver minha família de novo, da qual eu sinto muita saudade, eles me pedem para ir à Finlândia e eu estou do outro lado do mundo, mas eu posso vê-los nessa época - e de novo, ano que vem tem mais tour, eu espero finalmente poder fazer shows nos Estados Unidos, seria um sonho, estamos trabalhando muito para isso, queria poder fazer isso com esse álbum. Estamos planejando alguns shows com o Beauty and the Beat também, para 2015, e um outro álbum clássico, o de Ave Marias, no fim de 2015, e muitas muitas coisas novas! E também estou trabalhando no novo álbum de rock! (risos) Temos uma viciada em trabalho aqui!
E: Certamente! Esperamos poder ver você ao vivo aqui, seria ótimo! Muito obrigada por falar com a gente e boa sorte com o Beauty and the Beat e, novamente, espero que você consiga os shows aqui nos Estado Unidos!
T: Obrigada! Obrigada por ligar!
2014 - Entrevista The Age of Metal
- Detalhes
- Entrevistas
- Acessos: 1461