Innocence
Innocence... uau, que música! Innocence é o primeiro single de The Shadow Self, uma música muito importante para mim, escrita novamente com Mattias e Anders, eu também queria trabalhar com meu amigo Fernando na bateria, e foi uma ótima oportunidade para chamá-lo. Ele acabou gravando outras músicas também, mas era essa a música em que eu realmente o queria. Quando a música estava pronta, ela tinha esse tema para piano muito forte... Desde o começo da minha carreira solo eu queria trazer o meu background e meu conhecimento de música clássica para o rock, e desde o meu primeiro álbum eu estive fundindo este meu conhecimento de música clássica em minhas músicas de rock e foi um ótimo desafio e não foi a coisa mais fácil de se fazer, e foi legal fazer isso às vezes. E em Innocence eu queria ter algo de alguma peça clássica, algo que pudesse me levar de volta às minhas raízes. Eu falei sobre isso com Anders e foi ele quem encontrou aquela peça de piano de Chopin, que é uma que apenas pianistas clássicos conseguem tocar de verdade, então me veio à mente Izumi Kawakatsu, minha querida amiga dos tempos da faculdade na Alemanha. Eu comecei junto com ela na faculdade, hoje ela é uma professora, ela é uma excelente pianista. Ela gravou a parte dela na Alemanha, e... o piano é um instrumento que sempre me inspirou, eu mesma toco... eu toco mal, mas toco. Eu na verdade escrevo no piano, hoje em dia, é meu segundo instrumento, é um instrumento importante para mim também. Para esta música em particular, como é um single, nós gravamos o clipe em Buenos Aires, comigo ao piano.
Demons in you
Eu queria ter uma música realmente enérgica para meu álbum, algo realmente pesado. Havia uma música antiga que encontrei em meus arquivos, mas nunca tinha terminado porque achava que algo estava faltando. A demo que encontrei me inspirou a escrever essa música, que ficou com um toque legal, uma ótima energia, exatamente o que eu estava procurando, porque já tinha os títulos do The Brightest Void e do The Shadow Self. Decidi renomear essa música, dar algo novo e falar sobre nossos demônios, no sentido do lado sombrio que todos temos. Escrevi a letra um dia antes de ir ao estúdio gravar a música propriamente...os vocais, quero dizer. Foi corrido. Detesto fazer isso, mas estava me desafiando. Finalmente, quando tudo estava pronto, inclusive os vocais, que é a última parte da gravação em minhas produções, ainda sentia que faltava algo, que essa música deveria ter algo a mais. Então, convidei Alissa para cantar comigo e ela, imediatamente, aceitou. Ela dá um belo toque à música, acho que é uma ótima combinação com o vocal mais limpo. Eu, usando meu canto lírico no rock ainda é algo...que soa diferente, mas a voz da Alissa é bastante...forte. Mas eu também queria ouvir seu vocal limpo. É fantástico que ela consiga fazer os dois. Alissa é uma ótima cantora, acho que essa colaboração é muito legal. Estou feliz.
No Bitter End
Essa foi a última música escrita para o The Shadow Self. Alex me mostrou os riffs da guitarra e eu adorei, eram muito bons, tinham uma ótima energia e trazia de volta para a banda o que eu estava sentindo falta na minha música, aquela banda de rock atrás de mim. Eu também tinha uma ideia clara de como o som seria. Quando conversei com os músicos, pedi ao Kevin que conversasse com seu amigo, Chad Smith. Perguntei se seria possível, se talvez, se haveria possibilidade...e ele disse que sim, gravaria essa música comigo! Ele acabou gravando cinco. As gravações foram feitas em LA, com Kevin, que estava lá com Chad. Lembro que eu estava em Buenos Aires e tínhamos uma diferença de horário horrível. Eu precisava ficar acordada a noite inteira, esperando Chad me mandar os tracks. Fazíamos sessões no Skype. Não é a melhor forma de gravar seus álbuns, mas funcionou. Foi fantástico trabalhar com alguém talentoso como Chad, porque ele realmente capturou o que eu queria para a música, assim como meus músicos. Trabalho com pessoas muito talentosas, tenho sorte. Então, no bitter end foi a última música, escrita com Mattias e Alex. Foi divertido.
Love to Hate
Essa é uma música muito forte, no geral. O título, em si, diz o que vi nas pessoas...elas amam odiar, vivem a partir de coisas negativas, esquecem suas vidas, sentem prazer na miséria alheia, por exemplo. Elas não podem ficar felizes por outras pessoas, porque não fazem isso por si mesmas. Quis escrever sobre isso porque é muito comum, é algo que pude ver no meu trabalho, nas minhas viagens. Fico muito triste por ver pessoas vivendo dessa forma, olhando pela janela para ver o que os outros tem, mas não fazem nada para fazer a própria vida melhor com pequenas coisas, como procurar a felicidade. Escrevi essa música há alguns anos, quando estava compondo para o My Winter Storm. Deixei-a de lado porque não acreditava que era a hora certa. Na verdade, não tinha terminado. Então, encontrei a demo e quis finalizá-la. Músicos como Mike Terrana e Alex colaboraram, Doug Wimbish, ótimos, ótimos músicos. Love to hate é uma música progressiva, uma das mais progressivas desse álbum. Então, estou feliz por ter finalizado. Levou alguns anos.
Supremacy
Sou uma grande fã de Muse há muitos anos. Acho que dentre todas, Supremacy é uma música desafiadora, especialmente porque se quero fazer um cover, quero fazer do meu jeito. Claro, respeitando a versão original; mas não faria sentido para mim fazer exatamente da mesma forma. Você já tem a original, que é uma música maravilhosa. Não quero repetir algo que já foi feito tão bem. Então, a música é um pouco mais pesada nas guitarras e tem bastante orquestra. Foi uma música de gravação bastante desafiadora. Eu estava tendo dificuldades no estúdio, mas adorei fazê-lo. Adoro desafios.
The living end
The living end é uma canção que escrevi há alguns anos, com Johnny Andrews. É a única música do álbum que compus com ele. Ela é muito simples, e é essa simplicidade que a torna forte e bela, que leva o ouvinte a outra atmosfera, a uma viagem. Eu sempre disse que nunca usaria gaita de fole em minha música, porque odeio o som, é como se nunca estivesse no tom. Mas então... lembrei da música do Paul McCartney, Kintyre, que tem algo como uma orquestra de gaita de fole. Soa maravilhoso, calmo. Então pensei: “isso pode ser uma ótima ideia para the living end”. Nunca devo dizer nunca. Muitas coisas acontecem no processo criativo, coisas inesperadas. Meu irmão Toni faz os vocais de fundo dessa música. É muito legal.
Diva
Diva é uma música que escrevi com Mattias, na ilha caribenha de Antigua. Tenho escrito com ele músicas muito importantes para minha carreira. Eu queria compor algo grande, uma música fantástica, com coro e orquestra. Então, quando tínhamos a canção pronta, lembrei da trilha sonora do filme “piratas do caribe”. Como sou uma grande fã de Hans Zimmer, levei minha música nessa direção, porque o toque já estava ali na escrita. Há pessoas na produção do meu álbum que também trabalharam na trilha sonora do filme, como Jim Dooley, e Luis Conte, que fez a percussão. Algumas vezes, coincidências divertidas acontecem.
Eagle Eye
Essa é uma música que escrevi com Pauli Rantasalmi. Nos conhecemos há alguns anos num pequeno estúdio. Compusemos a música numa manhã, em algumas horas. Foi uma sessão de escrita fácil e bonita, mesmo sendo algo diferente, porque eu nunca tinha trabalhado com ele. Foi algo mágico. ÀS vezes, é fácil. Quando estava quase tudo pronto, eu tinha algumas ideias para a produção da música. Ter essa equipe maravilhosa de músicos, esse time maravilhoso que usa seus talentos e conhecimentos...eu queria duas versões dessa música. Uma mais sombria, com Doug, Julián e Mike; e outra com Chad, Alex e Kevin. Você pode perceber a diferença entre as duas. Uma está no The Brightest Void e outra no The Shadow Self. A música tem arranjos com coro. Eu não queria nada convencional, porque tenho usado coros em muitas das minhas músicas. Então, convidei meu irmão Toni. Ele já foi visto comigo antes, vocês devem saber quem é. Nessa música, ele tem uma participação maior. Trabalhamos nos arranjos vocais juntos na Finlândia. Foi legal.
Undertaker
É uma música que eu trabalhei com Atli Örvarsson, que é um compositor de trilhas sonoras de Los Angeles. Na verdade ele é da Islândia, mas trabalha em LA com vários filmes faz tempo. Eu sou uma grande fã e o conheci faz muitos anos em LA, acho que já quando estava trabalhando na Control Studios no meu primeiro álbum, My Winter Storm, o conheci lá. E já naquele momento eu disse que queria fazer uma música com ele, não aconteceu naquele momento, mas agora aconteceu. Ele me deu 1 minuto de uma música que era pra ter sido usada no comercial de uma marca grande de carro italiana e acabou não indo pra lá. Então eu peguei, com sua permissão, e fiz uma música a partir daquele um minuto. Eu peguei todos os encaixes dessa peça e criei uma música. Lembro dele me dizendo "não vejo como você vai fazer uma música disso", mas acabou que deu certo e eu realmente gosto dela. É positiva... A história é assustadora, mas a melodia é... como borboletas voando, é algo positivo, e aí quando você vai ver a letra, não é nada disso. Eu gosto do contrates na música, a parte bela e a parte assustadora, e tem um ótimo solo de guitarra, Alex fez um trabalho ótimo na música. É interessante.
Calling from the Wild
O processo de composição para CFTW foi bem diferente. Nunca tinha feito desse jeito. A escrevi com Alex e Mattias, mas Mattias escreveu a letra sozinho, inteiramente. Nós nos encontramos durante o processo, discutimos sobre o que deveria ser a música, a ideia da natureza, o que está acontecendo com a nossa natureza hoje que é muito triste, e... Ele veio com a letra e eu amei. É a primeira vez que eu amo uma música daquele jeito, olho pra ela e já vejo uma música minha, do jeito que está, sem querer mudar nada. Musicalmente, Alex me apresentou suas ideias, uma atrás da outra, e eu rearranjei todas elas porque amei todas - de novo, foi bem estranho - eu as reordenei, e não é o jeito convencional de escrever tipo AB, AB, C, BB, é bem estranha nesse sentido. Eu compus as melodias para a música e foi isso. É diferente que tenha funcionado para essa música em particular. Eu amo a música, é bem forte, também no sentido que volta um pouco aos meus vocais mais operísticos, então eu posso cantar como no rock e também brilhar com o lírico nessa música que é algo que eu amo fazer, combinar esses mundos.
Too Many
Too Many é a última música do The Shadow Self. É uma música grande e progressiva, para terminar o álbum. Para mim, e com alguma sorte para meus ouvintes também, ela traz uma ideia de esperança, de que algo bom está vindo. Ainda que o álbum acabe eu sinto que essa música te traz um sentimento de esperança para o melhor. Eu a escrevi com Guillermo de Medio, tecladista argentino. Tem um sentimento dos anos 70 em suas emoções e na música, então eu queria usar dois bateristas, como já fiz antes, e foi fantástico. Foi uma ótima ideia de novo. É uma espécie de música frágil com todo seu poder.