Tarja Turunen: Liberdade é algo belo

2016 é um ano especial para a ex-vocalista do Nightwish, que decidiu lançar dois álbuns nesse mesmo ano.

O que de melhor uma artista pode dar aos seus fãs além um álbum inédito? Dois álbuns inéditos.

Tarja Turunen decidiu lançar dois CDS com um intervalo de apenas dois meses entre um e outro.  O primeiro, The Brightest Void foi lançado em Junho. O segundo, The Shadow Self, em agosto. Ambos os álbuns representam um forte impacto na música de Tarja.

O álbum anterior, Ave Maria em Plein Air, lançado em 2015, foi completamente diferente – 12 versões da clássica Ave Maria, com arranjos variados. Isso não significa que a cantora abandonou o som mais pesado. Os dois últimos lançamentos evidenciam isso.

O que conecta esses dois cds?

“The Brightest Void indica a direção do The Shadow Self, é uma prévia. Durante a criação, eu estava tão inspirada, tão envolvida no processo criativo que fiz muitas músicas boas. Não queria perde-las como faixas bônus ou b-sides. Elas são minhas filhas. Não queria deixa-las em algum EP tedioso. Então chegamos à conclusão de que poderíamos dar algo especial aos fãs.”

Essa ideia surgiu durante a produção do The Brightest Void, que incluía músicas que já tinham sido tocadas ao vivo, colaborações não lançadas e algumas raridades. Os cds são um jogo de contrates. Os títulos relacionados à luz e à escuridão, assim como as artes.

“No The Shadow Self, falo sobre a escuridão que há em cada um de nós. Sempre me vi como uma pessoa muito positiva, então comecei a me questionar sobre aquela escuridão no meu interior, que me inspira a escrever. Isso está em todos nós –  e aparece quando menos esperamos. Então, nos comportamos de maneira diferente e nos perguntamos se somos nós mesmos.”

Veja a primeira parte da entrevista com Tarja turuen, que nos falou a respeito das músicas do TBV e da colaboração com Chad Smith, do Red Rot Chili Peppers. 

Aproveito a oportunidade para perguntar a Tarja com quem seria a colaboração dos sonhos.

“Acho que minha maior inspiração é Peter Gabriel, durante sua carreira solo. Ele é um artista incrivelmente talentoso, um grande sucesso. É também um perfeito exemplo de cantor que conseguiu estabelecer uma carreira solo. Seu legado é diverso. Ele tem um grande impacto sobre mim, então com certeza meu sonho é cantar com ele.”

Your Heaven and Your Hell

"É uma música que eu encontrei nos meus arquivos, eu estava olhando quando estava compondo para o álbum, vendo o que já tinha escrito... ás vezes é bom voltar aos seus arquivos e ver o que foi deixado lá. E eu vi essa demo e tinha um riff muito bom de guitarra e energia, mas era um pouco rock & roll demais pra mim. E depois eu conheci e fiquei amiga do Michael Monroe através do The Voice of Finland, nós dois éramos jurados lá e ficamos amigos e eu apresentei a música a ele,  "não está pronta, mas acho que você poderia fazer uma grande diferença nela, se pudermos trabalhar nela juntos", e ele amou a ideia. Na manhã seguinte ele me trouxe a letra e a melodia prontas. Ele disse que era uma música bem mais metal do que ele já tinha feito na vida, e para mim era bem mais rock, então nos encontramos no meio! É uma boa colaboração."

Eagle Eye com Chad Smith

"Chad é incrível. Eu estava... Eu falei com Kevin Chown, que tem trabalhado como meu baixista por muitos anos já, e ele tem uma banda com Chad, chamada Bombastic Meatbats, uma banda de fusão que toca nos Estados Unidos. E acho que foi o Kevin que me trouxe essa ideia, tipo "Tarja, você só precisa pedir se quiser que o Chad toque em seus álbuns" e eu tipo "aaah é", mas eu acabei dizendo "bom, não custa tentar, quero dizer, eu quero pedir, tenho uma música para ele", na hora eu só tinha uma música com ele em mente, Demons in You, achei que precisava do "groove" que ele traz no jeito que toca, e ele imediatamente disse sim, que adoraria, e acabou tocando cinco músicas em meu álbum. Tenho muitos bateristas nesse álbum, porque eu uso muitas pessoas de diferentes países, e posso fazer isso porque sou uma artista solo, não tenho uma banda, e isso me dá a chance de poder realmente direcionar as músicas que eu quero a diferentes músicos considerando seus estilos e jeitos de tocar, é uma liberdade linda."