3Sat

E: Tem uma faixa escondida no seu álbum...
T: Sim (risos)
E: Talvez algumas pessoas tenham parado de ouvir antes, mas tem uma faixa escondida e é meio... Eurodance?
T: Feita do jeito certo com um produtor de Dance!
E: Por quê?
T: Bom, é... é uma piada, obviamente, você não deve leva-la a sério, é chamada "hit song", quem diabos dá o nome de "hit song" à uma música? É uma brincadeira. Foi feita para ser uma piada e um tanto para ser algo assim (gesto indicando um soco) à indústria da música, sabe? eu tenho meu caminho e sempre sigo meu caminho.
E: A indústria da música é tão ruim assim?
T: Não que seja ruim, mas você precisará lutar por seus sonhos. Eu sempre fui uma lutadora e continuo lutando. É isso que quero dizer. Essa música foi obviamente divertida de criar, com os músicos que tenho em mão. A parte de quase thrash metal que você tem lá, foi super difícil pra todo mundo gravar, a parte de Dance foi feita direito com um produtor específico disso, são meio que os dois extremos, que eu não iria tão longe.
E: Mas poderia funcionar na Alemanha! Sabe que nós amamos dance, então no Wacken... você planeja toca-la ao vivo?
T: Dance? O quê?
E: É!
T: Não! Hit Song? Nunca! (risos)
E: Te prometo que quando você tocar aquilo aqui...
T: É, acho que podia funcionar
E: Definitivamente funcionaria!
T: Mas vocês não vão ouvir isso de mim, infelizmente, não vão, ainda não. Quem sabe um dia...
E: Se você quiser saber de um grupo famoso eletrônico daqui...
T: Schiller? Eu trabalhei com eles
E: Scooter
T: Aaah, Scooter
E: Se você fizer aquilo acontecer, Scooter num palco do Wacken...
T: (risos) É o tipo de coisa que esperariam de mim, né? Eu estava noite passada me apresentando na Igreja do Wacken, música clássica para os metalheads, então por que não Scooter e eu ou... Eu tenho que repensar esse assunto, tá?! (risos)
E: Ok, a gente fala sobre isso da próxima vez.

Arte Concert

E: você iniciou seus estudos na música bem cedo, corrija-me se eu estiver errada, mas suas primeiras aulas de piano foram aos seis anos?
T: certo. Eu comecei com seis anos. Na verdade minha mãe me perguntou, já que ela me viu brincando com melodias de criança, um pequeno teclado que tínhamos, "você gostaria de ter um professor?" e eu "sim, claro, adoraria" e eu nunca parei. Me envolvi com educação musical desde bem cedo.

E: e você se lembra das primeiras músicas que ouvia em casa e que tiveram um impacto em você?
T: Eu tenho um irmão, sete anos mais velho, e outro irmão cinco anos mais novo, e esse mais velho tocava bateria, ele tocava Whitesnake - como hoje, temos um pouco de whitesnake no palco, né? - tocava hard rock, não exatamente metal, mas hard rock. E minha família amava música clássica, meus pais tinham ótimas vozes de canto, então eu estive sempre cercada por música na minha infância, rock e música clássica, acredite ou não!
E: Então foi isso que aconteceu!
T: Sim, mas houve uma grande mudança na minha vida, eu nunca tinha imaginado me tornar frontlady numa banda de metal, nunca, porque eu não estava ouvindo metal antes de começar a cantar em uma banda de metal.
E: Isso é tão estranho-
T: Quer dizer, [tinha] Metallica né
E: Sim, mas todo mundo ouvia Metallica já que era bem popular
T: Sim, bastante
E: Mas então seu irmão teve um pouco de influência sobre você ouvindo Whitesnake e tal
T: Sim, um pouco
E: Como era ter dois irmãos? Vocês brigavam muito? Isso te fez mais durona?
T: (risos) nem tanto. Obviamente a gente tinha nossas batalhas contra nosso irmão mais novo porque ele se tornou muito forte muito novo, então era como "ah meu deus eu preciso me defender contra esse monstrinho 5 anos mais novo que eu e eu sou menina!" (risos). Mas eu fui a única menina da escola por cinco anos, na minha sala. Então eu sempre estive cercada de meninos, jogando futebol com eles, essas coisas... Mas eu ainda era uma menina, e eu continuei sendo "menina" na banda de metal, ainda sou uma mulher procurando coisas bonitas na vida, mas ao mesmo tempo "de boa" com as coisas que sempre aconteciam ao meu redor..
E: Eu li que você sofreu na escola por sempre estar cantando no coro e fazendo essas coisas e algumas pessoas ficaram com inveja, é verdade?
T: Anos muito, muito duros. Os primeiros cinco anos da escola primária para mim foram muito difíceis. Eu sofri muito bullying, muito. Talvez esses anos ainda vivam em mim. Naquela idade você é tão novo, tão pequeno, tão inocente em relação ao mundo e aí você é tratado mal todo dia e tem que acordar de manhã e ir pra escola e... foi horrível. Mas me ensinou muitas coisas sobre mim mesma, que eu só entendi mais tarde, porque me sentia daquele jeito, porque nunca fui capaz de dizer ou fazer nada contra aquilo... Eu ainda tenho esses problemas na minha vida, é super difícil para mim dizer algo ruim para as pessoas, se eu não gosto do que elas fazem, provavelmente vem dali.
E: Então pra você é difícil dizer algo negativo às pessoas porque você sofreu muito na escola com isso e sabe como é?
T: Eu sofri muito com isso e aguentei muito disso... Ou talvez tenha a ver com a minha mãe. Eu perdi minha mãe em 2003, o jeito que ela lidava com os baques... Nós, mulheres, somos fortes. E é sobre isso que é minha música, celebrar a vida como ela é.
E: E você tem uma filha, ela tem quatro anos agora, certo?
T: Sim, ela tem quatro
E: Você se preocupa por ela, nesse sentido? Porque ela tem quatro anos, mas vai estar na escola logo... Como você vai protegê-la?
T: Eu não posso protegê-la, nesse sentido, ela estará sozinha. Eu posso estar lá para apoia-la, para ser essa pessoa, e certamente serei, mas é, eu estive pensando bastante sobre isso porque está próximo, ela tem que começar a escola logo, e eu realmente espero que ela não tenha que passar pelo que eu passei.
E: Como ter uma filha impactou em seu modo de vida? Ou no seu modo de ver a vida?
T: Eu acho que... Na minha música, hoje em dia, como eu escrevo, o que eu escrevo, o que eu quero contar tem a ver com a minha vida então obviamente me tornar mãe me fez super feliz e passar por essa experiência de maternidade, que eu nunca tinha esperado, eu tinha 34 anos, nunca tinha pensando em me tornar mãe, mas aconteceu e eu sou grata porque não tem nada igual ser mãe de uma alma tão linda.
E: De alguma forma, colocou coisas em perspectiva?
T: Sim, eu não sou mais a prioridade na minha vida, as prioridades todas se foram, ela é número 1 agora, não a mãe! (risos)
E: Tem alguém na sua vida que te pare e te diga que é hora de descansar, de recarregar as baterias?
T: Eu ouço muito disso. Primeiramente dos meus fãs, eles realmente se importam, eu leio comentários como "você nunca descansa, o que acontece? tire férias", eu leio bastante, mas é como eu te falei antes, eu vivo meu sonho, eu amo tanto o que faço, eu amo a liberdade que me foi dada como artista de me expressar, mas eu também tenho uma família e gosto e quero passar tempo com eles, esse tipo de coisa tem ser tornado mais e mais importante para mim. Eu tenho que ter meu descanso, eu estou ficando velha, vou fazer 40 anos ano que vem!
E: 40 é o novo 30.
T: Ok, se você diz! (risos) mas é sério, a mente ainda está nos 20 mas o corpo NÃO! (risos) então você precisa tomar cuidado, precisa se cuidar e tirar um tempo pra si mesma, mesmo que o tempo seja limitado nessa linha de trabalho. Mas eu já entendi. Esses últimos anos tem sido loucos.
E: Se você pudesse viajar para o passado ou para o futuro, qual você escolheria e por quê?
T: Essa é difícil... Eu acho que para o passado.
E: Alguma era em específico?
T: Provavelmente para a minha infância
E: Para socar todos que foram horríveis com você na cara?
T: É
E: Não muito longe no tempo, então
E: É, eu gostaria de ver se aquela pequena Tarja poderia ser um pouquinho mais durona, um pouquinho mais selvagem, no sentido de me expressar mais. Eu era um "lobo solitário", uma garota solitária, e a música era meu escape, desde aquela época. Te falei que eu era a única garota da classe e a música era a coisa na qual eu me sentia confortável, sabe? Então realmente me deu as asas para superar e ser feliz. Eu tenho que dizer, esses últimos dez anos da minha vida tem sido incríveis.

MetalHeads DE

E: Primeiramente parabéns pelos seus novos álbuns, ambos tem muitas músicas boas, como você teve tantas ideias?
T: Obrigada! Nos últimos anos eu me senti super feliz, super confortável, todo o processo de composição e produção pareceu super natural. Acho que eu encontrei uma boa harmonia na minha vida, artisticamente e pessoalmente, já que tudo na minha vida tem a ver com música mesmo. Então eu acabei com muitas músicas que eu não queria perder, por isso dois álbuns.
E: O que me chamou mais atenção pessoalmente foi a variedade, especialmente no The Shadow Self. De um lado com Diva e do outro com Demons in You ou Undertaker... foi sua intenção mostrar essa variedade toda, como todos os lados de que você é capaz?
T: Eu acho que desde que eu comecei minha carreira solo meus álbuns são muito diversos, mas de qualquer modo nesse meio tempo eu achei meu som e meu estilo, então é vivendo e aprendendo. No The Shadow Self, como eu disse, tudo parece muito natural, porque, você sabe, eu sou louca, tenho uma carreira clássica também, então quero usar esse conhecimento na minha carreira do rock e do metal. Minha escrita tem tudo a ver comigo e com quem eu sou.
E: Em Demons in You você colaborou com Alissa White-Gluz. Você está satisfeita com o resultado? como aconteceu a colaboração?
T: Muito feliz, estou muito feliz com o trabalho dela. Foi ótimo, eu pedi para ela cantar também com os vocais limpos em Demons in You porque ela é uma cantora muito versátil e não muitas conseguem fazer o que ela faz com os guturais e com a voz limpa, uma linda voz, ela realmente fez um bom trabalho. E vocês vão me ver com ela no palco do Wacken!
E: Em Eagle Eye podemos ouvir seu irmão Toni. De quem foi a ideia? é a primeira vez que vocês trabalham juntos?
T: Ele já cantou backing vocals comigo nos últimos álbuns, mas ele é super talentoso. Na verdade, o mais talentoso - eu tenho dois irmãos, e te diria que ele é o mais talentoso de nós...
E: Calma, quantos?
T: Dois irmãos, eu no meio, sempre no meio dos homens (risos). Mas eu queria dar uma chance a ele de mostrar o que ele tem, ele tem uma voz realmente linda, e tem uma banda de metal progressivo na finlândia, quem sabe ele consiga uma chance...
E: Soa muito bem! Vamos falar da sua apresentação no Wacken. Quantas músicas de seu novo álbum estão no setlist?
T: bastante, até, já que é o lançamento. Mas claro que é difícil para o público se eles nunca ouviram as músicas, eu não quero entedia-los, eles precisam ouvir e prestar atenção pra ter uma primeira reação às músicas. Terão algumas, mas o setlist é bem pesado dessa vez, eu vou ter alguns problemas em correr por aí e respirar, mas vou me divertir muito. Meus shows no Wacken sempre foram ótimos, então acho que vai ser incrível agora.
E: Você se apresentou em 2003 com o Nightwish no Wacken e de novo em 2010 como artista solo, de certa forma, parece uma "volta pra casa"?
T: Sinto como se me recebessem assim, as pessoas são super gentis, e tanta gente se preocupando... Você vem pra cá e sente como se tudo estivesse bem, tem tanta gente trabalhando, tanta gente cuidado de você...
E: Em 2016 nós tivemos muitos ataques terroristas na Europa, isso de alguma forma afetou como você se sente antes dos seus shows? você teve medo que algo pudesse acontecer?
T: A última vez... Não foi um ataque terrorista, mas o que aconteceu em Munique, nós estávamos em Cologne, estava tomando café com aminha família e começamos a nos perguntar "Por que tem tantos policiais em volta?" e eu peguei meu celular para olhar as notícias e estava acontecendo. Obviamente me deu alguns... sentimentos. Não bons. Está acontecendo bastante, você nunca sabe...como estive conversando com os organizadores do Wacken, que eles realmente precisavam de segurança esse ano por conta desse tipo de evento maciço que atrai tantas pessoas. Mas você não pode viver com medo. Como artista, eu ficaria louca se pensasse nisso toda vez que subo num palco. Eu sou uma pessoa de visibilidade, minha família está comigo o tempo todo, estão aqui agora, eu não posso pensar que algo ruim vai acontecer com eles, seria difícil suportar... Mas eu ainda acho que nós temos que pensar nas coisas positivas da vida ao invés de... a vida é muito curta.
E: Você vai começar uma tour agora na Europa, o que você pode nos contar? quem vai abrir os shows?
T: Meus amigos do Angra, do Brasil, vão tocar comigo nos shows na Alemanha, vai ser fantástico tê-los abordo já que eu tenho feito shows com eles, estive no rock in rio com eles, fiz colaborações com seu guitarrista, Kiko Loureiro, que agora toca com o Megadeth, então... Eles estarão se juntando a mim, são vários shows, estou super feliz. A produção vai ser diferente, nova, maior, com telões e na questão das cores vamos para o preto e branco como no álbum. Vocês verão algumas cores, não nas minhas roupas, mas... é. Estou realmente ansiosa por estes shows.
E: Sua voz é seu instrumento de trabalho. Você tem algum segredo especial sobre como cuidar dela?
T: Ah, não. Água é minha bebida. Tá, um pouco de vinho tinto também (risos), mas não antes de nenhum show, não posso, mas relaxar com vinho é sempre bom pra todo mundo, acho. Mas, quero dizer, eu acho que eu preciso me cuidar e preciso treinar, liricamente. Eu ainda treino bastante canto lírico e ainda faço aulas, tenho uma treinadora vocal em Buenos Aires e toda vez que estou lá faço aulas, e ela é bem dura, ótima para mim, me traz de volta ao ponto certo. É absolutamente importante ter esse treinamento, é como ser uma atleta, você tem que continuar treinando. E no meu caso, como sou cantora lírica seria muito triste perceber que não consigo mais fazer uma ária, falando puramente de canto clássico, se eu pegasse uma ária com a qual não tinha problemas dois anos atrás e tivesse problemas agora seria um pesadelo. Eu só quero progredir como cantora. E acho que é possível ouvir isso em meus álbuns, a mudança na minha voz, e isso é motivador.
E: Você trabalhou como coach no The Voice of Finland, com gente que um dia pode assumir seu posto de vozes da Finlândia...
T: Eles são as vozes da Finlândia, duas cantoras do meu time quando eu estava no programa, ambas venceram. Foi uma experiência linda, uma das melhores da minha vida, foi um novo desafio olhar para cantores de estilos diferentes e ter que pensar em como instruí-los. Acho que é um pouco diferente aqui na Alemanha, com os jurados não tão em contato com os cantores, mas na Finlândia estamos, eles conversam com a gente, manda e-mails, ligam "que cor de roupa íntima eu devo usar no próximo show?!" (risos). Mas foi lindo, eu aprendi muito com eles. Não vai continuar esse ano porque eu estou ocupada com os shows, mas eu o faria de novo, certamente.
E: Quer mandar alguma mensagem para seus fãs?
T: Quero agradecer por todo o apoio que tem me dado através do anos. Quer dizer, wow, já são quase vinte anos que eu estou aqui, e é por causa de vocês. Faço vinte anos de carreira ano que vem... puta merda. Estou ficando velha com vocês! (risos)

WACKEN TV

E: por que dois álbuns ao invés de um álbum duplo?
T: Acho que um álbum duplo teria sido demais pra os meus fãs digerirem. Como meu estilo é bem versátil, você pode encontrar músicas bem sinfônicas, músicas bem pesadas, teriam sido músicas demais. Eu escrevi músicas demais e decidimos com a gravadora lançar dois álbuns completos. O TBV te dá uma visão do que o TSS será, ele é mais "leve", mais rock, pra mim.
E: E eles tem um conceito separado?
T: Eles são bem conectados, mas existem separadamente. No TBV há como minhas músicas de filme, uma colaboração com o Michael Monroe, que escrevemos juntos, covers, então tem vida própria, mas na arte você vê a conexão, eu queria ter eles conectados, já que eles estão sendo lançados tão próximos.
E: Mas os títulos são contrastantes, como claro e escuro, Ying e Yang, certo?
T: Sim, é exatamente essa a ideia. É sobre os opostos da vida. Tem muita luz em mim, mas também há escuridão, que me faz escrever. Eu já estou de acordo com essa escuridão, eu a tenho abraçado nos últimos anos que a percebi, e que percebi que é uma escuridão bela.
E: Falando de músicas de filmes, tem um vibe meio James Bond. Elas são pensadas assim, como para um filme de James Bond?
T: (risos) eu sou uma grande fã de James Bond, tenho acompanhado por anos, Sean Connery ainda é meu Bond favorito! Eu amo as trilhas sonoras, as músicas de James Bond. Eu já escrevi a "minha", muitos anos atrás, para o What Lies Beneath, "In for a Kill". Eu quis fazer o cover de Goldfinger para o The Brightest Void porque é uma música desafiadora de cantar. Eu recebi um convite de um programa de tv para canta-la, e eu não consegui, naquele tempo. E desde então ficou passando pela minha cabeça que eu queria voltar à essa música, até agora.
E: Então você ainda tem seus objetivos..
T: Tenho muitos
E: Você mencionou Micheal Monroe, do Hanoi Rock
T: Amo ele. É realmente um amigo querido.
E: Então ele esteve envolvido também na escrita?
T: Sim, ele escreveu a letra e a maior parte da melodia. Dei uma demo pra ele e ele disse "nossa, é super pesada" e para mim era a música mais rock n' roll que eu já tinha feito. Ele escreveu a letra em uma noite. Ficou tão animado com tudo isso que me veio e...
E: Você tem mais convidados ilustres nesse álbum, como Chad Smith do Red Hot Chilli Peppers
T: É incrível que ele esteja tocando nos meus álbuns, estou super lisonjeada. Ele é um bom amigo de Kevin Chown, meu baixista, que tem trabalhado comigo por muitos anos, e ele já tinha me dito há muitos anos "se tiver uma música para o Chad, me fale" e eu achei que "aah é, o baterista do Red Hot Chilli Peppers...", mas eu tinha uma música pra ele, Demons in You, na qual Alissa do Arch Enemy também canta.
E: Mas você não o conheceu, certo? foi uma gravação à distância
T: Sim, quando ele estava gravando em Los Angeles eu estava em Buenos Aires, então tivemos uma sessão pelo Skype, eu no computador do estúdio tipo "ooooi" (risos). Tínhamos uma diferença de fuso horrível, eu não sei nem como aconteceu, muitas horas, então eu fiquei acordada a noite toda super animada "Chad Smith está tocando no meu álbum!!" (risos).
E: E você mencionou Alissa. É especial para você trabalhar com outra cantora mulher, como com Sharon den Adel há alguns anos e agora com Alissa?
T: É certamente especial. Todas essas garotas estão nesse ramo há muitos anos, como eu, e nós vimos coisas diferentes no ramo, nos negócios, em nós mesmas, então quando nos juntamos temos muito o que dividir. Essa é a boa energia que tem nisso. Em bandas com mulheres nos vocais... Quando eu comecei nesse ramo, tinham algumas de nós, e eu fui um pouco "a estranha" no ínicio dos vocais operísticos, mas tenho orgulho de abrir esse caminho. Então trabalhar com essas grandes artistas é um prazer e uma honra.
E: Quando eu estava procurando vídeos no youtube seus das sessões com Chad Smith, encontrei outro vídeo de "momentos engraçados com Tarja Turunen" com vídeos de você escorregando no palco e essas coisas. Você consegue rir depois dessas coisas? Ou fica brava?
T: Claro que não, não dá pra ficar brava com essas coisas, tem vários momentos em que... Um dos momentos mais hilários foi há muitos anos, ainda com o Nightwish, nossa primeira tour na América, eu estava usando roupas íntimas amarelas e eu não sei o que diabos eu fiz mas a minha calça completamente rasgou na parte da frente, eu passei o resto do show segurando uma toalha na frente! (risos). Shit happens. Eu rio disso, claro. Já comecei shows com o microfone ao contrário, cantando do lado errado, e as pessoas rindo, antes mesmo de eu perceber o que estava fazendo elas já estavam rindo e eu "opaaaa, vamos continuar" (risos). Acontece, acontece.