SuomiRocks foi recentemente convidada a ouvir a premiere mundial do novo álbum solo de Tarja Turunen, “My Winter Storm” em Londres. Isto foi seguido por uma conferência de imprensa concedida pela cantora original do Nightwish e uma sessão de autógrafos para fãs sortudos o bastante para ganhar um concurso da Rock Sound Magazine do Reino Unido.

A sessão começou com um vídeo da Tarja no estúdio na Irlanda explicando os pensamentos por trás do álbum, seguido por oito faixas que literalmente saíram direto da mesa de edição, e nem mesmo a Tarja tinha ouvido elas ainda. Ela mais tarde nos contou que haverá 13 faixas no álbum, incluindo o cover do Alice Cooper, Posion.

Então como o álbum soou? Absolutamente GRANDIOSO.

Notem que eu não era um fãs do velho Nightwish ou mesmo da voz da Tarja. Mas este álbum me ganhou na primeira audição e me deixou de boca aberta e querendo mais.

Lost Norther Star (A Estrela Perdida do Extremo Norte) – nos sacudiu completamente, como um tornado sacudindo um prédio, abrindo caminho para o álbum. Começa bem atmosférica com a voz operística da Tarja… e então as guitarras explodem, no melhor estilo rock pesado. Quem quer que pense que Tarja remontaria ao seu lado mais clássico, ficará bastante surpreso. Torna-se imediatamente claro o quanto de trabalho foi exigido para este álbum, os arranjos, a produção… tudo grandioso. Aparentemente há 74 vocais gravados nesta canção. O som te sacode como se você fosse uma parede.

My Little Phoenix (Minha Pequena Fênix) – é uma faixa um pouco mais pop/rock com uma bateria mais atmosférica e uma batida como um zumbido, antes de um grandioso refrão operístico. Há um belo instrumental que vai levando a canção a um rumo de trilha sonora de algum filme, algo a mais que isso seria uma cópia deste álbum. Tarja não fez questão de esconder todas essas trilhas sonora que ela usou como inspirações para obter a sonoridade desejada, e ela foi bem sucedida, muitas das faixas aqui poderia ser usadas de tal forma.

Oásis (Oásis) – foi a seguinte. E foi também a faixa escrita inteiramente por Tarja, originalmente apenas instrumental, mostrando que ela é bem mais do que alguns a julgam. É uma bela canção repleta de violoncelos assustadores. Ela te carrega para longe, diante do piano, o jeito da Tarja cantar me lembra das antigas canções tribais, talvez as influências irlandesas do estúdio tenham algo a ver com isto. Os vocais me trazem imagem de pés descalços correndo pela floresta, novamente ela foi bem sucedida em transmitir imagens e atmosfera.

Sing For Me (Cante para Mim) – foi a faixa seguinte, que continha palavras sussurradas como se fossem vozes na sua cabeça. Letras obscuras como “It’s getting hard to breath” (Está ficando mais difícil de respirar), “Virgin soul inside of me, getting raped by insecurity” (Alma virgem dentro de mim, sendo violentada pela insegurança) contradizem o fato de que esta canção tem algumas das partes mais cativantes e um grandioso refrão operístico, com Tarja sendo acompanhada por um grande coral. É possível sentir a emoção da canção, do jeito que ela queria.

Die Alive (Morto Vivo?) – é uma ótima faixa rock com guitarras pesadas e um refrão cativante. Surge com um brilho mais comercial que vai aumentando.

Minor Heaven (Céu Menor) – tem um ótimo início com piano, violino e violoncelos, é uma balada mais lenta, com Tarja experimentando notas bem altas e mostrando seu alcance vocal. Esta também tem um refrão bem marcante e continua durante a canção, às vezes é difícil entender a letra.

Ciarán’s Well (O Poço de Ciarán) – Tarja é metal. O Machinehead provavelmente se sentiria orgulhoso disto. Guitarras bem pesadas e gritos, que pessoalmente eu achei um exagero. Foi quase um pesadelo para mim, mas talvez fosse essa a intenção, né?

The Reign (O Reino) – foi a última faixa que ouvimos e foi rotulada como uma “válvula de escape reflexiva” (?). A voz de Tarja sofre variações com uma agradável melodia e belos arranjos de cordas.

A sala ficou em silêncio, todos impressionados pelo que ouvimos. “I Walk Alone” (o primeiro single do álbum) e mais quatro faixas definirão o álbum que fará Tarja ganha novos fãs e surpreender até os mais conversadores. Ela quis um algo que tocasse as pessoas, que tivesse uma sonoridade grandiosa que entrasse em sua mente, que desafiasse e surpreendesse, que criasse imagens de poder e beleza de sua terra natal… e ela foi bem sucedida em toda elas.

Tarja apareceu logo depois de ouvirmos as canções e pareceu bastante nervosa a primeira vista, mas logo relaxou e se divertiu um pouco. Ela respondeu algumas perguntas e explicou como ela espera que o álbum a caracterize como cantora. Houve perguntas sobre o Nightwish, claro, mas Tarja respondeu honestamente a maioria delas, e evitou algumas. Não vamos entrar em detalhes já que a entrevista será publicada na integra na Rock Sound em meados de novembro, mas ela foi simpática, interessante, divertida, articulada e encantadora de se ouvir. Muito diferente daquela pessoa calma e reservada que surgia quando ela ainda era cantora do Nightwish, e ela totalmente encantada por nos receber.

E sim, perguntamos se ela já esteve em moominworld e qual era seu moomin favorito. A resposta foi… ela não tem nenhum favorito, mas ela revelou um segredo jamais compartilhado: ela se vestiu de Mamãe Moomin para sua festa de formatura!

Tuomas pode ter bancado o cego completo com o novo álbum do Nightwish, Dark Passion Play, mas Tarja fez mais do que supera-lo; My Winter Storm é maravilhoso.

Fonte: SuomiRocks.com