Tarja começou o ano de 2016 por cima: dois discos de estúdio e uma temporada de festivais de verão na Europa. The Shadow Self é o seu quarto disco de trabalho solo, no qual encontrou conforto e segurança.

Sabemos que a finlandesa está sempre em constante movimento e evolução, não somente como cantora de rock mas também como cantora clássica. Mas nesta ocasião, perguntamos à Tarja sobre os desafios que teve ao produzir este novo álbum, sua passagem pelo Wacken Open Air e muito mais.

MSM: Innocence foi o single que você escolheu para apresentar The Shadow Self. Por quê esta música foi escolhida e por quê decidiu gravar o vídeo dela em Buenos Aires com Mariano Cattaneo? O que te inspirou para criar a história que é mostrada nele?

TT: Innocence mostra perfeitamente a atmosfera e a direção do novo álbum. É uma canção cativante e muito emotiva. Mariano teve a ideia para a história do vídeo e eu gostei. Nós a modificamos e nos demos muito bem enquanto filmamos. Desde que colaborei com Mariano em seu projeto cinematográfico “Corazón Muerto”, com a música “An Empty Dream”, eu sabia que ele seria a pessoa indicada para dirigir o meu clipe.

MSM: Qual foi o maior desafio ao gravar o seu cover de Muse?

TT: Esta música é muito desafiadora de ser cantada, porque as escalas são muito amplas. De qualquer forma, eu amo desafios e especialmente como cantora lírica, eu me jogo neles. A música é linda e eu queria fazê-la soar mais pesada, com o que eu sei sobre metal. Na verdade, a produção foi muito tranquila e natural, então o resultado final ficou bem sólido.

MSM: Muitas pessoas que não assistiram os vídeos de "faixa por faixa" acham que "Diva" se passa em um circo ou algo do tipo. Você pensou alguma vez que esta música teria esse tipo de interpretação?

TT: Com certeza. Eu gosto do fato de que as pessoas podem interpretar minhas músicas do modo que quiserem. É por isso que eu não gosto muito de explicar as minhas letras, para assim sobrar um espaço para interpretações.

MSM: O seu irmão Toni sempre participa de seus álbuns, mas desta vez a participação dele tem uma função especial em "Eagle Eye". Qual é a melhor parte de se trabalhar com ele?

TT: Eu gosto de dar a ele chances de mostrar do que é capaz. Ele é um músico muito talentoso e eu tenho orgulho dele. É muito bom poder compartilhar o amor e paixão pela música com um membro da família.

MSM: Muitas pessoas se identificam com o lado mais obscuro das músicas que você faz e alguns não são tão positivos como você é. Compor músicas assim é natural pra você? Como você se sente sabendo que a mensagem de suas letras podem ajudar outras pessoas?

TT: Por experiência própria eu sei que a música é um recurso muito poderoso. Não é de se estranhar que seja utilizada em terapias com crianças, alcançando ótimos resultados. Há pessoas que tem um contato muito pessoal e importante com as minhas músicas e isto é incrível. Certamente algumas delas podem ser mais "obscuras", mas sempre há uma mensagem positiva na maioria delas.

MSM: Uma palavra que se destacou ao nosso ver foi "despair" (desespero) no seu novo trabalho, em músicas como Shameless, Love to Hate e Undertaker. Isto é só uma coincidência?

TT: Bem, talvez tenha muito desespero no mundo que vivemos hoje em dia.

MSM: Você apresentou o The Shadow Self no Wacken Open Air, o maior festival de metal do mundo, alguns anos após sua última performance solo e até mesmo com dois shows, um com a participação de Alissa White-Gluz. Como você se sentiu naquele momento? Foi como você esperava?

TT: Eu passei 3 dias ao todo no Wacken este ano e eles foram cheios de atividades. O festival é importante no ramo do metal e é sempre bom fazer parte dele. Eu tive dois tipos diferentes de shows, um clássico e outro de rock. Os organizadores do festival são pessoas de mente aberta, já que quiseram que eu fizesse um concerto clássico na igreja do Wacken e transmití-lo para ao resto do público no dia do meu show. A experiência foi maravilhosa!

MSM: Além disso, você teve a oportunidade de cantar música de outros artistas famosos como Rammstein, Linkin Park, Megadeth, Slipknot e outros. Por quê você escolheu estas bandas em particular?

TT: Estas são minhas bandas favoritas de metal e rock, então escolhi músicas delas. Músicas que podem ser tocadas com um quarteto.

MSM: Você tem ideia de datas para os seus shows na Argentina?

TT: Estamos trabalhando nas datas no momento. Vocês me verão por aí ano que vem.

MSM: Na entrevista anterior que tivemos, você nomeou 5 álbuns que recomendaria a todas as pessoas para escutarem até o último suspiro. Eles foram:


Metallica – Black
Queen – A Night at the Opera
Peter Gabriel – So
Gladiator soundtrack
Jean Sibelius - Finlandia

Você poderia nomear outros 5?

TT:

· Pink Floyd - The Dark Side of the Moon
· Beatles - Abbey Road
· Rammstein - Reise, Reise
· Michael Jackson - Thriller
· Whitney Houston - Whitney


MSM: Queremos te dar este espaço para saudar os seus fãs na Argentina e ao redor do mundo. Muito obrigada pelo seu tempo!

TT: Eu quero agradecer a vocês por todo apoio e amor. Eu sinto falta dos meus fãs e amigos argentinos. Vejo vocês em breve!