Vida pós Nightwish
A ex-vocalista do Nightwish está voltando ao mundo do estrelato. No momento em que dá os últimos retoques e se prepara para lançar seu álbum solo, My Winter Storm, Tarja nos falou como foi trabalhar no disco e como andam seus sentimentos em relação aos seus ex-companheiros de Nightwish.
Uma atmosfera tranqüila rondava a cantora Tarja Turunen. Ela falava abertamente sobre o Nightwish, mas não deixou escapar nenhuma palavra ruim a respeito dos ex-colegas de trabalho. “Eu agradeço por ter passado nove anos no Nightwish. Eu aprendi muito com o metal”, diz a bela moça. “Vocês vão encontrar parte dessa influência do metal no meu álbum solo, embora ele não seja só isso e traga também vários outros estilos”. No final, Tarja nem consegue imaginar uma concorrência entre seu álbum solo, My Winter Storm, com Dark Passion Play, o novo álbum de sua ex-banda. “A música não é um esporte! Um CD não é lançado para competir. Ele é apenas uma forma de você expressar seus fortes sentimentos. Eu fui parte do Nightwish por muitos anos e desejo a eles tudo de bom no futuro. Eu não olho para trás com rancor. Apenas olho para frente de forma otimista. Seria bobo se os nossos fans estivessem partidos em dois e tivessem que escolher entre a minha música e a do Nightwish, perdendo assim a chance de gostar de dois trabalhos com estilos musicais diferentes”, afirma Tarja.
Além disso, Tarja faz questão de salientar que não vai ignorar o tema Nightwish: “Eu ouvi duas músicas novas deles na rádio. Elas são muito boas. A Nuclear Blast, inclusive, me enviou uma cópia do disco. Eu só ainda não ouvi porque estava muito ocupada com a produção do meu álbum solo. No momento em que eu tiver um tempo, irei ouvi-lo com calma”, diz.
O jeito tranqüilo de Tarja também se deve ao fato de sempre ter dito que gostaria de dar inicio a um projeto solo de verdade: “O Nightwish não queria que eu começasse uma carreira solo paralela a banda e por isso eu tinha meio que parado no meu projeto. Após a separação eu pude tirar rapidamente da gaveta”, conclui rindo timidamente. “Quando algo de negativo acontece, sempre existe o lado positivo. No começo foi um pouco difícil, mas hoje em dia eu estou feliz que tudo aconteceu dessa forma e vejo tudo como uma nova chance para mim e para minha carreira”. Uma carreira na ópera é totalmente descartada pela cantora. Ela mesma nega possuir o talento para ser soprano e quer primeiro se dedicar alguns anos para as guitarras pesadas antes que ela entre numa profissão assim. Após ser demitida do Nightwish, centenas de compositores aproveitaram a chance para enviar suas músicas para a cantora tentando contar com o talento da fada finlandesa. “Eu ouvi todas essas músicas”, diz Tarja, antes de completar: “Mas, na verdade, eu procurei não saber de quem eram as composições propositalmente para que eu pudesse ter uma cabeça livre e não ficar impressionada pelo nome ou pela amizade que eu tinha com alguns deles. Entre as milhares de propostas havia algumas que logo corresponderam comigo. Eu me encontrei com os compositores e discuti com cada um deles o que eu queria mudar nas músicas. Algumas músicas eu mesma escrevi, o que para mim foi uma experiência muito boa porque eu nunca tive coragem de fazer isso antes. Outras partes das músicas surgiram com times de composição da Suécia, Alemanha e Ibiza; outras eu compus com aminha nova banda. Os músicos dessa banda foram escolhidos pelo meu produtor, Daniel Presley. A idéia principal para a faixa Ciáran’s Well vaio, por exemplo, do guitarrista Alex, que tirou esses riffs fantásticos da manga. Logo, lá estávamos nós compondo essa música pesada. Comparado com o Nightwish, o som está reduzido ao ponto central, já que todo instrumento tem que ser ouvido na altura da minha voz e fazem com que ela seja valorizada. Além disso, foi muito importante para mim o fato dessas músicas terem uma característica de trilha sonora”.
A questão de o álbum ter uma cara de trilha sonora também pode ser atribuída a mão que o mestre das trilhas sonoras, Hans Zimmer , deu a Tarja.
Hans não apenas ofereceu o seu estúdio para a cantora, como também autorizou que James “Jim” Dooley, seu braço direito, cuidasse dos arranjos, das gravações dos corais e das partes orquestradas. Isso sem contar a presença de Mel Wesson, que foi o grande responsável pela captação perfeita das partes atmosféricas de algumas faixas.
O primeiro single, I Walk Alone, também poderia ser o título do álbum, mas teria sido meio previsível segundo a opinião de Tarja: “Eu vejo minhas letras de uma forma mais poética, por isso decidi colocar uma passagem mais metafórica dessa música com título do álbum. Uma tempestade de neve pode ser algo negativo para muitos, mas soa como algo muito positivo para mim. A tempestade de neve tem muita energia e também representa um sinônimo para minha felicidade, que me ajudou nos tempos difíceis e nunca me deixou na mão” – “MY WINTER STORM is holding me awake, it hás never been gone”.
2007 - Valhalla - Vida pós Nightwish
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