Tarja Turunen mergulha de cabeça em sua gigante coleção

A princípio, famosa no mundo do metal como a primeira vocalista do Nightwish, Tarja Turunen tem unido seu amor pela música clássica e pelo heavy metal há duas décadas. Após o rompimento com a banda, em 2005, ela lançou seis álbuns solo e continua com uma formidável força no symphonic metal. Mas de onde vem seu amor pelo clássico e pelo metal?

Minha capa favorita é...

The Beatles – The Beatles (Apple, 1968)

É o álbum branco, é sua imaginação – você pode pensar no que quiser – todos temos nossas experiências pessoais. Quando você olha para capa branca pensando no que representa, percebe o porquê deles terem feito aquilo. Para mim, significa que é um álbum que desafia o ouvinte. Depois de todo trabalho que tiveram, eles mudaram muito; esse álbum mostra a gama de incrível talento que essas pessoas têm quando trabalham juntas. Eles eram destemidos. Para mim, o branco representa todas as cores da vida. Elas estão todas lá, a música passa por todas elas.

O álbum que eu queria ter gravado é...

Queen – A Night At The Opera (EMI, 1975)

Queria ser parte desse álbum, há tantas músicas maravilhosas nele. A composição, a loucura, a liberdade que eles sentiram ao criam músicas tão cativantes para tantas pessoas. Todo o ponto em ser músico, livre e artista. Quando você ouve, pode sentir tudo isso junto e a banda indo na mesma direção. É um álbum fantástico.

O álbum que partiu meu coração é...

Scorpions - Love At The First Sting (EMI, 1984)

Scorpions foi muito importante para mim quando jovem. Quando eu tinha 13/14 anos, senti pela primeira vez como é ser uma garota com o coração partido (risos). A música Still Loving You é uma dessas, em particular. Após alguns anos, fui convidada para cantar em um álbum deles e, para mim, foi como fechar um ciclo (risos). É esquisito como as coisas podem acontecer na vida e você tem a oportunidade de trabalhar com pessoas que são tão especiais. Toda a banda e sua música foram importantes na minha juventude. Senti-me bastante honrada por poder trabalhar com eles.

Ninguém vai acreditar que tenho uma cópia de...

Lady Gaga – Joanne (Interscope, 2016)

Tenho uma grande coleção de cds em casa, de todos os gêneros e estilos. Sou apaixonada por música. Tenho todos os cds da Lady Gaga e o último da Rihanna. Compro para ouvir como os produtores trabalham, por exemplo, ou se há um engenheiro de mixagem que gosto envolvido. Ouço diferentes estilos porque me ajuda a entender melhor as pessoas.

O primeiro álbum que comprei foi...

V/A compilação de música clássica

Quando comecei a estudar música clássica, tinha seis anos. Comecei a fazer aulas de piano, depois me interessei pelo clássico, em geral. Quando eu estava na frente do meu piano, tudo que estava fora desse mundo não importava. Minha primeira gravação foi uma coleção clássica dos hits de Mozart e Beethoven. Eram duas fitas.

O álbum pelo qual quero ser lembrada é...

The Shadow Self (earMUSIC, 2016)

Sou muito feliz por ter a liberdade de ser criativa. Meu último álbum diz muito sobre quem sou – ao menos hoje – e mostra minha identidade como artista, talvez melhor que qualquer outro álbum no qual já estive envolvida. Odeio me repetir, por isso me desafio todas as vezes que escrevo uma música. Nunca vou onde os limites são baixos, preciso me desafiar, quero progresso. Neste momento,  estou em um lugar muito bom.

O álbum que me lembra a escola é...

Whitney Houston – Whitney (Arista, 1987)

Adorava o álbum Whitney, que tem músicas maravilhosas como Didn’t We Almost Have It All. Eu as cantava quando era bem pequena, e nunca conseguia alcançar as notas. Pensava ‘Deus, tem que haver um meio de eu conseguir alcança-las.’ Pensei que me tornaria outra Whitney, até que ouvi Phantom Of The Opera. Quando a soprano alcançou as notas altas, pensei: ’como você consegue fazer isso?’ Fiquei com medo de perder minha voz. Se eu queria me tornar uma cantora, tinha que cuidar do meu instrumento. Então, comecei a fazer aulas. Na pequena vila onde vivia, havia apenas professores de música clássica. Nunca pensei em ser esse tipo de cantora, mas quando tinha 15 anos, tudo mudou.

O álbum mais subestimado é...

Burnclear – Lost For Life (Unsigned, 2016)

Eles são uma banda finlandesa de metal progressivo, na qual meu irmão está envolvido. São músicos jovens e realmente talentosos, tentando encontrar seu caminho pelo mundo. Se você der uma ouvida, não poderá dizer que é ruim. Eles só precisam de alguém que ilumine o caminho!

 

O álbum em que quebro o limite de velocidade é...

Disturbed – Indestructible (Reprise, 2008)

É também meu álbum de ginástica. Sempre corro ao som de Disturbed e Avenged Sevenfold. Disturbed me faz sentir uma energia ótima, gosto da vibe que a banda tem. Tenho os álbuns que antecedem esse, mas Indestructible é maravilhoso.

Uma criança me perguntou o que é metal, dei a ela uma cópia de...

Metallica – Metallica (Elektra, 1991)

Metal, para mim, representa coisas belas. Sou mulher e estou neste mundo dirigido por homens há 20 anos, o que é incrível. Metal me dá grande poder, o sentimento de que estou pronta para tudo. Também me dá a parte da beleza, as melodias pelas quais procuro. Elas precisam me contar uma história. Para mim, a primeira banda de metal é Metallica. O Black Album é fácil de entender para alguém que nunca ouviu o estilo. Ouça e procure por mais, porque há muito.