E: hoje nós temos uma adorável convidada, a cantora Tarja Turunen! Bom dia, Tarja!
T: Bom dia e obrigada!
E: Aqui estamos, você esteve aqui como convidada cerca de um ano atrás, agora você tem nova música a caminho, o ITR será lançado em agosto, que tipo de música podemos esperar?
T: bem, é rock sinfônico e bem heavy rock. Minha composição e letras são muito presentes, vai ser um álbum bem pessoal, eu já processei essas emoções e foi um proecesso bem doloroso. Agora que o álbum está perto de ser lançado eu não sinto mais como... não sinto nada, é curioso que eu tive que limpar isso com esse parto. Um pequeno bebê vindo ao mundo (risos), mas é assim que é, realmente, você poderia comparar a isso. É terapêutico, fazer música.
E: Ok, então você teve que lidar com isso, quando você diz que é pessoal...
T: Com a vida. A vida e nada mais. Eu acredito que quando eu fiz quarenta anos alguns anos atrás... você olha para a sua vida, olha pra tudo que já aconteceu e, acima de tudo, para onde você quer ir. Completamente diferente, é estranho... É um jeito de pensar completamente diferente.
E: E que tipo de coisas você encontrou, ou quer encontrar e canalizar suas energias para fazer agora no futuro?
T: Eu escrevi todos os meus álbuns sobre as mesmas coisas, sobre sonhos, sobre o tempo que nos é dado, que nós devemos usar o tempo, o agora. Então... eu não quero desperdiçar nada deste tempo de forma alguma. Eu sou uma artista que faz turnês pelo mundo quase oito meses por ano. Eu estou longe da minha família. Minha família costumava viajar comigo e... mentalmente tem sido difícil como mãe estar longe da minha família. Então é lógico que as letras têm bastante disso, de eu sentir falta deles, mas é o que é.
E: Consigo me identificar com essa saudade de mãe. Por um longo tempo você viveu em Buenos Aires, na Argentina, mas agora você mudou para a Espanha. Como é a vida por lá?
T: É tão calmo. Sabe, quando eu viajo...
E: Pensei que era calmo na Finlândia!
T: É aqui também! A gente tem um centro de calmaria lá, encontramos um ótimo lar. Construímos uma casa lá, e... eu não tenho que me preocupar com a vida lá, no sentido de - é claro que eu tenho que cuidar da casa quando eu estou em casa, mas quando eu saio eu não tenho que me preocupar com a minha família, como eu fazia em Buenos Aires, no meio daquele caos. Eu sempre me preocupava que algo poderia acontecer com minha menina ou com meu marido.
E: Então há paz na vida normal?
T: Sim, paz mental acima de tudo. É ótimo. E claro, a natureza é linda, as montanhas perto do mar... Eu e Marcelo corremos nas montanhas cinco vezes por semana, nos sentimos bem!
E: Sua amiga mencionou nos bastidores que é ótimo te ver na Finlândia porque você sorri o tempo todo e radia essa energia, essa felicidade...
T: Sim, e por quê eu não faria isso, né? é ótimo acordar de manhã e ter o sol já no céu, acordar é tão mais fácil! quer dizer, deve ser complicado pra vocês, mas... (risos) é muito bom estar aqui.
E: Você está aqui por alguns dias para promoção do novo álbum, mas você não ficará para as férias de verão. Passará na Espanha?
T: Sim, nós estaremos fazendo linguiças, os amigos finlandeses já foram convidados. Teremos uma festa! (risos) mas eu volto para a Finlândia em agosto, uma pequena viagem com a família.
E: Você é o tipo de pessoa que aluga um chalézinho de verão?
T: Bem... eu certamente seria se isso fosse possível na minha vida. Mas eu certamente sinto falta de poder ir para os lagos, talvez até de pescar...
E: São coisas que são consideradas bem tipicamente finlandesas... Você acha que a sua família internacional seria capaz de mudar para cá permanentemente algum dia? Ou é mais o caso de visitas mesmo?
T: Seria bem... trágico, seria uma mudança enorme em nossas vidas. Nós tivemos grandes mudanças antes, fomos para a américa do sul, então de novo para a europa, só porque as distâncias para o meu trabalho se encurtaram. Eu não sei, esses dias a Finlândia é um país exótico até para mim. A Finlândia é vista de fora pelo meu trabalho, pelos meus fãs, eu ouço muito deles sobre ser um país exótico , e como eu te disse, tem alguns aprendendo finlandês porque eles gostam de música finlandesa, isso é bárbaro! Mas mudar de volta pra vá ainda parece muito estrangeiro. Mas você nunca sabe onde a vida vai.
E: Agora com um novo álbum certamente teremos uma nova tour, onde ela vai? o que teremos pela frente?
T: É uma tour de dois anos... Claro que não de uma vez só. Mas dois anos ao todo, e todos os continentes. Eu vou para a América do Sul algumas vezes, porque não quero estar longe de casa por muitos meses de uma vez, e as distâncias são grandes ali e na Asia. Europa também fazemos em segmentos, para que eu não esteja longe de casa por um ou dois meses de uma vez.
E: Quão mais fácil é entrar em tour agora que você tem uma banda que está com você em grande parte há muito tempo? alguns já uns dez anos, desde o inicio da sua carreira solo
T: Sim, é uma coisa importante. Claro que tem mudanças, sempre, eu não tenho uma banda fixa, eu viajo como artista solo sob meu próprio nome, é uma responsabilidade que eu carrego... Mas ter músicos que trabalham comigo há tantos anos, é como ter uma família. Eles conhecem meus dias bons e meus dias ruins, eles já viram de tudo, a gente divide aqueles espaços pequenos, como uma comunidade. É tão, tão importante. E trabalhar é mais fácil quando nos conhecemos melhor.
E: Em novembro você tem uma tour de Natal pelas Igrejas da Finlândia?
T: Sim! Maravilhoso! Não faço isso faz um bom tempo! Faz tempo que eu não tenho uma tour tão longa quanto essa aqui, nós vamos dar a volta no país todo!
E: Então você finalmente vai poder viajar pela Finlândia!
T: Yeaaah!
E: Escolheu um momento ótimo, Novembro! (risos)
T: (risos) no escuro!
E: Ano passado em Moscou você nos surpreendeu cantando no palco com a sua filha, foi uma surpresa para o público ela subir no palco, ela logo mais completará sete anos. Quão talentosa é essa cantora que você tem crescendo em casa?
T: Ela tem muito talento musicalmente, ela toca o piano e canta, e algum desses dias deve chegar em casa um kit de bateria, bateria de verdade!
E: A vida não vai ser mais tão calma depois disso...
T: É uma bateria eletrônica! (risos) Não daria pra aguentar de outro jeito! Mas ela é bem talentosa, em outras áreas também, na arte, em desenho, ela é bem boa em pinturas e esse tipo de coisa, então eu não sei. Se uma coisa me foi permitida na vida, graças a deus, foi que meus pais me deram a liberdade de fazer o que eu amava, e eu tive a sorte de encontrar algo pelo qual eu tenho essa paixão. Eu espero que ela encontre algo assim também. Seja o que for, se for esportes, se for...
E: Ou um pouquinho de tudo, de um jeito meio renascentista!
T: (risos) sim!
E: Tarja, muito obrigada por vir.
T: Obrigada por me receberem.
Tradução Finladês-inglês: Tarja Turunen Suomi.