Jason: Esta é a sua primeira vez em turnê solo [sem o Nightwish] nos Estados Unidos. O que te fez decidir para finalmente vir aqui?

Tarja: Sabe, eu acho que está já é a minha terceira tentativa (risos) de vir aqui então eu estou mesmo muito, muito feliz que isso finalmente se realizou.

Meus desejos foram realizados. Sabe, eu tenho muitos seguidores aqui nos Estados Unidos e eles tem me apoiado muito em minha carreira solo também como na minha carreira anterior com o Nightwish.



Então eu acho que tem sido realmente maravilhoso ter o apoio deles e agora é muito importante para mim dar o meu melhor para eles.

Retribuir a eles de alguma forma. Essa gratidão que eu tenho

Jason: Falando no Nightwish. Você saiu de uma maneira publica muito ruim. Se passaram alguns anos desde a carta e você parece estar muito mais feliz agora.

Como estão as coisas depois de ter passado por aquela experiência?

Tarja: Bem, muitas coisas mudaram. Na verdade toda a carreira como artista solo é radicalmente diferente de ser um membro de uma banda. Digo, tudo é diferente;

Toda a organização a minha volta. Eu tenho que estar decidindo mais coisas sozinha. Existem tantas coisas. a responsabilidade que eu carrego sozinha também é com certeza muito diferente de antes.

Mas o fato é que eu tenho aprendido muitas coisas. Todo dia é um dia tão diferente do outro e eu também estou escrevendo musicas sozinha hoje então eu estou muito feliz de ser capaz de fazer isso.

Ter esse tipo de liberdade em explorar o que está dentro da minha alma e do meu coração. Então deixas as pessoas ouvirem isso. O que realmente há lá. Está tem sido uma coisa muito bonita.

Jason: Então vocês está escrevendo muito mais. Como é estar mais envolvida nesse processo ao invez de ser somente a cantora?

Tarja: Com certeza fica mais pessoal. Isso é tudo. Digo, fica tudo muito pessoal e sabe, isso é muito gratificante. Eu tenho que ser sincera com a música hoje, por isso eu acredito nisso.

Eu não sei se isso é um pensamento muito ingênuo por um lado, mas eu acredito que se você é honesto com a música então as pessoas podem chegar na mensagem mais fácil e a música os toca.

Digo, a música é a emoção para mim e isso é tudo. Eu quero emocionar o publico. Para os ouvintes. É isso. Esta é a beleza nisso. É tão fascinante ser um músico. É um privilegio ser uma artista hoje.

Jason: Você tem um segundo álbum em que você está trabalhando, chamado What Lies Beneath.

Tarja: Sim.

Jason: Como estão os progressos e para quando nós podemos esperá-lo?

Tarja: bem, eu já tenho muitas músicas (risos). Na verdade eu já escrevi cerca de 20 músicas, as quais nem todas estarão no álbum, claro (risos). Caso contrario eu precisaria fazer um álbum duplo de novo (risos).

Mas eu quero dizer que tem bastantes músicas boas. Tipo, o mesmo processo continuo do My Winter Storm para o próximo, mas a diferença radical estará na variedade das músicas que serão oferecidas mas mais ou menos radical com guitarras mais pesadas e, de maneira geral, músicas mais pesadas.

Terão também algumas músicas mais calmas... então eu ainda quero continuar na mesma linha mas fazer uma diferença radical na músicas, muito mais que no My Winter Storm.



Jason: Então você continuará no Heavy Metal com esse álbum?

Tarja: Sim, com certeza. Claro. Vamos (risos). Isto é parte de mim. Mas você sabe, parte de mim (risos).

Jason: Sim. Porque você também fez um álbum de natal.

Tarja: Sim.

Jason: Que é um estilo completamente diferente.

Tarja: Sim, É um projeto paralelo.

Jason: Você pensou em fazer algo mais naquela estilo?

Tarja: Música clássica. Eu acho que eu ainda vou continuar fazendo música clássica com certeza. Eu espero poder fazer um álbum clássico ou algo do tipo na forma de projeto paralelo de novo.

Mas nada de concreto tem sido planejado ainda. Eu tenho planejado algumas turnês com um tenor e fazer alguns concertos clássicos e com certeza alguns concertos de natal de novo, no final desse ano na Finlândia;

Isto é uma tradição lá. Mas você sabe que música clássica é definitivamente muito importante pra mim.

Jason: Com turnês você tem feito esses shows aqui nos Estados Unidos no momento. Daqui você vai pra onde?

Tarja: Estados Unidos. Canadá. Montreal. Toronto. Então vamos para a América do Sul. México e Venezuela. Quatro shows na cidade onde eu moro, Buenos Aires, Argentina. É isso.

Jason: E então.

Tarja: Então volto para a Finlândia (risos). Alguns festivais de verão na Europa. Eu planejei fazer muitos festivais, mas por outro lado alguns shows sozinha. Então de novo a tempestade passará pela Europa pela ultima vez antes das

gravações do meu novo álbum, no final desse ano. Então ainda haverá mais uma turnê européia.

Jason: Você é um dos maiores nomes na cena do metal feminino. No ultimo ano você foi a atração principal do Metal female Voices Festival. Como foi esta experiência?

Tarja: Muito legal. Digo, eu estou tão honrada de estar entre todas as outras garotas no metal. Tem sido incrível acompanhar como muitas bandas com vocal feminino existem hoje. Existem muitas delas.



Quando eu comecei a minha carreira com o Nightwish não existiam muitas de nós(risos). Foi muito estimulador ser capaz de fazer o que eu fiz e então explorar o que viria. Agora quando eu vejo todas essas bandas a minha volta eu fico tipo "wow, de onde estão vindo todas elas" "o que aconteceu" e isso é maravilhoso. É uma coisa muito legal mesmo.

Jason: Eu entendo que você está voltando lá esse ano?

Tarja: Voltando a o que?(risos)

Jason: Para ser a atração principal no Metal Female Voices Festival na Bélgica...

Tarja: Sim. Com certeza.

Jason: Como que surgiu isso?

Tarja: Bem, os promoters são pessoas muito, muito simpáticas. Na verdade eles são amigos e eles queriam que eu fizesse parte do festival novamente. Eu estou realmente honrada. Será um grande prazer fazer esse festival de novo...

Por sorte nós tínhamos nossa turnê planejada na região do festival então ficou fácil porque não é muito fácil para eu organizar turnês e ter toda a banda presente. Como eles são músicos contratados, eles tem as suas coisas acontecendo.

São muitos os artistas com quem eles tocam então não é fácil fazer a agenda de todo mundo bater de estarem todos disponíveis. Desta vez nós fomos sortudos.

Jason: Você tocará com muitas bandas femininas de novo;

Tarja: Sim.

Jason: Já que você foi umas das primeiras vocalistas femininas a cantar metal, as pessoas sempre falavam "ela tem a voz, ela é a voz". Agora existem muitas bandas que simulam o seu trabalho e que te usam como referencia.

Como você se sente em ter tantas pessoas usando o seu trabalho como inspiração?

Tarja: Eu tive sorte de poder falar com muitas garotas que também me vêem como o seu ídolo.

Que pra mim é realmente algo que me deixa muito honrada em estar nessa posição. Isso é mesmo real (risos) porque para mim é algo tipo "como isso acontece". Digo, onde e quando.

Eu só dei muito duro trabalho a voz que eu tenho... eu tenho trabalhado muito. Eu ainda faço isso todo dia. Ensaiando muito. Trabalhando muito. É como dois passos adiante, Três pra trás. Dois passos adiante, três para trás (risos). É realmente uma estrada rochosa.

Você tem que manter aquelas pedras fora do seu caminho e ser paciente com a voz, porque ela é um instrumento que você está carregando dentro de você. Você tem que cuidar dela. Então eu sou muito honrada de poder ver que essas meninas realmente se inspiram em mim e me vêem assim.

Como o seu modelo. Bem, obrigada (risos). O que eu posso dizer.

Jason: Os seus fãs também. Você tem uma conexão muito boa com seus fãs.

Tarja: Isso é muito importante.

Jason: Você fez concursos onde os seus fãs ganhariam um telefonema seu e outras coisas do tipo. Como é ter esse tipo de ligação com eles?

Tarja: Bem, a verdade é: A realidade onde eu vivo é que sem eles não existira eu como artista.

Este é o básico que mantém meus pés no chão. Digo, eu amo meus fãs.

Esta coisa é como uma ligação entre eu e eles. Eu os chamei de minha tempestade de inverno com o meu primeiro álbum. Então eles realmente são muito para mim.

Jason: Recentemente você começou a tocar instrumentos e fazer outras coisas.

Tarja: Tentando, pelo menos (risos).

Jason: Tentando.

Tarja: Sim, tentando (risos).

Jason: Agora você toca teclado no show. Quando tempo você esteve interessada em tocar música assim como cantar?

Tarja: bem, eu comecei a tocar, eu comecei com piano quando eu tinha 5 anos de idade. Meus pais queriam que eu tivesse aulas particulares de piano e foi assim. Eu comecei a tocar cedo então eu estive estudando piano por pelo menos 15 anos. Piano clássico. Até a universidade. Eu ainda estou fazendo umas provas na universidade.

Assim como órgão de igreja e flauta. Esses eram os tipos de instrumentos. Eu toco um pouco de guitarra mas muito mal... mas de um jeito que eu sobrevivo. Digo, se preciso tentar alguns riffs no meu processo de composição eu consigo de vez em quando acertar as notas corretas (risos) mas pelo menos eu escuto como algo deveria soar numa guitarra, por exemplo.

Definitivamente o piano é o meu maior forte.

Jason: Nós podemos esperar continuar te vendo tocar teclado nos shows?

Tarja: Sim. Com certeza. Definitivamente.

Jason: A respeito do Nightwish, Eu sei que foi difícil o jeito que você saiu. Agora que dois anos se passaram como você se sentiria se eles te abordassem sobre uma reunião?

Tarja: Eu acho que no momento o sentimento é de que eu acho muito difícil. Eu vejo que isso não é realmente possível de acontecer. Eu digo, como as coisas terminaram foi muito ruim. Foi muito ruim. Eu acho que não importe quantas coisas realmente deveriam mudar. Hoje eu estou feliz sozinho como cantora, então eu quero ver o que existe pra mim no meu futuro como uma cantora e como uma compositora.

Se eu puder me chamar assim. Então eu não vejo nada disso vindo, mas eu também não estou fechando as portas.

Jason: Sozinha você parece muito mais feliz como pessoa.

Tarja: Sim. Eu estou muito feliz. Tão feliz. Porque você sabe como é. Eu posso escolher as pessoas com quem trabalhar. Eu tenho essa liberdade incrível a minha volta e dentro de mim que eu entendi o que é ser feliz. O que é ser saudável. O que é aproveitar todos os dias que você tem. Porque você nunca sabe quando tudo vai ser tirado de você. Você ver algumas historias tristes de tempo em tempo.

Todo o tempo essas coisas aqui. Você tem que viver quando você tem a chance de viver e você tem que amar quando você tiver a chance de amar. É isso que eu estendi que não importa quão mal as coisas estão lá fora, existe sempre uma porta de onde sai uma luz em sua direção.

Jason: Então sem duvidas de que nós vamos ouvir muito de você no futuro?

Tarja: Eu espero que sim (risos). Eu espero.

Jason: O que você gostaria de ver nesse futuro?

Tarja: Wow. Nós próximos dois anos. Eu gostaria de ir ao Taiti mergulhar (risos) ao invés de música. Esqueça a música agora (risos). Eu gostaria de ir mergulhando até o Taiti. Este é o meu sonho. É muito longe. De qualquer forma, e então eu gostaria de talvez. Tick tock, tick tock. Pensar sobre uma família. Talvez em alguns anos. Se nós já tivermos alguma forma de equilíbrio na nossa vida até lá (risos) porque não há nada disso no momento (risos).

Mas sabe, algum tipo de calmaria, mesmo assim o novo álbum, a turnê e tudo isso ainda estará acontecendo nesses dois anos. De certa forma sempre pensando sobre o futuro.



Jason: E dar aulas?

Tarja: Dar aulas. Sim, com certeza. Isto é algo que eu gostaria de fazer e é algo que eu também estou desejando ter mais tempo pra fazer. Digo, eu dou aulas em Buenos Aires, na minha casa na Argentina. Existem muitas pessoas pedindo para ter aulas comigo e eu estou querendo mesmo que eu possa ter tempo para dar a todas essas pessoas, para fazer isso acontecer.

Jason: O que você tem a dizer para os seus fãs americanos que você começará a ver na noite de amanhã?

Tarja: Jeez. Eu estou nervosa (risos). It’s New York, New York. New York (canta). Digo, é a minha primeira turnê aqui. Eu estou animado pra isso. Eu realmente quero agradecer todos vocês por poder fazer isso acontecer. Eu estou muito agradecida e eu adoro vocês. Vejo vocês amanhã. Até breve.

Jason: Eu acho que eles se sentem do mesmo jeito.

Tarja: Obrigado pela oportunidade da entrevista com o Sonic Cathedral (risos).