Tarja Turunen
Um olhar sob a superfície

Desde a divisão do Nightwish, a excepcional soprano Tarja Turunen trabalhou duro em sua carreira solo. Seu álbum My Winter Storm de 2006 não foi apenas um sucesso pessoal. O novo álbum What Lies Beneath será lançado no dia 20 de Agosto, o single Falling Awake no dia 6 de Agosto, no tempo certo para a performance da cantora no Wacken Open Air. Mesmo a finlandesa estando habituada a mistura de metal e clássico nas suas novas gravações, ainda vale a pena ouvir cuidadosamente - porque como o título diz, há muitas coisas novas por baixo da superfície a qual se revela pouco a pouco.

Tarja, qual a maior diferença entre o novo álbum e seu antecessor?
A maior diferença é que eu mesma o compus e escrevi. Especialmente compor que é o maior passo desde que eu comecei a fazer música. Devido a isso, as músicas são muito mais claras e me refletem de um jeito melhor. Estou muito muito feliz com o resultado.

Que significado mais profundo está por trás do título do álbum?
Há muitas coisas estranhas que você pode descobrir sobre as pessoas: Por que elas mentem? O que elas estão escondendo? O que há por baixo da superfície? Há tantas coisas que você não pode se lembrar a primeira vista, porque pode ser errada e a maioria das vezes não conseguem mostrar a impressão correta de uma coisa ou pessoa. É isso que o título está implicando e é sobre isso que falam as músicas. O título do álbum me inspirou para as músicas porque foi escolhido muito cedo - por quase dois anos.

Você compôs e escreveu. Você mesma fez isso ou haviam outros envolvidos?
Algumas das pessoas com quem já trabalhei no My Winter Storm também trabalharam nesse álbum, como Michelle Leonard, Kiko Masbaum, Angela Heldmann ou Vacuum da Suécia.

Quanto metal e quanto clássico há no novo álbum?
Há influências clássicas, mas também há influências de trilhas sonoras e metal, é claro. Desde que estou conectada ao metal por muitos anos agora eu amo combinar essas formas. Pra mim metal e música clássica estão próximas uma da outra e o álbum é uma mistura de ambos - Há músicas com características de guitarra assim como músicas sem nenhuma.

Você geralmente está mais próxima do gênero do metal ou do clássico?
Eu sempre fui conectada em ambos os lados, então eu não me vejo mais perto de um do que de outro. É um desafio pra mim tocar shows de rock e ver os fãs batendo a cabeça pra minha música. E é claro, não consigo ir e cantar ópera depois disso, eu preciso de um pouco de distância. Mas eu amo o que estou fazendo e não queria escolher entre eles. Mas no final, rock é meu tipo de coisa.

Você teve uma sessão de fotos para a capa e falou entusiasmada sobre ela em sua página na web.
Sim, o resultado da sessão foi exatamente o que eu queria. A primeira reação das pessoas foi "Oh cara, como você está linda", e depois eles olhavam mais e descobriam algo diferente: cicatriz. Mas não a primeira vista.

E aquelas cicatrizes é claro, estão conectadas ao álbum, é o título e o signficado por trás?
A cicatriz, é claro, é uma referência ao título do álbum. Eu quis criar uma ilusão para o espectador. Jens Boldt, um fotógrafo de Hamburg tirou aquelas fotos e Dirk Rudolph fez o design da capa. As cicatrizes falsas parecem muito reais e é o que deviam parecer, mas não de uma maneira óbvia. Você tem que checar até conseguir vê-las, assim como você sempre descobre algo novo se você olha algo mais de perto. É em toda parte em nossas vidas que você tem que descobrir algo que se torna óbvia depois de um segundo de relance ou mais frequentemente.

Você descobriu algo novo por baixo de sua própria superfície durante as gravações do álbum?
Estou muito feliz como uma artista que fez esse álbum e descobriu que pode escrever suas próprias canções. Não estou assustada com as novas coisas que virão porque você nunca sabe o que vai acontecer, mas sou muito tímida e acho incrível me ver um pouco mais corajosa do que estou acostumada.

O que você fez entre os dois álbuns?
Eu fiz muitas coisas. Muitos shows. Eu estava em turnê em quase todo o tempo, 3 anos na estrada. Então eu tive um intervalo pra relaxar e escrever o novo material, é claro. Tive muita sorte em ter pessoas prestativas ao meu lado o tempo todo. Nunca tive a experiência de ter tanto apoio de todos os lados antes.

Agora você não está morando na sua casa na Finlândia.
Sim, na verdade a rua é minha casa porque eu estou na estrada o tempo todo. Agora estou na Argentina com meu marido. Lá é belo e as pessoas são extremamente francas, mas acima de tudo, ainda há uma certa melancolia.

E como é sua conexão com a Finlândia, seus ex-colegas?
Não há nenhuma. Absolutamente zero, na verdade, menos de zero.