Nosso site acompanhou os três shows da Tarja aqui no Brasil. Abaixo leia a primeira resenha do show de São Paulo. Resenha e fotos por Carol Flores

Em noite inspirada a cantora lírica TARJA TURUNEN mostrou, mais uma vez, por que ela é considerada uma das melhores vozes do heavy metal. No último sábado (12) os paulistas presenciaram um show à parte, liderado por Tarja e sua competente banda formada por grandes nomes na música: Mike Terrana (bateria), Christian Kretschmar (teclados), Doug Wimbish (baixo), Julian Barrett (guitarra) e Max Lilja (celo). Juntos fizeram toda a espera pela volta de Tarja ao país valer a pena. Clique no leia mais para ler a resenha completa!

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Antes do esperado show, a banda ECLIPTYKA foi a responsável por entreter os presentes. Tarefa não muito fácil, por sinal, mas realizada extremamente bem. Hélio Valisc (guitarra), Guilherme Bollini (guitarra e vocal), Eric Zambonini (baixo), Tiago Catalá (bateria) e Helena Martins (vocal) fazem um som um tanto diferente do que Tarja realiza mas foram bem recebidos pelo público em geral. Tendo lançado recentemente seu primeiro álbum (A Tale Of Decadence – Die Hard Records), a banda priorizou sua divulgação, tocando-o quase na íntegra. Destaque para a parceria entre Danilo Herbert (Mindflow) e Helena na música “Splendid Cradle”. Outro ponto alto dessa apresentação foi a instrumental “Echoes From War” seguida pela ótima e pesada “Hate” (com um vocal impecável tanto da Helena como do Guilherme, diga-se de passagem). Por fim, a ECLIPTYKA conquista o público de vez tocando “Face Your Demons” do AFTER FOREVER, sempre demostrando um bom entrosamento entre eles . Finalizando com “Dead Eyes” a banda sai do palco, passando uma imagem positiva não só da ECLIPTYKA mas também mostrando que o metal no Brasil ainda surpreende pela qualidade e diversidade.
Pontualmente às 22 horas as cortinas que escondiam o palco são reabertas e revelam outra com o rosto de Tarja projetado. Logo depois a música instrumental de abertura se inicia e a banda começa a entrar, para delírio dos fãs. Sem demorar mais Tarja entra no palco iniciando "Dark Star", uma das músicas mais pesadas do seu mais recente álbum (What Lies Beneath). Ao final da música Tarja finalmente abandona o fundo do palco e chega perto de seus fãs que, literalmente, enlouquecem. Antes de “My Little Phoenix”, Tarja fala rapidamente com o público num bom português que mais parecia um péssimo espanhol: Oi São Paulo!

Muito carismática e mostrando-se totalmente a vontade no palco, Tarja não parou por um instante. Percebe-se sua preocupação em dar atenção para todos, retribuindo o carinho e devoção dos fãs. Isto fica claro em momentos como quando ela pegou um coração de pelúcia, um urso e uma bandeira do Brasil jogados no palco e naqueles tantos outros em que conversa com o pessoal. Sempre sorrindo, Tarja continua seu show com a balada “I Feel Immortal”, seguida de “In For A Kill” e “Falling Awake”, três das músicas que mais mostram todo o seu potencial vocal. Antes de sair do palco é a vez de “I Walk Alone”, single de seu primeiro disco e uma das músicas mais queridas pelos fãs, que seguiam cantando todas as letras em alto e bom som.

Sozinho no palco é a vez de Mike Terrana realizar seu solo de bateria. A música escolhida foi "William Tell Overture" do famoso compositor Gioachino Rossini, numa versão heavy de um dos clássicos revisitados no projeto solo do baterista chamado Sinfonica. O público responde muito bem à apresentação, sendo preparados para o solo da banda antes da volta de Tarja ao palco para executar “Little Lies”. A cantora escolheu uma banda a altura para acompanhar esta turnê e pudemos facilmente ver isso nos solos efetuados por Julian, Doug, Mike e pelo entrosamento que todos demonstraram ter entre si, não só como instrumentistas,  mas também em relação ao trabalho da Tarja.

O público se acalma com a linda balada “Underneath”, mas não por muito tempo pois logo depois dela é a vez do momento recordar é viver: “Stargazers”, sucesso da antiga banda da cantora, é a próxima música e a primeira do Nightwish tocada na noite. Os primeiros acordes foram suficientes para fazer o HSBC Brasil romper em gritos. Mesmo agora tendo sua carreira solo consolidada, é bom notar que a Tarja se preocupa em agradar seus antigos e fiéis fãs.

Enquanto o palco era reorganizado para um set acústico, Tarja aproveitou para conversar com alguns fãs na grade. Nesse momento Christian abandona os teclados e se une a Max tocando outro violoncelo. Num dos momentos mais belos da noite são tocadas quatro músicas: “Higher Than Hope”, “We Are”, “Minor Heaven” e “Archieves of Lost Dreams”. Tarja aqui não somente abusa da sua voz mas também demostra talento como instrumentista ao tocar teclado em “Minor Heaven” e “Archieves Of Lost Dreams”.

Nas últimas cinco músicas, o público fica ainda mais surpreso. “Ciaran’s Well” anima os presentes novamente e os prepara para a grande surpresa da noite: “Crimson Deep”, que ainda não tinha sido tocada na turnê sul-americana, é executada perfeitamente e seguida em coro por todos. Em um momento de descontração, é a vez de mais uma do Nightwish “Where Were  You Last Night” que Tarja, sabiamente, combinou com outras duas músicas (Heaven Is A Place On Earth e Living On A Prayer) num combo anos 80 bem interessante.

Lembrando mais uma vez o álbum “My Winter Storm” é a vez de “Die Alive”, seguida pelo single “Until My Last Breath”, música que inclusive ficou semanas no TOP10 da MTV Brasil. Este seria o fim do show caso o público não tivesse, aos gritos, pedido mais uma música um pouco antes: “Wishmaster”. Naquele momento Tarja fez sinal de que a tocaria depois. Promessa feita e cumprida “So ready?” ela pergunta e logo depois o início inconfundível de “Wishmaster” começa com todos no HSBC Brasil reagindo de diversas maneiras: choro, gritos e, acima de tudo, cantando junto com ela. Claramente emocionada ela agradece o público pela noite e, junto com sua banda, despede-se dos presentes.

É indiscutível, e até mesmo chocante, ver a influencia que Tarja exerce sobre seus fãs e admiradores. Tenho a absoluta certeza de que não houve uma pessoa que tenha saído deste show completamente insatisfeita. Se a finlandesa não os cativou pela simpatia, então foi pelo extremo profissionalismo e notável talento. Enfim, sorte teve quem estava lá para ver.

Setlist ECLIPTYKA

1 - The Age of Decadence (intro instrumental)
2 - We Are The Same
3 - Fight Back
4 - Splendid Cradle (participação especial de Danilo Herbert da banda Mindflow)
5 - Echoes From War (intro instrumental)
6 - Hate
7 - I've Had Everything
8 - Face Your Demons (After Forever cover)
9 - Unnatural Evolution
10 - Dead Eyes

Setlist TARJA

1 - Dark Star
2 - My Little Phoenix
3 - I Feel Immortal
4 - In For A Kill
5 - Falling Awake
6 - I Walk Alone
7 - William Tell Overture (Rossini) solo de bateria + Little Lies banda
8 - Little Lies
9 - Underneath
10 - Stargazers
11 - Higher Than Hope/We Are/Minor Heaven/Archives of Lost Dreams (acústico)
12 - Ciaran’s Well
13 - Crimson Deep
14 - Where Were You Last Night/Heaven is a Place on Earth/Living on a Prayer
15- Die Alive
16 - Until My Last Breath
17 - Wishmaster
Fotos